agricultura com base do crescimento economico - Lukenia

INTRODUÇÃO


A diversificação da economia em qualquer País do Mundo, é considerada a melhor estratégia para resolver os problemas criados pela dependência de um único recurso natural (Em Angola o sector Petrolífero).
A agricultura uma actividade que faz parte do sector primário, onde a terra é cultivada e colhida para subsistência, exportação ou comercio, apresenta se como prioritária no processo de diversificação da economia angolana, altamente suficiente no combate da fome e da pobreza, na geração de emprego e fonte de rendimento para riqueza nacional.
O trabalho tem como objectivo diversificar a produção nacional e promover o desenvolvimento integrado e sustentável do sector da agricultura tomando como referência o pleno aproveitamento do potencial de recursos naturais básicos da agricultura visando garantir a segurança alimentar por um lado, bem como o aproveitamento das materiais primas de base a fim de criar oportunidades relacionadas aos mercados regionais e internacional.
No capítulo I é feita uma revisão das teorias já existentes sobre a questão agraria para verificar concepção sobre o papel crítico representado pela agricultura nesse processo como um todo. Foi feita inicialmente uma abordagem do conteúdo da economia agrária para evidenciar o seu estudo no campo.
O capítulo II pretende se saber qual é o papel da agricultura para diversificar a economia angolana, atendendo o Plano Nacional de Desenvolvimento (2013-2017). Foi feita a caracterização da agricultura entre os anos de 1974 até o período actual.
No capitulo III é feita uma analise prática do trabalho como estudo de caso o Município de Cacuaco na Província de Luanda.






COLOCAÇÃO DO PROBLEMA


Ao analisarmos Angola sob ponto de vista histórico e cultural percebemos uma longa tradição que é transmitida por muitas gerações. A palavra repetida no tempo é que “Angola é um país muito rico”, no entanto sob o ponto de vista da realidade, nem sempre repete-se a velha discussão. O nosso território tem um grande potencial, mas transformar este potencial é que pode representar a diferença entre ser uma terra rica ou pobre.
Neste sentido Agricultura pode representar a realidade da nossa riqueza, pois a maior parte das terras são agricultáveis e sob aproveitadas.
Uma outra questão que devemos colocar em relevância são os inúmeros obstáculos da produtividade agrícola onde nos últimos 40 anos tornou o país de exportador à importadora de alimentos, alias esse período tem a necessidade de apagar-se da história. Com tudo ele faz parte do nosso processo histórico que vai da luta pela independência ate as duas guerras civis marcadas pela Guerra Fria[1] onde o País praticamente parou de produzir em todos os sectores.
A democratização, a introdução da economia de mercados, o pluripartidarismo, as reconstrução das infra-estruturas, o novo ordenamento jurídico-constitucional fazem parte da moderna Angola que lançou-se nos últimos anos de paz em estabilizar a economia, melhorar o orçamento geral do estado, aplicar políticas económicas de austeridade, controlar a inflação e ao mesmo tempo modernizar o país. No entanto as crises cíclicas do capitalismo têm levado a nossa economia as dificuldades tanto ao nível endógeno como exógeno ou seja, sob o ponto de vista macroeconómico e microeconómico.
A saída para crise parece evidenciar-se pela redução da importação principalmente pelo sector primário (agricultura), ou seja commollites que tem aumentado os preços de alimentos nos grandes centros urbanos além de impactos na inflação.[2]
Angola tem a sua localização, na zona intertropical e subtropical do hemisfério sul e por isto apresenta capacidades agrícolas naturais, mas no entanto não aproveitadas de forma efectiva.
O país tem uma superfície de 1.246.700 km2 na proximidade do mar junto da Corrente Fria de Benguela e possui uma fronteira marítima de 1.650 km com variedades agro-climáticas. Encontramos estepes desérticas e florestas tropicais sendo as principais do tipo dos quais incluem florestas de teca do Zambeze, floresta de Montane, bosques de Maiombe e Mutiati, além de mangais. A partir da orla costeira desenvolve-se para uma cadeia montanhosa, onde se encontram os dois pontos mais altos do território, o Morro do Moco (2.620m) e o Moro do Meco (2.538m) seguida da zona planáltica onde se formam as bacias dos principais rios: Zaire, Cunene, Kuanza, Kubango e Queve. Conseguido ainda reunir no seu território habitat que vão desde a floresta tropical, floresta aberta, savana, até uma zona desértica no Sul.
Com todas características naturais Angola tem toda a possibilidade de ser um grande produtor agrário-exportador capaz de aumentar o PIB, diversificar a economia, além de ser do ponto de vista agrário em toda Africa Subsariana um modelo para todos países. A crise económica actual marcada pela dependência petrolífera pode ser reduzida com uma agricultura forte capaz de ajustes e reajustes interno, e por isso passa de forma primordial por um Plano Nacional de Desenvolvimento onde o sector agrário deve ter prioridade para que os Municípios estejam fortalecidos a fim de produzir mais e desenvolver capacidades extras para o avanço do país.

JUSTIFICATIVA


 Em Angola a crise do sector agrícola tem uma explicação legítima, pois durante muito tempo o campo deixou de ser principal produto das exportações angolanas.
O centro destas dificuldades teve início no processo de independência ou seja em 1975 e somente retornou com os acordos de paz de 2002. Apesar do país no período colonial ser considerado um grande potencial agrícola, da fuga do homem do campo em direcção aos grandes centros urbanos o solo constituídos de muitas minas (explosivo) e ausência de assistência técnica levou o país de exportador para importador de alimentos básicos.
O campo transformou-se em áreas de subsistência para algumas famílias que permanecem condicionadas em algumas regiões pelas dificuldades de circulação ocasionada pela guerra civil. Terminado o período mais critico, o país teve que rever as suas políticas agrícolas foi criado a Lei de base do Desenvolvimento Agrário, que estabelece a base da modernização do sector e cria o efeito de apoio e incentivo as atividades (Lei nº 15/05 de 7 de Dezembro).[3]Mesmo com a Lei de incentivo em vigor agricultura em termos produtivos continua a ter uma participação muito frágil, mas ela continua sendo para os países em desenvolvimento uma forma de diversificar a economia criando condições de estabilidade nos períodos marcados pelas crises do capitalismo mundial. Um exemplo desta possibilidade são os países emergentes como o Brasil que em 2013 teve um PIB agrícola de um trilhão de Reais ou seja 23% do PIB[4]. Angola neste sentido poderá ter o mesmo avanço dai a minha investigação sobre Agricultura e a Diversificação da Economia-Ajuste Reajuste no PND 2013-2017: um estudo de caso do Município de Cacuaco na província de Lunada

OBJECTIVOS


A)    Objectivo Geral:

O presente trabalho de fim de curso tem como objectivo geral compreender o papel da agricultura na diversificação da economia – ajuste e reajuste no PND (2013-2017). No estudo de caso do Município de Cacuaco na província de Luanda

B)    Objectivos específicos:

1.      Identificar a estratégia ou mecanismos utilizados para alcançar as metas preconizadas no processo de diversificação da economia no sector agrícola, seu ajuste e reajuste no PND 2013-2017
2.      Analisar a qualidade dos instrumentos de mecanização, para produção dos recursos naturais básicos e produtivos no sector agrícola para o relançamento no sector Agro-industrial e Empresarial.
3.      Reflectir sobre como reduzir as importações para diversificação da actividade económica no sector Agrícola.
4.      Identificar esses elementos num estudo de caso no Município de Cacuaco.

HIPÓTESES


Quanto a hipótese coloca-se o seguinte:
1.      Porque que o Sector Agrícola em Angola apresenta dificuldades no seu desenvolvimento e não possui estrutura para contribuir na diversificação da economia.
2.      O PND 2013-2017 representa um reforço positivo na diversificação da economia.

METODOLOGIA APLICADA


Apresente pesquisa foi utilizada o método explicativo cujo principal é a pesquisa biográfica que nos permite analisar os elementos da agricultura e sua contribuição na diversificação da economia. Limitamos o período do PND na análise espacial no período de 2013-2017 ligado ao estudo de caso do Município de Cacuaco. Através dos métodos intuitivos observamos fenómenos e factos analisados por outros pesquisadores com objectivos de esclarecer nossas hipóteses.
Consultamos igualmente diversas obras sobre Economia Agraria além de manuais, livros, revistas electrónicas bibliotecas flutuais artigos tccs, dissertação de tese.
Os dados em formações recolhidas terão como objecto análise quantitativas e qualitativas.

ESTRUTURAÇÃO DO TRBALHO


O trabalho está estruturado da seguinte forma:

CAPÍTULO I – FUNDAMENTOS TEÓRICOS DA ECONOMIA AGRÁRIA.
CAPÍTULO II – EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA AGRICULTURA EM ANGOLA ANTES E DEPOIS DA INDEPENDÊNCIA ATÉ O PERÍODO ACTUAL.
CAPÍTULO III – ESTUDO DE CASO.  

