Magmatismo


Índice

 Introdução


A Terra pode ser estuda segundo sua dinâmica interna e externa. Como dinâmica externa entende-se o intemperismo (químico, físico e químico orgânico), erosão e deposição, agentes de transporte (gelo, rios, mares, vento, gravidade, etc.).
As forças da dinâmica externa (ou forças exógenas) seriam forças de origem climáticas (chuvas, temperaturas), altitude, latitude, força gravitacional, substâncias químicas dissolvidas em águas intempéricas, etc.
Da dinâmica interna temos os terremotos, magmatismo (vulcanismo e magmatismo) = orogênese, e a epirogênese.
Neste trabalho veremos alguns resultados da forças internas (terremotos, vulcanismo, plutonismo e epirogênese).




























1 – Magmatismo

 

O magma compreende o estudo do magma sob o ponto de vista químico, físico e o movimento no interior e exterior da crosta terrestre.
Podemos estudar a dinâmica interna segundo dois aspectos: o aspecto magmático e o aspecto tectônico.
O aspecto magmático estuda o magma sob o ponto de vista químico, físico-químico e do movimento no interior e exterior da crosta terrestre. Vai estudar as atividades vulcânicas e plutônicas.
O Aspecto tectônico estuda as consequências dos diversos tipos de esforços, os quais são traduzidos na v rias feições impressas nas rochas (dobras, falhas, fraturas, diáclases, foliação, xistosidade, etc.).
Vulcanismo = ocorre quando a atividade magmática atinge a superfície terrestre.
Plutonismo =  mais frequente do que o vulcanismo. Ocorre quando o magma se solidifica no interior da crosta, sem atingir a superfície. O magma fica aprisionado no meio de outras rochas.
É admitido que o magma se forme a uma profundidade de mais ou menos 30km de profundidade. Todavia, esta profundidade vai variar de acordo com a temperatura no interior da Terra, bem como com a pressão reinante.


1.1 – Conceito, Localização e Composição da Magma

 

1.1.1 - Magma

Magma   é o nome dado a rocha fundida debaixo da superfície da Terra que, quando expelida por um vulcão, dá origem à lava.

1.1.2 - Localização

Localiza-se normalmente dentro de câmaras magmáticas, entre os 15 e os 150 km de profundidade. É composto por uma massa de silicatos a alta temperatura e pressão, entre 650 e 1200 ºC (podendo chegar a 1560 °C), acompanhada por um conjunto variável, em proporção e tipos, de iões metálicos e compostos voláteis, ricos em enxofre.

 

 1.1.3 - Composição

Magma vem do grego e significa "massa de pão", que ocupam espaços definidos denominados de câmara magmática. O magma não ‚ liquido propriamente dito. Ele mais parece com uma massa viscosa, algo como uma "espuma de rocha". Sua viscosidade depende da quantidade de sílica (quartzo). Os granitos possuem bastante quartzo - são chamadas de rochas ácidas. Já o diabásio e basalto não possuem quartzo - são chamadas de rochas básicas.
No geral, o magma possui uma composição complexa e que pode ser dividida e simplificada em:

substâncias (ou elementos) não-voláteis
Sio2; Al2O3; Fe - Fe2O3; MgO; CaO; NaO; K20

substâncias (ou elementos voláteis)
CO2; CO; H2; SO2; SO3; HCl; H2S.

1.1.3.1 - Temperatura do Magma

É lógico que a temperatura do magma que o homem tem acesso ‚ menor do que a temperatura real do magma (isto por que ele vai se resfriando conforme vai chegando na superfície terrestre).
Em estudos realizados no Hawai e Islândia, indicam que a temperatura do magma no interior da crosta ‚ de 800oC a 900oC.

1.1.3.2 - Viscosidade do magma

Varia de acordo com a composição: quanto mais quartzo (sílica), mais viscoso ‚ o magma.
Quanto menos sílica, menos viscoso ‚ o magma, consequentemente escorre mais.

1.1.3.3 - Diferenciação Magmática

Diz respeito aos processos que o magma sofre para gerar rochas tão diferentes como granito e o basalto.
Seriam os seguintes processos: imiscibilidade de líguidos; migração da fase fluida; diferenciação gradativa; diferenciação por convecção; assimilação magmática; diferenciação por filtração e pesagem.

