1. INTRODUÇÃO
A vida e a história de qualquer país, começam com o conhecimento da cultura do seu
povo. Assim é para quem investiga os problemas não menos complexos da jovem nação
angolana, que está, na actualidade, perante o seu maior desafio como país independente.
Passam-se 40 anos e apesar da jovialidade é longa a lista de registos históricos.
Obviamente: positivos e negativos.
São vários os desafios já enfrentados e a enfrentar, entre eles, a de estabilizar a vida
política e económica, pacificar os espíritos marcados por guerras anti – colonial e civil,
encontrar os caminhos da democracia norteada pelas reformas políticas e sociais visando
diminuir o estado de pobreza extrema que tem assolado as populações deste país, melhorar as
suas péssimas condições sanitárias e ambientais, a reconstrução nacional, a necessidade de
diversificação da economia, etc., impondo neste caso, uma profunda reflexão sobre o país, só
assim, com esforço e empenho de todos será possível atingir o objectivo comum que é o de
garantir uma vida digna para os angolanos.
Movidos por estes sentimentos e outros em torno da liberdade, um grupo de patriotas
angolanos com destaque para Mário Pinto de Andrade, Viriato da Cruz, Agostinho Neto,
Lúcio Lara, deu a conhecer em 10 de Dezembro de 1956, o manifesto do amplo Movimento
Popular de Libertação de Angola (MPLA), apelando para a constituição, em todo o
território, de muitas organizações independentes entre si, de modo a poderem resistir melhor e
iludir a vigilância das forças coloniais de repressão e ocupação. Esta é a data oficial da sua
fundação. O MPLA foi o movimento que segundo a história dirigiu os passos dos angolanos
para a massificação da luta armada e consequentemente a independência de Angola.
De realçar que o reconhecimento do MPLA como único representante do povo
angolano, ocorre em 25 de Novembro de 1964 por decisão do Comité de Libertação da OUA,
graças ao enorme esforço de Agostinho Neto.
Paulatinamente, Agostinho Neto e o MPLA vão ganhando apoios em África. Amed
Ben Bella da Argélia foi o primeiro a reconhecer o MPLA e a ceder o campo militar de
Chateau Dun para treino, armamento, passaportes, bilhetes de passagem e apoio logístico.
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Seguiu-se depois Kwame Krumah do Ghana e Amed Sekou Touré da Guiné Conakry. Mais
tarde, o Sudão e o Egipto também começaram a apoiar o MPLA.
Neste trabalho abordaremos as questões relacionadas aos ideais deste movimento que
constituíram hipoteticamente as teses políticas e económicas que motivaram nacionalistas
para a luta pela independência da então almejada nação angolana.