CAPÍTULO I – FUNDAMENTOS TEORICOS DA ECONOMIA AGRÁRIA

 

1.1 - ECONOMIA AGRÁRIA E DESNVOLVIMENTO RURAL


Ao iniciar o estudo de qualquer ramo da ciência torna-se importante definir o seu conteúdo, problema extremamente árduo, o qual não se logra na generalidade com uma solução satisfatória.
            O homem (ser humano) sente-se a necessidade de prover-se de algumas coisas para poder subsistir, tal como alimentos, vestuários e habitação e, na sua inata tendência de viver o melhor possível, quer do ponto de vista meramente material como espiritual, aspira poder-se aproveitar outros bens existentes sobre o planeta, transformando-os ou não para adapta-los aos seus próprios desejos e necessidades. E como a maioria dos bens necessários ou uteis ao homem encontram-se ou podem ser produzidos em quantidades limitados, poe-se o problema de satisfazer as necessidades e desejos praticamente limitados da Humanidade com os bens disponíveis.
            Assim, uma parte muito importante da actividade humana é empregue na produção de bens ou serviços que satisfazem estes desejos e necessidades para a Humanidade. E cada homem em particular, dedica muitas horas do seu dia-a-dia para proporcionar-se dos bens e serviços que precisa, ou então preparar-se para melhor poder obtê-los.
            Não só do pão vive o homem e, juntamente com os bens e serviços de carácter material existem outros de carácter espiritual, tão necessários ao homem quanto os primeiros, mas que muitas vezes não adquirem a forma concreta, susceptível de peso ou medida. A economia agrária estuda a melhor maneira de satisfazer os desejos ou necessidades humanas mesmo com algumas limitações, por estarem disponíveis em grandes quantidades, como por exemplo (o vento, ar e sol, etc).
            O seu estudo centra-se apenas no estudo da produção, distribuição e consumo dos bens escassos, por extensão, trata-se também, da produção e intercâmbio de serviços de caracter não material.
            O conteúdo da Economia Agrária é parte integrante da ciência económica em geral, e que estuda as aplicações de conceitos gerais estabelecidos por ela aos distintos grupos de actividades humanas. Assim por exemplo, é normal falar-se de economia de tal ou grupos industriais, da economia mineira, pesqueira, etc. entre estes ramos especializados da economia aplicada devemos considerar, também a economia agrária, tanto pela extrema importância que têm os produtos do campo, base da nossa alimentação e de vestuário humano, como para as características da produção agrária e pela importância social das condições em que vive esse elevadíssimo grupo de agricultores.
            Assim, diremos, portanto, que a Economia Agrária. É o ramo da economia aplicada que estuda a obtenção e distribuição dos produtos agro-pecuários, estendendo, assim esta denominação na sua mais ampla interpretação, que compreende, para além dos produtos cultivados, o que produz a terra de um modo espontâneo que por dependerem fundamentalmente da terra, podem considerar-se um produto derivado da terra.
            A economia agrária relaciona-se, por uma parte, com a ciência e a técnica agronómicas, que abarcam os conhecimentos técnicos necessários para obtenção dos bens sobre os quais há-de versar, no aspecto económico, a nossa ciência.
            Por outra parte, relaciona-se com a sociologia agrária que, ao estudar o grupo social por camponeses, recolhe muitos ensinamentos da economia e abarca bastantes aspectos relativos à satisfação de necessidades espirituais que escapam do âmbito do nosso estudo. A economia agrária relaciona-se também com a política agrária que trata de alcançar certos objectivos relacionados com o campo, aplicando oportunamente os meios, apoia-se necessariamente na economia e sociologia agrária.















1.2 - O POLÍTICO E A POLÍTICA AGRÍCOLA


Ao falar aqui de políticos, não nos referimos exclusivamente àqueles, governantes ou não, que fazem da política a sua profissão, como também aos que, desempenham cargos de responsabilidades na administração pública, nas organizações socias, profissionais de agricultores, ou por exercerem magistérios sobre estes, seja com missão docente oficial ou privada, com caneta ou microfone e hão-de adoptar medidas em matéria de políticas agrárias. Num país bem governado, existe ou deve existir uma adequação entre a importância da população rural e os braços necessários para a exploração da terra. Há, pois, que seguir uma política demográfica em relação à população camponesa.
            Assim, em alguns países e circunstâncias convirá estimular a imigração e noutros a emigração. Haverá que prover a educação da população camponesa para que alcance a eficácia no trabalho que requeira a prosperidade nacional. Muitas considerações não estritamente económicas virão sobrepor-se às razões de tipo económico e passarão no ânimo dos governantes, fazendo com que adoptem disposições e medidas de uma ou outra índole.
            A divisão de propriedade, o parcelamento das terras fracionamento das explorações, ou seja o que se chama de parcelamento jurídico, físico e económico das terras, procedem de uma multiplicidade de causas e tipo histórico, social, económico e jurídico. Por sua vez, têm muitas repercussões sobre rendimento da agricultura e sobre bem – estar de uma parte muito importante da população.
            Agricultura não pode prosperar se não estiver dotado de elementos materiais de cultivos, quer dizer, se não possuir o equipamento necessário. A dotação conveniente de capitais à exploração agrícolas e a produção agrária em geral constitui uma preocupação para todos aqueles que sentem a necessidade de que o cultivo dos campos se obtenha todo o proveito que a sociedade necessita. A comercialização dos produtos agrícolas, tanto para exploração como para o consumo interno, a organização dos intermediários e dos mercados, são também pontos fundamentais.
            Vem depois os grandes problemas relativos à intervenção da produção agrária, que não são próprios das épocas de escassez devido a situações de guerra e pós-guerra, mas também, embora com carácter distinto, aos que se relacionam com abundancia e sobreprodução. A planificação económica, sua coordenação com a liberdade do mercado, ou, pelo contrário a intervenção deste, em termos mais ou menos rigorosos, mediante medidas que em cada caso podem resultar como as mais eficazes, são problemas de primordial importância, sobre os quais o economista tem que ter uma visão clara. A política, em termos gerais, é uma arte. Continua sendo se se agregar o adjectivo qualificativo de económica ou agrária, que não assinalam senão aspectos parciais daquela em que o político tem que decidir as metas da política que preconiza, atendendo às circunstâncias de lugares de tempo.
            Como consequência de tal decisão, tem que por em prática ou utilizar determinados meios. A ciência da economia agrária é que pode determinar quais são os meios adequados para alcançar os fins e os resultados desejados.