1.2 - Consolidação de Magmas


 Quando um magma começa a arrefecer em locais profundos da crosta terrestre, ocorre a formação sequencial de minerais (diferenciação magmática).
Cada mineral possui partículas que se dispõem de forma ordenada e regular segundo as três dimensões do espaço, possuindo por isso estrutura cristalina.
Nisto distinguem-se dos outros sólidos cujas partículas elementares se encontram dispersas de forma irregular e desordenada (estrutura amorfa ou vítrea).
Numa rocha magmática a formação dos diferentes minerais que a constituem não é simultânea, uma vez que os diferentes minerais têm diferentes temperaturas de cristalização.
agitação do meio, o tempo, o espaço disponível e a temperatura condicionam o crescimento e o tamanho final dos cristais. As condições de cristalização podem conduzir à formação de cristais poliédricos de faces planas – cristais euédricos, ou à formação de cristais sem forma geométrica definida e de faces irregulares – cristais anédricos.
A formação da estrutura cristalina de um sólido a partir de uma mistura líquida ocorre por solidificação (materiais fundidos sujeitos a arrefecimento); sublimação (formação de cristais a partir do arrefecimento de materiais gasosos); evaporação (evaporação do solvente com a cristalização dos minerais nele dissolvidos); e precipitação (arrefecimento de soluções saturadas a temperaturas mais elevadas, de que resulta a cristalização do soluto).
Existem minerais quimicamente semelhantes, mas que apresentam estruturas cristalinas diferentes, indicando que foram formados em condições de temperatura e pressão diferentes – polimorfos. É o caso da grafite e do diamante, ambos constituídos exclusivamente por carbono.
O mesmo fenómeno ocorre  com carbono de cálcio que ao cristalizar em diferentes condições, origina calcite ou aragonite, dois minerais polimorfos.
Noutros casos, minerais de composição química diferente apresentam a mesma estrutura cristalina – isomorfos. É o caso de minerais do grupo dos silicatos (plagioclases/feldspatos), em que o Na+ e o Ca+ se podem intersubstituir.
A forma dos cristais é dependente das condições do meio mas a estrutura cristalina é constante e independente dessas condições.

1.3 - Tipos de magma
Sabe-se, na actualidade, que diferentes tipos de rochas podem formar-se a partir da solidificação de magma resultantes da fusão parcial de outras rochas. São três os principais tipos de magma: basáltico, andesítico e riolítico.
Magma basáltico – cerca de 50% de sílica (SiO2) e pequena quantidade de gases dissolvidos. Origina o basalto e o gabro.
Magma andesítico – cerca de 60% de sílica (SiO2) e bastantes gases dissolvidos. Origina o andesito e o diorito.
Magma riolítico – cerca de 70% de sílica (SiO2) e elevada quantidade de gases dissolvidos. Origina o riólito e o granito.
Os seus nomes baseiam-se na sua textura e composição que apresentam, sendo que estas propriedades mostram o modo como se formaram, mas sabendo que todas elas provêm dos três tipos fundamentais de magmas como o basáltico, andesítico e riolítico.
Estes três tipos de magmas formam-se em quantidades diferentes, cerca de 80% de magmas emitidos pelos vulcões são basálticos, só 10% são andesíticos e os outros 10% são riolíticos. São os 80% de magmas basálticos, constituintes da grande parte das rochas dos fundos oceânicos.

1.3.1 - Magmas basálticos
Expelidos ao longo dos riftes e dos pontos quentes, com origem na fusão parcial das rochas do manto (peridotitos) – que têm composição química semelhante à do basalto, mas mais rica em minerais ferromagnesianos e com uma pequena percentagem de gases dissolvidos, e cerca de 50% de sílica.
Nos pontos quentes situados nos oceanos, fluem por vezes grandes quantidades de magmas basáltico como é o caso da ilha do Hawai. Nestas zonas ascendem as plumas quentes oriundas do manto profundo, que ao subirem devido à descompressão podem originar magma que atravessa a placa litosférica, alimentando os vulcões de pontos quentes.
Experiências laboratoriais, mostram a existência de pequenas diferenças na constituição dos magmas basálticos, tendo condicionantes devido aos ambientes em que se geram, ou seja que um peridotito com granadas, em pressões de 100Km e 350Km, isto é, na astenosfera, deve-se fundir parcialmente, sendo que o material resultante dessa fusão apresenta uma composição idêntica à do magma basáltico.
A subida de um magma como a sua velocidade de ascensão vai depender de vários factores.
A sua viscosidade vai depender da sua densidade, da sua riqueza em sílica, da sua temperatura e da sua quantidade de fluidos que contém. Se houver acumulação de magma basáltico em câmaras magmáticas a uma profundidade de 10 a 30km, a consolidação origina rochas plutónicas, os gabros.Se o magma basáltico for expelido em erupções de lava, a sua consolidação origina rochas vulcânicas, os basaltos (com texturas pouco cristalinas ou mesmo vítreas, dependendo da velocidade de arrefecimento).
Quando a velocidade de ascensão do magma é superior à de arrefecimento, o magma pode chegar à superfície sem ter consolidado e, neste caso, verificam-se erupções de lava que, por solidificação, originam rochas vulcânicas. Muitas vezes essas rochas são basaltos cuja textura revela duas fases de formação: uma durante a ascensão que possibilita a génese de cristais microscópicos e, por vezes, mesmo de algum material não cristalizado.