1. 2.1 - Os pensadores clássicos da questão agrária

            Dentre os pensadores clássicos da questão agrária, entre eles têm Karl Kaustsky (1854-1938) e Wladmir Lênin (1870-1924), que são os primeiros a estudar a questão agrária sob égide do Modo de Produção Capitalista. Os autores discorrem sobre a inserção do capitalismo no campo, como processo de desenvolvimento linear como tal. Partindo do pressuposto de que agricultura é a separação entre capital e trabalho, ou seja, que alguns seriam empregados enquanto outros seriam donos dos modos de produção, firmariam as concepções das relações de trabalho, tal como o assalariamento, como um processo inevitável vista a inserção do capitalismo no campo, ocasionando assim o desaparecimento de uma classe camponesa.
            Os paradigmas clássicos da questão agrária remontam-se a Karl Kaustsky, em seu livro A Questão Agrária, datado de 1986. De base marxista, este autor prusso-alemão traçou suas concepções sobre o campo europeu em um período de plena efervescência, causada pela Revolução Industrial, plena efervescência Social Democrática. A Questão Agrária surgiu apôs um violento debate travado no seio da social-democracia alemã, a respeito da posição que aquele partido deveria adotar diante dos camponeses.
            Para Kaustsky, a inserção do capitalismo em todos os sectores produtivos, inclusive o campo, era irreversível. Assim, o pensamento que este autor tinha sobre o campo e, principalmente sobre formas produtivas existentes no espaço agrário eram que o capitalismo iria sucumbir outras formas que não fossem naturais desse sistema, tal como campesinato (é o conjunto de grupos sociais de base familiar que se dedica a actividades agrícolas, com graus diversos de autonomia), uma vez que o capitalismo só abrangeria duas classes: a burguesia e o proletariado. Dessa forma, o campesinato aparecia como entrave, dentro da proposta socialista, visto a sua inconstância política, aparecendo ora como burgueses, ora como proletariados.
            Dessa forma, Kaustsky discorre, com uma base de interpretação marxista sobre a inserção no campo, afirmando que “ se deve pesquisar se e como o capital se apodera de agricultura, revolucionando-a, subvertendo as antigas formas de produção e propriedade, criando a necessidade de novas formas”. Partindo da premissa de que o agricultor camponês produziria para a sua sobrevivência, com a inserção do capital industrial no campo, esse camponês estaria sujeito aos ditames desse capital.
            Com a especialização da produção e sequente divisão do trabalho, Kautsky traz as suas considerações sobre o progresso técnico que esta traria, e sua subsequente superioridade com a grande exploração capitalista. Devemos incluir as máquinas entre os factores principais de transformação. Os brilhantes resultados obtidos pelo maquinismo na indústria suscitaram naturalmente a ideia de sua introdução na agricultura ao que uma máquina agrícola implica num desperdício de 500 jornadas de trabalhos isto porque sob o regime da produção capitalista, máquina não tem por função realizar economia de força de trabalho, mas de salário.
            Na afirmação acima, Kaustky elucida que o emprego das máquinas são instrumentos para aquisição de lucro, uma vez que reduzem gastos com salários.  Em geral são muito complicados e já para o serviço uma inteligência considerável, mas precisamente no campo as condições popular e do desenvolvimento intelectual têm sido muito desfavoráveis. Considerou-se então para Kaustsky, que o emprego de máquinas não ocorrem por serem complicadas de manusear, sem se levar em conta que talvez a inacessibilidade técnica se dê pelos altos custos de aquisição.  Devido a inferioridade técnica e produtiva da agricultura camponesa, a grande exploração agrícola capitalista acabaria por sucumbir o campesinato, transformando-os em trabalhadores assalariados, gerando mais- valia para seus empregadores.
            Portanto, sua tese central permanece na questão de que o campesinato é vinculado ao atraso do campo tendo como suas premissas o trabalho assessório e a tese da complementaridade latifúndio- minifúndio foi a referência para seus estudos que precederam a mudança técnica apoiada na quimificação e mecanização.
            Outro pensador contemporâneo a Kaustky, também de base marxista, foi o russo Wladimir Lênin. Basicamente a tese de Lênen, expressa em O Desenvolvimento do Capitalismo na Rússia, diz respeito a uma análise do mercado interno russo no final do seculo XIX, dando atenção também à uma análise da economia rural, em que traz uma diferenciação social como essência da tese do desaparecimento do campesinato. Lênin inferiu uma dura crítica contras as concepções de Kaustky, apesar de concordarem apara o desaparecimento da classe campesina para o sucesso do socialismo.  Contudo, nos ateremos a reflexão que Lênin desenvolve sobre a questão agrária. Afirmou que a diferenciação social no campo apoiava-se nas bases de processo inevitável que era a expansão capitalista no Ocidente. O evolucionismo e o materialismo histórico de Marx influenciaram as ideias de Lênin ao afirmar que, em seu país, a Rússia, não havia as condições de passar diretamente de um modo feudal para uma sociedade socialista, agrária. Primeiramente, a especialização da agricultura provoca trocas entre várias regiões agrícolas e os vários produtores. Em seguida, quanto mais a agricultura adentra na circulação de mercadorias, tanto mais rapidamente cresce, da parte da população rural, a demanda de artigos de consumo pessoal produzidos pela indústria de transformação e tanto mais rapidamente.

















1.3 - IMPORTÂNCIA DA AGRICULTURA PARA O DESENVOLVIMENTO REGIONAL (RURAL)


A agricultura é a área responsável pela produção de alimentos incluindo o cultivo de plantas e criação de gado. Agricultura uma actividade milenar e universal e, com raras exceções podemos dizer que ela é praticada por todos os povos em todos os países do mundo.
Entretanto o modo ou a forma de pratica-la (sistema agrícola) difere muito de um lugar para outro, em função das condições climáticas, sócio-econômicas, culturais e técnicas das diferentes colectividades humanas, bem como das influências do meio físico e natural.
Agricultura é o principal agente propulsor do desenvolvimento comercial e, consequentemente, dos serviços nas pequenas e médias cidades. Basta um pequeno incentivo à agricultura para que se obtenha resposta nos outros sectores económicos (industriais, comerciais, exportação), a finalidade primordial da agricultura é a produção de matérias- primas para atender as necessidades humanas. Levando-se em conta que agricultura é uma das atividades fundamentais da humanidade e que dela depende, entre outras coisas, a alimentação de que o homem necessita; entender-se-á, então, o processo de organização regional como mecanismo ou instrumento para o seu desenvolvimento. Na óptica de Roberto Lobato Corrêa (1986)[5] Região «parte da superfície da terra caracterizada pela uniformidade resultante da combinação ou integração em áreas de elementos de natureza: o clima, a vegetação, o relevo, a geologia e outros adicionais que diferenciam ainda cada uma destas partes.
Assim, desde épocas remotas o uso e a ocupação do solo, através da agricultura, obedeceram a uma produção que era realizada para o autoconsumo da população, ou então, destinada a abastecer o mercado externo. A terra constitui o elemento primordial, sem o qual não se pode levar a efeito de produção agrária, por ser a base onde se instalam e se desenvolvem todas as actividades produtivas. Por não ser renovável, adquire valor especialmente quando escasseia, em relação ao número de população (Canedo, 1993)
Zona Rural - é o espaço compreendido no campo. É uma região não urbanizada, destinada a atividades da agricultura ou conservação ambiental. É no espaço rural onde se produz grande parte dos alimentos consumidos no espaço urbano. Muitas vezes as áreas rurais e urbanas não são facilmente identificáveis, em razão da grande integração que tem ocorridos entre eles. Na zona rural há áreas verdes, que podem ser naturais ou sobretudo, as atividades do sector primário de produção: agricultura, pecuária e extrativos. [6]
Interessante notar que no processo de desenvolvimento regional, tendo como base a agricultura familiar, com o local e o global se misturam, ou seja, ao mesmo tempo em se empregam a mão-de-obra especializada, maquinas modernas para plantar e colher, técnicas modernas de irrigação, utilização de insumos para correcções, sementes seleccionadas trangênicos na agricultura para elevar a produção e a renda do produtor, também nessa mesma área coexistiam agricultores familiares que, tendo sua área de cultivo (normalmente no quintal de sua casa ou numa em que vários agricultores utilizam para roçar), os mesmo plantam, colhem, irrigam, utilizam ferramentais braçais (enxadas, pás, gadanho) e a produção final é destinada à subsistência ou comercialização, ou então, as duas coisas, dependendo da quantidade produzida. Com isso, infere-se que mesmo uma comunidade, um povoado ou mesmo um assentamento rural, dependendo da quantidade produzida, pode movimentar o mercado local economicamente.
O processo de desenvolvimento regional a partir da agricultura deu-se, também, com os complexos agro-indústrias, de forma que esses complexos vieram possibilitar o fornecimento de vários derivados de produtos, movimentando o mercado regional e fortalecer as relações económicas por intermédios das exportações de produtos e, consequentemente, importação de maquinas mais avançadas tecnologicamente.
Existem pelo menos cinco razões fundamentais para que o desenvolvimento agrícola possa ser justificado como um dos objectivos prioritários de qualquer programa de desenvolvimento económico. Essas razões são:
1.    Necessidade de prover alimentos para uma população crescente e de fornecer matérias-primas para as novas indústrias;
2.    Necessidade de transferir mão-de-obra para os sectores não agrícolas da economia;
3.      Possibilidade de acelerar o processo de formação de capital para o desenvolvimento económico;
4.      Possibilidade de contribuir para o aumento da capacidade de importar;
5.      Necessidade de estimular o crescimento e a integração dos mercados internos para produtos manufacturados (Araújo e Achul,1975)

1.4 - O TRABALHO HUMANO NA AGRICULTURA

           
O trabalho de campo é sazonal. De um mês para outro variam as tarefas, não apenas as modalidades com a sua intensidade. Em extremos como naquelas empresas que se dedicam ao monocultivo, pois que elas alternam ao longo do ano períodos de intenso trabalho com outros em que este escasseia, e pode chegar de faltar totalmente. O trabalho do campo está limitado pôr circunstâncias ar, as chuvas não somente impedem o trabalho no exterior enquanto caem, mas que quando são abundantes privam a terra do necessário tempo para que os trabalhos sejam proveitosos. Uma boa parte do nosso país são poucos dias em que se perdem durante um ano por causa das chuvas, mas o mesmo não sucede nas terras do planalto e nas zonas chuvosas das mantas e florestas do Norte.
O trabalho do campo está limitado pela duração da iluminação solar, embora esse facto não se reconheça tanto assim nos trópicos em que a iluminação solar é durante ano interrupto de doze horas. Nos países do hemisfério do Norte é frequente adoptar-se trabalhos da jornada de trabalho variáveis segundo a estação do ano.
O trabalho agrícola impõe à maioria dos que praticam a necessidade de viver nas próprias empresas ou em aldeias e cidades vizinhas.   
Categorias de agricultores – Todos aqueles que vivem e dependem do campo consagrando a sua actividade a fazer da terra para que produza seus frutos, formam uma grande camada dentro do qual cabe apreciar muitas diferentes categorias: agricultores empresários e agricultores que trabalham sob dependência de outros.
Os empresários agricultores podem ser proprietários, arrendatários, grandes ou pequenos.                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                         
Grandes proprietários – na maior parte dos países encontramos grandes proprietários podem exceptuar-se certas zonas, como acontece em Angola nas zonas do litoral.
Médios proprietários – na maioria dos países, particularmente nos de modo de produção capitalista, existem agricultores acomodados que cultivam a terra por conta própria, valendo-se dos operários fixos e dirigindo pessoalmente a empresa, mas sem realizar propiamente dito trabalho manual, senão em contadas e muito poucas ocasiões.
Pequenos proprietários – são considerados pequenos proprietários que possuem extensões que não excedem as capacidades de trabalho de uma família média de um determinado espaço territorial.
Pequenos arrendatários – compartilham com o proprietário da terra, uma das características desta camada social, em muitos países com legislação moderna sobre a terra, é a existência de transmissão de pais para filhos do arrendamento da terra a preços muito reduzidos.
Os agricultores que trabalham sob dependência de outros podem ser encarregados ou directores de explorações, capatazes, especialistas, trabalhadores fixos e operários eventuais.
Agricultores assalariados, encarregados e capatazes: o posto mais elevado entre os assalariados da agricultura é ocupado pelos gerentes, administradores das grandes propriedades. Não nos referimos aos administradores de explorações arrendadas por não possuírem um vínculo agrícola permanente, senão exclusivamente administrativa de cobrar rendas. A frente das grandes propriedades cultivadas por conta dos sus donos encarregados com funções muito variada, por vezes essas mesmas funções são muito amolas, mas hoje em dia são raras as situações como estas, já que hoje em dia a gestão de uma exploração é cada vez mais complexa, necessitando-se, por isso, a presença dos donos para impor a vigilância assídua e competente, aliás, os únicos que podem delegar funções para execução por parte dos seus subordinados. É frequente encontrar encarregados de exploração agrícolas elementos de origem camponesa com experiência e dotados de bom talento natural, mas possuidores de pouca cultura, tanto técnico agronómico como geral, resultando dai dificuldades de adaptação todo e qualquer tipo científico. Por fim, devemos mencionar aqui os capatazes que têm a seu cargo a missão de fiscalizar a vigilância de determinado grupo de trabalhadores, normalmente operários que realizam um determinado trabalho.
Operários especializados - Entre os operários especializados que se encontram nas explorações agrícolas citaremos em primeiro lugar, pela sua importância, os operários agrícolas que dedicam ao gado: pastores, porqueiros, e outros que trabalham nos aviários, nos estábulos e ordenhas, assim os operários das hortas.
Operários fixos - Em muitas explorações ou empresas agrícolas existem um número considerável de operários fixos contratados por períodos longos, geralmente mais de um ano ou por um tempo indefinido.


CAPÍTULO II - EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA AGRICULTURA EM ANGOLA ANTES DA INDEPENDÊNCIA ATÉ PERÍODO ACTUAL


2.1 - AGRICLTURA E A DIVERSIFICAÇÃO DA ECONOMIA ANGOLANA


Antes da independência (1975), o desenvolvimento económico assentava, em grande medida no sector agrícola, Angola foi um produtor agrícola comercial, gozando de auto- suficiência alimentar e exportando grandes quantidades de culturas alimentares como milho, mandioca e feijão, e comercializáveis como o café, sisal e o algodão. Entre 1960 e 1973, o PIB real aumentou há uma taxa de 13% ao ano e durante o mesmo período a produção de café passou de 100000 toneladas para 210000 toneladas, o sector agrícola foi o mais dinâmico da economia de Angola durante administração Portuguesa, até 1974, contribuindo com metade de grandes exportações empregando 40 porcento da população activa, 6500 grandes empresas agrícolas. O país chegou a ser o 3º maior produtor mundial do café, além do importante produtor de cana-de-açúcar. Em 1975, Angola possuía uma economia diversificada, incluindo uns dos mais desenvolvidos sectores industriais da África Subsariana. O que primeiro aconteceu em Angola, logo após a revolução de 25 de Abril Portugal, foi a generalizada descapitalização das empresas – os proprietários deixaram de injectar capitais devido a instabilidade da situação política na metrópole – seguida, quando se tornou claro que a independência de Angola seriam umas das consequências naturais do fecho do ciclo fascista em Portugal, duma transferência fraudulenta e fuga maciça de todo tipo de recursos (financeiros e materiais) para o exterior, o que obrigou uma intervenção na Banca, mesmo antes da independência. A fuga dos proprietários, quadros e gestores, provocada pelo agravar da situação militar e da instabilidade social por todo o país, deu o golpe de misericórdia sobre as empresas agrícolas e industriais, inviabilizando o seu funcionamento, reflectindo-se o fecho, a paralisação ou a redução drástica da sua actividade no início da maior crise económica e social jamais acontecida em Angola.          
A longa guerra civil Angolana (1975- 2002), destruiu em grande parte a base agrícola comercial do país. Em consequência do conflito armado a grande maioria da população rural das regiões de Angola recorreram a uma agricultura de subsistência para sobreviverem e melhorar as suas condições de vida. Actualmente segundo a Organização das Nações Unidas, Angola é o 16º país com maior potencial agrícola no mundo, mas afirma que 3% da terra esta sendo cultivada.
Apesar dos progressos registados nos últimos tempos, com a paz e principalmente com a decisão da diversificação da economia, acordados nos programas de combate a pobreza, a fome, extensão rural, crédito agrícola e comércio rural, a agricultura angolana continua ter uma contribuição escassa no PIB. A falta de coerência entre as politicas e a legislação, por um lado, e as estratégias de execução e praticas governamentais, por outro, é umas das razões do menor despenho do sector. A mais notória diz respeito as verbas atribuídas ao sector no OGE, que têm estado em decréscimo nos últimos anos, exactamente depois da decisão sobre a diversificação da economia. Outra estreitamente ligada a primeira, é a revelada pela secundarização da agricultura familiar, com o programa do Governo para o período chamada estratégia 2025 de Longo Prazo.
O executivo reconhece o sector agrícola como sendo uma das áreas com o potencial para o aumento considerável das exportações, mas esse potencial tem de ser analisado de forma estratégica, baseado não só na dimensão nacional, mas também nas oportunidade existentes nos mercados internacionais.  
O deficiente desempenho do sector agrícola é ainda resultado da fraca capacidade de influência junto de instituições – chaves com poder para afectação de recursos que coadunem com o que dele se espera como contribuição para o PIB. Isto diz respeito o Ministério da Agricultura e também a falta de organização dos diferentes tipos de produtores, como provedores de serviços, por exemplo em associações representativas ou em federações de cooperativas, com mais diálogo, com capacidade apresentação de projectos de qualidade e maior capacidade ao nível Municipal e Provincial, sector poderia defender o aumento de verbas no OGE, com argumento de se procurar atingir o compromisso assumido pelo Governo Angolano no contexto do Comprehensive Africa  Agriculture Development Programme( CAADP) pelo NEPAD e pela SADC, de investir 10% do PIB na Agricultura.
Actualmente, agricultura em Angola gera menos de 10% no Produto Interno Bruto (PIB). Todavia, proporciona emprego e contribui para segurança alimentar de mais de dois terços da população economicamente activa do país. Estima-se que apenas cerca de 20 a 30% de todas terras agrícolas estejam a ser utilizadas actualmente, sendo 90% dessas terras (uma média 1,4h por agregado familiar), utilizadas por agricultores que se dedicam a agricultura de subsistência e os restantes 10% utilizados para agricultura comercialmente orientada.[7]  
Actualmente o País dispõe de uma superfície cultivável de cerca de 35 milhões de hectares, dos quais apenas 5 milhões de hectares estão sendo cultivadas, na perspectiva de aumentar de modo substancial, a safra agrícola. De realçar que existem programas e projectos de investimento no sector agrícola um exemplo é a recuperação da cultura do café que tem sofrido quedas brusca ascendendo nos últimos tempos em 12.550 toneladas de acordo com a campanha agrícola dos últimos dois anos e um outro exemplo é cultura do algodão que esta sendo produzido para o abastecimento de matérias-primas a indústria têxtil, a fim de fortalecer a classe empresarial e melhoria das condições de vida das populações.



















2.2 - AGRICULTURA ANGOLANA E OS INSTRUMENTOS DO PND PARA O DESENVOLVIMENTO DO CAMPO


O Plano Nacional de Desenvolvimento (PND) para 2013-2017 inicia um novo ciclo da história e experiência do sistema de planeamento de Angola. De facto, é o primeiro plano de médio prazo elaborado no quadro da nova Constituição do País e após a provação da Lei de bases Gerais do Sistema Nacional de Planeamento.
O presente plano abrange também um período de grande importância para o futuro do País, situa-se no meio-percurso da Estratégia Nacional de Desenvolvimento de Longo Prazo “ Angola 2025” após o grande esforço que foi realizado para construir o País destruído por uma décadas de guerra, Angola entrou na fase de Modernização e de Sustentabilidade e Crescimento e na valorização do Homem Angolano.
O PND 2013-2017 será o veículo principal que, à luz da Estratégia Angola 2025, deverá orientar e intensificar o ritmo e a qualidade do desenvolvimento em direcção ao rumo fixado aumentar a qualidade de vida do povo angolano de Cabinda ao Cunene, transformando a riqueza potencial que constituem os recursos naturais de Angola em riqueza real e tangível dos angolanos.
Estabilidade, Crescimento e Emprego constitui a ideia-foça do PND 2013-2017. Sem estabilidade, não só Económica, mas também Política, Social e Institucional, não haverá Crescimento Económico Sustentado e sem este não existirá Emprego. Sem Emprego, não existirá Riqueza e Rendimento e não se consegue combater a pobreza e melhorar as condições de vida da população.
Gerar Emprego, qualificado, competitivo e adequadamente remunerado, em particular para os Jovens e para gerações vindouras, é um grande objectivo nacional, para que tal aconteça, há que garantir os pressupostos básicos necessários ao Desenvolvimento preservar a estabilidade macroeconómica; promover uma Politica nacional de População; Promover uma política Activa de Emprego e valorizar dos Recursos Humanos Nacionais; Aumentar a Produtividade e Transformar, Diversificar e Modernizar a Estrutura Económica do País.
O PND 2013-2017 será o instrumento essencial para que o crescimento da economia angolana seja essencialmente suportado na diversificação da estrutura económica nacional. Com este objectivo o PND 2013-2017 contém uma Política Nacional de Promoção e Diversificação da Estrutura Económica Nacional.[8]

2. 2.1 - Prioridades para o desenvolvimento sectorial da agricultura

O Plano Nacional de Desenvolvimento 2013-2017 estabelece como grande objectivo do sector da agricultura: promover o desenvolvimento integrado e sustentável do sector agrário tomando como referência o pleno aproveitamento do potencial de recursos naturais, produtivos e a competividade do sector, visando garantir a segurança alimentar e o abastecimento interno, bem como realizar o aproveitamento das oportunidades relacionadas aos mercados regionais e internacionais.
Como objectivos específicos o plano refere-se:
1.    Desenvolver uma agricultura competitiva, assente na reorientação da produção familiar para o mercado e no relançamento do sector empresarial.
2.    Reabilitar e expandir as infraestruturas de apoio à produção agro-pecuária.
3.    Estimular práticas de natureza associativa e empresarial no quadro de estratégias integradas com vista ao desenvolvimento das fileiras de produção agro-pecúaria.
4.    Alcançar a auto-suficiencia dos produtos alimentares de base.
5.    Relançar culturas de rendimento com perspectivas de rentabilidade e com tradição no território, de forma a promover o aumento do rendimento dos produtores e das exportações nacionais.
6.         Reduzir as importações e contribuir para diversificação da atividade económica.
7.         Promover a prática do regadio para o aumento da produtividade e competitividade da agricultura e como meios capazes de mitigar de forma efectiva os efeitos das mudanças climáticas.
8.         Fortalecer o sistema de investigação agrária como instrumento para o desenvolvimento técnico, tecnológicos e científico.
9.         Promover a criação de emprego e contribuir de forma significativa para o aumento dos rendimentos da agricultura familiar e para o relançamento do sector empresarial.   


Tabela nº  1 - Indicadores dos objectivos do Sector Agrícola

Indicadores
Ano base
Metas
2012
2013
2014
2015
2016
2017
Produção de cerais (toneladas)
1.408.826
2.292.334
2.602.320
2.872.681
3.176.62
3.520.990
Produção de leguminosas (feijão, amendoim e soja)

564.966

630.935

836.103

1.033.5588

1.192.041

1.368.298
Produção de raízes e tubérculos (mandioca, bata rena e batata doce)

16.219.865

24.072.833

26.865.240

30.621.555

34.161.578

37.815.136
Produção de frango
5.377
20.390
20.390
25.668
36.602
41.322
Produção de carne bovina
10.005
11.906
14.169
16.861
251.134
266.809
Produção de carne caprina
40
207.860
205.261
210.803
225.155
222.340
Produção de ovos
7.526
7.734
7.948
8.169
8.395
8.627
Evolução da procura do leite (Milhares de Litros/ano)
52.545
236.240
429.817
633.675
848.228
1.073.905
Volume de produção nacional de leite (Milhares de Litros/ano)

0

11.812

34.385

69.704

118.752

118.752
Efectivo pecuário leiteiro
0
719
3.271
7.234
12.911
24.518
Procura interna de açúcar (Milhares de toneladas/ano)
389.221
399.730
410.523
421.607
432.990
444.681
Volume de produção de açúcar (Ton/ano)

n.d

n.d

28.737

67.457

86.598

124.511
Fonte: Plano Nacional de Desenvolvimento (2013 – 2017)                                          Elaborado: Rosa Paulo

                2.2.2 - Programa de Desenvolvimento do Sector Agrícola (2013-2017)

Programas
Medidas de Política
De fomento da atividade produtiva
1.Realizar Acções de apoio às Campanhas Agrícolas
2. Fomentar a produção de sementes 
Desenvolvimento da Agricultura Familiar.
1.      Reabilitar e construir 30 Estações de Desenvolvimento Agrário
2.      Promover a Correcção da Acidez dos Solos
3.      Incentivar a Agricultura Familiar orientada para o mercado.
4.      Implementação de polos de desenvolvimento agro-pecuário
5.      Aumentar a capacidade de assistência técnica aos produtores.
Desenvolvimento da Agricultura Comercial
1.      Assegurar a instalação dos Polos agro- industrial de Capanda, Cubal, Longa Quizenga, Pedras Negras, Camabatela
2.      Reabilitar estações experimentais de café de Amboim e Ganda
3.      Promover uma campanha de marketing do café de Angola
4.      Promover a implementação de projectos agrícolas de largas escalas
Fonte: Plano Nacional de Desenvolvimento (2013 – 2017)                                     Elaborado: Rosa Paulo

            Segundo o programa do fomento da actividade produtiva, a Campanha agrícola 2013/2014 previu atingir uma produção de 23,4 milhões de toneladas de diversos produtos conseguida através da exploração de terrenos com uma área de 5,6 milhões de hectares com vista a atingir a auto-suficiencia alimentar no domínio de raízes e tubérculos (mandioca, batata doce e rena), das leguminosas (feijão, amendoim e soja). Na Campanha agrícola 2013/2014, o IDA prevê assistir 730 mil famílias de todo o país, a partir das suas 131 Estações de Desenvolvimento Agrário.
            Dados estáticos da campanha agrícola 2013-2014, com realce das culturas dos cerais, raízes e tubérculos, das leguminosas, hortícolas e das aviculturas.

Tabela nº 02 - Evolução da produção agrícola por grupo de culturas (2013-2014)


Produtos
Produção /Toneladas
2013
2014
Cerais
1.672.184
1.820.350
Raízes/Tubérculos
18.281.558
10.240.000
Leguminosas
514.041
1.800.000
Hortícolas
5.448.981
6.240.400
Fonte: Ministério da Agricultura  (2015)                                                                     Elaborado: Rosa Paulo
           
O quadro da uma ideia da evolução da produção agrícola por grupos de culturas 2013-2014.
            Atendendo a fileira dos cerais a produção atingiu uma cifra de 1.672.184 toneladas em 2013, no qual contabilizou-se em 48% e 1.820.350 atingindo os 52% em 2014, com um aumento na ordem dos 4% conforme indica o gráfico abaixo.

                    Gráfico nº 1 - Produção Agrícola de Cereais (2013-2014)

            Fonte: Elaboração – 2015

Gráfico nº 2 - Produção Agrícola de Raízes / Tubérculos (2013-2014)

            Fonte: Elaboração – 2015

Quanto a produção de raízes e tubérculos a produção para o ano de 2013 atingiu a cifra 18.281.558t na ordem dos 64% em relação ao ano de 2014 a produção baixa atingindo a cifra de 10.240.000 na ordem dos 36%.

Gráfico nº 3 - Produção Agrícola de Legumes (2013-2014)

            Fonte: Elaboração própria - 2015
A produção das leguminosas as cifras apresenta-nos o seguinte: 514.041t contabilizando em 22% para o ano de 2013 e 1.800.000 contabilizando em 78%, tendo constatado um aumento na ordem dos 56% em 2014.

            Gráfico nº 4 - Produção Agrícola de Hortícolas (2013-2014)

            Fonte: Elaboração própria - 2015

Para a produção das hortícolas, Angola obteve uma produção de 5.448.981t em 2013 contabilizando os 46% e 6.240.000t na ordem dos 54% para 2014, registando um aumento de 8%.  











Tabela nº 03 - Evolução da produção da avicultura (2013-2014)

Produto
Produção /Toneladas
2013
2014
Ovos
18.000.000
25.000.000


Gráfico nº 5 - Produção de Ovos (2013-2014)

            Fonte: Elaboração própria - 2015

            Atendendo o subsector da avicultura, a produção do ovo em Angola atingiram as cifras de 18.000.000 t contabilizando 41% para o ano de 2013 e os 25.000.000t na ordem dos 59% para o ano de 2014, registando se um aumento de 7.000.000 de toneladas de ovos. Com base nos indicadores dos objectivos e metas até 2017 a produção do ovo revela bons resultados ultrapassando as espectativas de 8627 toneladas. Isto deve se ao forte investimento da parte dos produtores e das medidas tomadas pelo sector no campo da importação do ovo.




2.3 - A PERSPECTIVA DA AGRICULTURA EM ANGOLA E O REFLEXO DOS PREÇOS DOS ALIMENTOS EM LUANDA


No que tange a problemática da diversificação da economia o sector agrícola posiciona-se como prioritário; afigura-se cada vez mais importante no contexto nacional. A perspectiva da agricultura em Angola configura-se nas estruturas económicas que preservem os interesses do país; segundo o titular da pasta Afonso Pedro Canga a perspectiva da agricultura centra-se no fortalecimento da produção nacional, na Recuperação e Desenvolvimento da Área do café em grande escala, a produção do algodão que esta em fase de crescimento tendo em vista o abastecimento de matérias-primas à industria têxtil em reabilitação.
As infraestrutura de conservação da produção agrícola, também uma das perspectiva da agricultura que esta em fase de conclusão a construção de silos nas diferentes localidades do país, com uma capacidade de 150 mil toneladas; uma outra é o sistema de Regadio para o Desenvolvimento Rural isto é a sustentabilidade dos recursos dos solos, hídricos, energia, as condições fisiográficas, afim de aluvionar mais intensivo em trabalho e capital. A gestão dos perímetros agrícola irrigados também com boas pespectivas para agricultura sendo reabilitado o perímetro irrigado do Mucosso no Município de Cambambe (Cuanza Norte), para o reforço da produção Fruticultura. «É uma perspectiva estratégica o mesmo beneficiará chafarizes comunitários destinado atender cerca de 1700 populares residentes no perímetro adjacente ao projecto» conforme ilustra a figura.

Figura nº1 -  Perímetro Irrigado Agrícola do Mucosso
            Fonte: Angop                                                                                        foto: Lucas Leitao

2.3.1 - O reflexo dos preços dos alimentos em Luanda

Com base na conjuntura financeira que o país vive nos últimos meses, o reflexo dos preços dos alimentos está em alta, face a queda do preço do petróleo no mercado internacional.
O Governo decretou uma quota máxima de importação de produtos da cesta básica para este ano (2015), que ronda os dois milhões de toneladas, com realce para o óleo alimenta, arroz e açúcar, com objectivo de reduzir paulatinamente estas compras. Urge assegurar a Reserva Estratégica Alimentar para garantir a segurança alimentar e nutricional das populações, sendo imprescindível a tomada de medidas regulatórias do mercado importador e da distribuição e comercialização de produtos alimentares e não alimentares, cuja oferta doméstica assegure mais de 60% do consumo nacional. Desta forma, o documento fixa para todo o ano em curso (2015) uma quota geral de importação de 2.045.440 toneladas de produtos da cesta básica, fixando o óleo alimentar em 334.001 toneladas, farinha de milho 99.001 toneladas, farinha de trigo 688.000, sal em 100.000, arroz em 457.000, e o açúcar ronda em 367.438 toneladas respectivamente. O país garante uma produção anual de 20.890.000 de hectolitros, 324 milhões de ovos e 944.100 toneladas de hortofrutícolas. 

Tabela nº 4 -  Preços dos alimentos agrícolas no mercado formal e informal período de 10 à 15 de Fevereiro de 2015


Grupos de Culturas

Produtos
Max
Mer. São Paulo
Preço /kg
Preço


Cerais
Fuba de milho, 1kg
Fuba de bombó, 1kg
Arroz, 1kg
275
275
248
120
100
150


Raízes e Tubérculos
Batata rena,1kg
Batata-doce,1kg
Mandioca,1kg
160
175
200
200
250
200

Leguminosas
Feijão,1k
Óleo soja
251
219
300
300
Hortícolas
Tomate,1kg
Cebola, 1kg
Alho, 1kg
470
219
645
200
200
300
Avicultura
Ovos, 24
600
               960
Outros bens 
Alimentares
Açúcar,1kg
Massa alimente
Sal,kg
Leite em pó
169
109
69
2.495
180
120
120
2.700

2.4 - AGRICULTURA FAMILIAR COMO COMPLEMENTO ALIMENTAR E ORIENTADA PARA O MERCADO


A aquisição de alimentos da agricultura familiar oferece entre outros benefícios, uma nova oportunidade de mercado para produtos alimentícios oriundos do campo. Agricultura Familiar tem ajudado a resgatar e fortalecer a produção nacional, bem como potenciar o desenvolvimento rural e a redução da pobreza. Uma das medidas e políticas de desenvolvimento do programa do desenvolvimento da agricultura familiar é, a inserção dos agricultores familiares para o mercado. É necessário capacitar os agricultores desde o uso da tecnologia utilizados no campo, a criação ao crédito aos agricultores familiares, abertura das estradas secundárias e terciárias, vitais para ligação entre as áreas rurais e os centros de consumo. O ministro da Agricultura e Desenvolvimento Rural, Afonso Canga, afirmou, em Saurimo, que a agricultura familiar desempenha um papel fundamental no combate à fome e à pobreza, na produção de alimentos, na geração de empregos e no processo de desenvolvimento do meio rural.

Figura nº 2 - Campo Agrícola da Caope Velha
Fonte: Município de Cacuaco, 2015
 De acordo com o governante, que falava na cerimónia de abertura do II Conselho Consultivo do Minagri, o Executivo dedica e continuará a dedicar recursos financeiros ao desenvolvimento da agricultura familiar, para que progressivamente esta possa passar de uma agricultura de subsistência para uma de rendimento orientada para o mercado.
Afonso Canga considerou ainda a agricultura familiar como um elemento fundamental para a segurança alimentar e nutricional nas comunidades rurais.
Informou, por outro lado, que o governo angolano está a reunir esforços no sentido de ver cada vez mais melhorada a produção agrícola no país em todas as vertentes, de forma a reduzir significativamente a fome e a pobreza - sobretudo nas comunidades rurais. «O incremento da produção de forma sustentável e tendo em conta as necessidades crescentes no país implicará o alargamento das áreas de cultivo e a elevação da produtividade e dos rendimentos por unidade de superfície ou por espécie animal», disse.
Afonso Canga explicou, ainda, que o alargamento das áreas cultivadas vai ser possível com a incorporação no processo produtivo de mais equipamentos e máquinas para preparação de terras, bem como expandindo o uso de material genético melhorado e mais produtivo.



















2.5 - MECANIZAÇÃO DA AGRICULTURA UMA APOSTA PARA DIVERSIFICAÇÃO DA ECONOMIA


O campo nunca mais foi o mesmo desde que o homem começou a investir máquinas que o auxiliassem no trabalho com a terra. Isto é facto de tamanha importância para a humanidade quanto as grandes descobertas, invenções e revoluções que ocorrem em qualquer época do desenvolvimento humano. Pois a mecanização do campo é uma das grandes responsáveis pelo desenvolvimento humano. Sem ela, o próprio crescimento da população do planeta estaria em risco, bem como a qualidade de vida de todos nós.
Mas o que faz exactamente, a mecanização. Ela ajuda o produtor agrícola a preparar o solo para a plantação, fazer a manutenção das lavouras, transforma o processo de plantio e colheita em operações rápidas e eficientes. Arados, colheitadeiras e tractores, são as grandes ferramentas de trabalho da agricultura moderna. O tractor é símbolo da mecanização na agricultura, mas que um símbolo poderia dizer, pois é o principal ponto de referência para os índices de mecanização no campo.[9]
Em Angola a relação entre agricultura e máquinas contínua ser quase que nula e o recurso com as enxadas, catanas e outros instrumentos impõe-se como alternativa, o que faz com essa actividade sirva apenas para sobrevivência, já que preparar a terra e fazer grandes lavouras com os meios rudimentares requerer imensa mão-de-obra e tempo. Hoje milhões de hectares são preparados manualmente e através de atracção animal, enquanto a mecanização no sector agrícola tarda. Segundo o economista Ezequiel Rodrigues Loth em declaração a Angop afirmou que se deve abandonar a prática da agricultura através de meios rudimentares, pelo que a mecanização do campo vai mudar a rotina da produção e as relações de trabalho nas zonas rurais, considerou que deve-se potenciar as associações e cooperativas de camponeses com máquinas como tractores, colheitadeiras e semeadeiras, tecnologias que aumentam a produção em grande escala. Disse ao Jornal de Angola o presidente do Conselho de administração da Mecanagro, Carlos Alberto Jaime que a mecanização no país abrange apenas os cinco porcento (5%) da agricultura. Disse que pretende-se atingir os 15 a 20% no presente ano ou nos próximos, o que significa que, no mínimo, deve-se ter uma capacidade de mobilização de 600 mil hectares por ano. Disse ainda para desenvolver agricultura em grande escala e com suporte tecnológico, o país deve atingir essa capacidade de mobilização e de intervenção de meios mecanizados. Por exemplo, referiu, a colheita dos cerais e do algodão exige a utilização de equipamentos preparados para esse fim, pois faze-lo a mão torna a cultura muito cara, sobretudo do ponto de vista da mobilização de mão-de-obra. Tem que pensar na auto-suficiência alimentar, que depende da produção em grande escala. Isto é, a utilização das colheitadeiras, semeadores de alta precisão, bem como a aposta nos canais e técnicas modernas de irrigação, com estes equipamentos os índices de rentabilidade e a produção vão ser maiores.

























2.6 - SITUAÇÃO DA AGRICULTURA NO OGE 2013-2015


No âmbito das estratégias da diversificação da economia, o Sector Agrícola afigura-se entre as oito áreas não petrolíferas identificadas.
Não obstante a produção agrícola constituir um dos principais factores indutores do crescimento do PIB nacional, a dinâmica recente exibida pelo sector agrícola tem marcado abrandamentos ao ritmo de crescimento do PIB não petrolífero por flutuações severas e preocupantes.

Tabela nº 5 - OGE no Sector da Agricultura (2013-2015)

Orçamento Geral do Estado, Sector da Agricultura (2013 - 2015)

2013
2014
2015
Mil Milhões de kz
73,3
41,9
53,9
% OGE total
1,1
0,66
0,6
Fonte: OGE                                                                                                        Elaborado: Rosa Paulo, 2015

Gráfico nº 06: Agricultura no OGE

Fonte: Elaboração própria – 2015

Como se pode constar não se pode esperar o aumento do papel da agricultura no PIB, quando se reduzem consecutivamente, ano após ano, as verbas para o sector.
 Segundo a OPSA e ADRA, defendem que deveriam aumentar as verbas, não apenas no que respeitam ao investimento público como também em relação aos custos de funcionamento. Na verdade, dada a situação extremamente frágil do aparelho de assistência técnica aos pequenos agricultores, eles não têm condições para aumentarem a produtividade, só aumentará se o sistema de assistência técnica melhorar. Assim sendo, para recuperar, melhorar e atingir níveis de produção e de produtividade que tenham impacto positivo no crescimento do PIB, o sector da agricultura têm que ter mais técnicos.
                  

Tabela nº 6 - Níveis de produtividade no PIB

Ano
2013
2014
2015
%
42
12
7,9
Fonte: Ministério da Agricultura                                                     Elaborado: Rosa Paulo, 2015
   

Gráfico nº 7 - Níveis de produtividade no PIB

Fonte: Elaboração própria - 2015

Como se pode constar os níveis de crescimento da produtividade no sector agrícola tende diminuir a cada ano. Em 2013 a produção real no sector foi de 42%, sendo que em 2014 os níveis de produção atingiram em 12% em baixa na ordem dos 30% comparativamente o ano homólogo de 2013. E em 2015 a perspectiva de crescimento rondava em 12,3% inicialmente, com o OGE revisto a perspectiva de crescimento passa para os 7,9% do PIB.



CAPÍTULO III - ESTUDO DE CASO

3.1 - ANÁLISE PRÁTICA ESTUDO DE CASO DO MUNICÍPIO DE CACUACO


Cacuaco é um Município da Província de Luanda em Angola, possui cerca de 571km de área geográfica, limita a Sul com os Municípios de Viana e Cazenga, a Oeste com o Oceano Atlântico e o Município de Sambizanga e a Norte e Leste com o Município de Dande localizada na Província do Bengo. Possui três Comunas: Cacuaco, Kicolo e a Funda com uma população estimada em 883 mil habitantes o seu Administrador Carlos Alberto Cavuquila.
Com base no levantamento feito o Município de Cacuaco possui uma população agrícola estimada em 1358 famílias agrícolas identificadas representados por 1000 do sexo masculino e 358 do sexo feminino. Distribuídos em 14 cooperativas e 3 associações.
Principais culturas cultivadas em grande escala são: couve, alface, gimboa, nabo, salsa, batata-doce e rena, quiabo, cebola, tomate, pimento e outros produtos diversos.
Atendendo o PND 2013-2017 o sector agrícola local fez chegar aos associados galinhas, sementes, através do programa de fomento da actividade produtiva aos pequenos produtores.
O trabalho foi feito uma pesquisa de carácter exploratório através de entrevistas feitas aos camponeses e aos agricultores mediante a um questionário estruturado disfarçado.
O questionário foi elaborado através de dois blocos. O primeiro bloco são questões ligadas aos agricultores e o segundo bloco questões ligadas aos camponeses.










3.2 - RESULTADOS DO DIAGNÓSTICO EFECTUADO


Bloco I questões efectuados aos agricultores  
1 - Porque é que agricultura é sector importante no processo de diversificação da economia angolana?  

Tabela nº 07: Importância da agricultura no processo de diversificação da economia.

EMPRESA AGRÍCOLAS
a
b
c
d
Terra verde
1



Aminova
1



Gimanabu
1



Men sol



1
Mengue Lda
1



Assapa
1



Total 
5


1
Fonte: Estudo de Caso                                                                                          Elaborado: Rosa Paulo, 2015
 

Gráfico nº 8 – Importância da agricultura no processo de diversificação da economia

  Fonte : Estudo de  Caso                                                                                     Elaboração: Rosa Paulo, 2015

90% dos agricultores entrevistados  disseram que agricultura é apresentado como sector importante no processo de diversificação da economia angolana porque contribui na redução da fome e da pobreza, ao passo que 10% dos entrevistado foram para opção porque o sector é gerador de grande parte dos rendimentos das famílias rurais.
Respostas:
a)         Porque grande parte do emprego o da economia está na agricultura.
b)        Porque agricultura é área produtora de alimentos
c)         Porque grande parte do emprego da economia está na agricultura
d)        Porque o sector é gerador de grande parte dos rendimentos das famílias rurais.
2 - O sector agrícola em Angola contribui para a riqueza nacional?

Tabela nº 8 - O contributo do Sector Agrícola para riqueza nacional

EMPRESA AGRÍCOLAS
Sim
Não
Terra verde
1

Aminova
1

Gimanabu
1

Men sol
1

Mengue Lda
1

Assapa
1

Total 
6

     Fonte: Estudo de  Caso                                                                                  Elaboração: Rosa Paulo, 2015
   

Gráfico nº 9 - O contributo do sector agrícola para riqueza nacional

  Fonte: Estudo de  Caso                                                                                  Elaboração: Rosa Paulo, 2015

Todos os agricultores responderam que o sector agrícola em Angola contribui para riqueza nacional.









3 - Se sim diz porque a resposta é sim

Tabela nº 9 - Justificativa

Empresa Agrícolas
a
b
Terra verde


1
Aminova


1
Gimanabu


1
Men sol


1
Mengue Lda
1


Assapa


1
Total 
1

5
Fonte: Estudo de  Caso                                                                                       Elaboração: Rosa Paulo, 2015

Gráfico nº 10 - Justificativa

     Fonte : Estudo de  Caso                                                                               Elaboração: Rosa Paulo, 2015

90% dos agricultores justificaram porque tem contribuído com mais de 10% no PIB e 10% justificaram dizendo porque garante a estabilidade nacional.
Respostas:
a)     Porque garante estabilidade nacional
b)   Porque as zonas rurais e urbanas dependem unicamente deste sector
c)    Porque tem contribuído com mais de 10% no PIB.




5 - Como aumentar a produção agrícola nacional?

Tabela nº10 - Aumento da produção agrícola

Empresa Agrícolas
a
b
c
d
Terra verde



1
Aminova



1
Gimanabu



1
Men sol

1


Mengue Lda


1

Assapa


1

Total 

1
2
3
Fonte: Estudo de  Caso                                                                                       Elaboração: Rosa Paulo, 2015


      Gráfico nº 11 - Aumento da produção agrícola nacional

Fonte: Estudo de  Caso                                                                                    Elaboração: Rosa Paulo, 2015

Para aumentar a produção agrícola nacional 50% dos entrevistados agricultores apontaram que deve se aumentar a tecnologia ao passo que 17% disseram que deve se evitar a importação e os 33% dos entrevistados agricultores disseram que deve se aumentar a mão-de-obra qualificada.
Respostas:
a)         Promovendo agricultura familiar
b)        Evitar a importação
c)         Aumentar a mão-de-obra qualificada
d)        Aumentar a tecnologia.

6 - Quais as oportunidades para desenvolver actividade agrícola?

Tabela nº 11 - Oportunidades para desenvolver actividade agrícola

Empresa Agrícolas
a
b
c
d
Terra verde
1



Aminova



1
Gimanabu



1
Men sol
 1



Mengue Lda


1

Assapa



1
Total 
2

1
3
Fonte: Estudo de  Caso                                                                                    Elaboração: Rosa Paulo, 2015

Gráfico nº 12 - Oportunidades para desenvolver actividade agrícola

  Fonte: Estudo de  Caso                                                                                 Elaboração: Rosa Paulo, 2015
Dos agricultores entrevistados 50% disseram porque garante emprego, sendo que, 33% disseram que se deve sair da pobreza e reduzir a fome e os 17% optaram por dizer que uma das oportunidades para desenvolver actividade agrícola é a garantias de rendimentos nas famílias.
Respostas:
a)         Sair da pobreza e reduzir a fome
b)        Garantir a segurança económica e alimentar
c)         Garante rendimentos nas famílias
d)        Garante emprego



7 - Qual o contributo da agricultura familiar para segurança alimentar sustentável

Tabela nº 12 - Contributo da agricultura familiar para segurança alimentar sustentável

EMPRESA AGRÍCOLAS
a
b
c
d
Terra verde

1


Aminova
1



Gimanabu

1


Men sol

1


Mengue Lda
1



Assapa

1


Total 
2
4


Fonte: Estudo de  Caso                                                                                    Elaboração: Rosa Paulo, 2015

Gráfico nº 13 – Contributo da agricultura familiar para segurança alimentar sustentável

Fonte: Estudo de  Caso                                                                                    Elaboração: Rosa Paulo, 2015

67% Dos agricultores entrevistados aptaram por dizer que deve se melhorar a segurança alimentar e nutricionista, sendo que os 33% dos agricultores entrevistados reponderam que deve se localizar as atenções importante para irradicação da fome e da pobreza.
Respostas:                                                                                                
a)    Focalizar as atenções importante para irradicação da fome e da pobreza
b)   Melhorar a segurança alimentar e nutricionista
c)    Promover a mudança rumo ao desenvolvimento mais equitativo e equilibrado
d)   Criar sinergia para sustentabilidade.
Bloco II -  Questões efectuados aos camponeses
  
01 - Têm acesso ao crédito agrícola elaborado pelo Governo aos pequenos agricultores

Tabela nº 13 - Acesso ao crédito agrícola

Nº de Camponeses 
Sim
Não
40
15
25
   Fonte: Estudo de  Caso                                                                                    Elaboração: Rosa Paulo, 2015

Gráfico nº 14 - Acesso ao crédito agrícola

  Fonte: Estudo de  Caso                                                                                    Elaboração: Rosa Paulo, 2015

63% Dos camponeses entrevistados não têm acesso ao crédito bancário ao passo que 37% dos camponeses possuem crédito bancário.










02 - Como é feita a comercialização dos vossos produtos apôs a colheita

Tabela nº 14 - Comercialização dos produtos apôs a colheita

Nº de Camponeses 
a       
b
40
0
35
5
Fonte: Estudo de  Caso                                                                                    Elaboração: Rosa Paulo, 2015

Gráfico nº 15 - Comercialização dos produtos apôs a colheita

   Fonte: Estudo de  Caso                                                                                    Elaboração: Rosa Paulo, 2015

Com relação a comercialização dos produtos feita apôs a colheita 87% dos camponeses entrevistados responderam que é feita no Mercado Informal (Praça), apenas 13% dos camponeses vendem em Mercado Formal (Lojas).








03 - Quias são as principais dificuldades que vocês têm enfrentado ao longo da vossa actividade

Tabela nº15 - Dificuldades enfrentadas ao longo das actividades

Nº de Camponeses 
a
b
c
d
40
12
5
18
15
Fonte: Estudo de  Caso                                                                                    Elaboração: Rosa Paulo, 2015

Gráfico nº 16 – Dificuldades enfrentadas ao longo das actividades

    Fonte: Estudo de  Caso                                                                                  Elaboração: Rosa Paulo, 2015

Dos 40 camponeses entrevistados 36% deste disseram que as dificuldades que têm enfrentado ao longo das suas actividades tem sido a situação climática, 30% apontam a falta de dinheiro, 24% disseram que é a falta de meios tecnológico e 10% dizem que têm dificuldade no escoamento do produto.








04 - A venda da produção cobre com os gastos que têm feito

Tabela nº 16 - Situação dos gastos que têm feito

Nº de Camponeses 
Sim
Não
40
3
37
Fonte: Estudo de  Caso                                                                                    Elaboração: Rosa Paulo, 2015


Gráfico nº 17 – Situação dos gastos que têm feito

Fonte: Estudo de  Caso                                                                                    Elaboração: Rosa Paulo, 2015

93% Dos camponeses entrevistados disseram que as vendas da produção não cobre com os gastos que têm feito na produção e 3% apontaram que tem cobrido com os gastos.










05 - Usam fertilizantes no cultivo dos campos?

Tabela nº17 - Situação do Campo

Nº de Camponeses 
Sim
Não
40
10
30
Fonte: Estudo de  Caso                                                                                    Elaboração: Rosa Paulo, 2015

Gráfico nº 18 - Situação do Campo

Fonte: Estudo de  Caso                                                                                    Elaboração: Rosa Paulo, 2015

75% Dos camponeses entrevistados disseram que não usam fertilizantes no cultivo dos campos e 25% disseram que usam fertilizantes no cultivo dos campos.











CONCLUSÃO


Tendo feita uma caminhada longa investigativa, no qual faz referência a agricultura e a diversificação da economia ajuste e reajuste no PND 2013-2017 concluímos o seguinte:
O sector agrícola é estrategicamente alvo de incentivos para diversificação da economia. Agricultura é um sector que utiliza a maior parte dos recursos económicos de um País e, ao mesmo tempo responde pela maior contribuição na formação da renda nacional.
Agricultura é a base sustentável de uma nação, factor determinante na redução da fome e da pobreza e criação de emprego por isso, é estrategicamente alvo de maiores incentivos para diversificação da economia de qualquer país (Angola).
Sendo agricultura um sector básico de um país subdesenvolvido, este passa a ser a única forma capaz de gerar excedente para o desenvolvimento dos outros sectores da economia como por exemplo o sector Industrial. Pra tal é necessário apostar fortemente na sustentabilidade da produção agrícola incorporar de forma continua inovações tecnológicas e mais investimento.















RECOMENDAÇÕES



1.      Por em prática outras pesquisas relacionadas com o tema, utilizando diferentes características, que não sejam as aprovadas neste trabalho, para permitir maior compreensão sobre agricultura como base do desenvolvimento de qualquer País.
2.      Melhorar o trabalho com os temas relativos aos benefícios de experiencia prévia dos agricultores e camponeses, tendo encanta o PND (2013-2017) para diversificar e fortalecer a economia nacional assim como com outros temas relacionados a este que darão suporte para o trabalho.






















REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS


Relatório Economico e Angola 2011 – Centro de Estudos e Investigação Científica UCAN   

Relatório Economico e Angola 2013 – Centro de Estudos e Investigação Científica UCAN  

Economia Agrária e Desenvolvimento Rural – Augusto Caetano João Phd.

A Questão Agrária em Dialogo ( Valter Vinicius Vitore Alves e Ricardo Manffrenalte Venturelli.

Os Pensadores Clássicos da Questão Agrária: Karl Kaustsky ( 1854 – 1938) e Wladmir Lênin ( 1870 – 1929)

Importância da Agricultura para o Desenvolvimento Regional – Moysés Araújo Castro.

Plano Nacional de Desenvolvimento (2013 – 2017).



SITES ACESSADOS

Cfr.http:// economia.uoll.com.br/agronegonecios.noticias. acesso 17/01/2015.

Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil.

http://www.KuneneraK.org/pt/people+and+environment/livelihoods/Livelihoods+08-12-2014

http: www.ruralnews.com.br!visualiza.



www.portalangop.co.ao+angola+pt+noticias

LEIS E DOUTRINAS CONSULTADAS


Lei nº15/05 de 7 de Dezembro, Lei de base de Desenvolvimento Agrário.
Angop  21 de Outubro de 2014 ( Mecanização da Agricultura Aposta para Diversificação da Economia.
Angoticias em tempo real 28. 11. 2014








































ANEXO



















ÍNDICE

DEDICATÓRIA………………………………………………………..........…………..… iii
AGRDECIMENTOS…………………………………………………………..........……. .iv
LISTAS DE SIGLAS,ABREVIATURAS………………………………………….............v
RESUMO…………………………………………………………………..........................vi
ABSTRAT………………………………………………………………………..........…..vii
ANEXOS..............................................................................................................................50
























ÍNDICE DE TABELAS
















ÍNDICE DE GRÁFICOS













[1] Foi a designação atribuída ao conflito político-ideológico entre os Estados Unidos (EUA), defensores de capitalismo, e a União Soviética (URSS), defensor do socialismo compreendendo o período entre a segunda Guerra Mundial e extensão da União Soviética. É chamado “Fria” porque não houve qualquer combate físico.
[2] O combate a inflação tem sido nos últimos anos a grande luta do Ministério da Economia e das Finanças, desta forma é importante lembrar de que na década de 90 a mesma chegou aos patamares de 5000% ao ano.
[3] Lei nº15/05 de 7 de Dezembro, Lei de base de Desenvolvimento Agrário.
[4] Cfr.http:// economia.uoll.com.br/agronegonecios.noticias. acesso 17/01/2015. Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil.
[5] Corrêa, Roberto Lobato. Região e organização espacial. São Paulo: Ática,1986
[7] http://www.KuneneraK.org/pt/people+and+environment/livelihoods/Livelihoods+08-12-2014
[8] Plano Nacional de Desenvolvimento2013-2017
[9]http: www.ruralnews.com.br!visualiza.