1.3.3 - Magmas andesíticos:
A sua formação é originária nas zonas de subdução e relacionam-se com zonas altamente vulcânicas, como por exemplo como os Andes, na América do Sul e as Ilhas Aleutas, no Alaska.
O nome Andesítico, advém do facto de seres característicos das cadeias montanhosas dos Andes.A sua composição depende da quantidade e da qualidade do material do fundo oceânico subdutado, é composto por água, sedimentos e uma mistura de material com origem quer na crusta oceânica, quer na crusta continental. Os sedimentos têm água retida nos poros e são ricos em minerais de argila, que contém água na sua estrutura cristalina. Estes sedimentos aprofundam com a subducção ou seja quando a placa se move para baixo da outra.
Se os magmas andesíticos consolidarem em profundidade, originam rochas chamadas Dioritos. Se consolidarem na superficie ou próximo, originam-se rochas designadas por Andesitos.


1.3.3 - Magmas Riolíticos
Originam-se a partir da fusão parcial das rochas constituintes da crosta continental ricas em água e dióxido de carbono por isso estes magmas são muito ricos em gases. A presença de água faz baixar o ponto de fusão dos minerais. No entanto, esse efeito deixa de se verificar a baixas pressões, isto é, em zonas muito próximas da superfície.
Experiências efectuadas em laboratório com material de composição igual à composição média da crosta continental e submetidos às condições de pressão e de temperatura provavelmente existentes no interior da crosta terrestre, comprovam a elevada concentração de gases no magma durante a fusão das rochas continentais.
Por isso, formam-se em zonas onde as condições de pressão, temperatura e humidade sejam adequadas à sua génese e onde se verifique choque de placas da crosta terrestre, dando origem a cadeias montanhosas - orogenése. Nestas regiões, a crosta terrestre vai deformar-se devido às tensões tectónicas, aumentando a sua espessura como consequência origina o aumento de pressão e de temperatura, criando as condições para o metamorfismo, e também à fusão parcial das rochas da crusta.
A consolidação do magma riolítico em superfície dá origem a rochas designadas de Riolítos. Em profundidade, esta consolidação origina rochas de Granito.


1.4 - Cristalização fraccional
O processo de cristalização de um magma é muito complexo. Ao baixar a temperatura do magma, podem distinguir-se asseguintes fases:1. Fase ortomagmática - Começam a cristalizar os minerais de mais elevado ponto de fusão, que,geralmente, são os mais densos e escuros. A temperatura do magma pode baixar aos 500 oC;
2. Fase pegmatítico-pneumatolítica - Ocorre a cerca de 500 oC, temperatura a que o quartzo e a ortóclase cristalizamsimultaneamente. No líquido residual concentram-se os componentes voláteis e, ao aumentar, a pressão penetra naszonas periféricas, originando nas rochas confinantes uma auréola de metamorfismo de contacto;
3. Fase hidrotermal - Formam-se soluções hidrotermais (soluções aquosas a alta temperatura) entre a água e os outroscompostos solúveis do magma (CO2, F, Cl, Br, etc.). Estas soluções, devido à pressão do vapor de água, ascendematravés de fraturas e planos de estratificação das rochas confinantes, dando origem, por vezes, a formações filonianasna periferia dos batólitos graníticos.
Os minerais são fases sólidas estáveis em determinadas condições de pressão e temperatura. À medida que um magmaascende até à superfície da crosta terrestre, vai arrefecendo e variando as condições de pressão e temperatura. Estasalterações provocam variação nas condições do estado físico-químico dos seus componentes, diferenciando-se mineraispara cada intervalo de pressão e temperatura. Como consequência, em qualquer momento da cristalização magmática,coexistem uma fração sólida constituída por minerais formados num intervalo de pressão e temperatura e uma fraçãolíquida residual. Daí o considerar-se a cristalização magmática como uma cristalização fracionada.Estas fraçõesmagmáticas têm composição química diferente, ainda que na totalidade reproduzam a composição do magma inicial.Como as frações existentes ainda são reativas entre si, podem diferenciar-se e separar-se por vários mecanismos.Assim, pode ocorrer:
a) Diferenciação por gravidade, quando os cristais formados a alta pressão e temperatura, que são os primeiros aformarem-se, são, em geral, mais densos que a fração residual do magma e tendem a concentrar-se no fundo dacâmara magmática;
b) Diferenciação por compressão, que admite que os cristais formados não se depositam por gravidade no fundo damassa magmática, antes formando uma malha ou rede de cristais já consolidados, entre os quais se formam outroscristais por compressão dos componentes fluidos do magma. Este mecanismo pode explicar as massas cristalinassegregadas e os filões que se formam na periferia de uma massa plutónica;
c) Diferenciação por difusão térmica, que ocorre quando no interior da massa magmática existem deferenças detemperatura, que provocam movimentos de convecção na massa magmática, o que faz com que os materiais dissolvidosse concentrem na zona de mais alta  temperatura e os minerais cristalizados se concentrem na zona de menortemperatura.



Conclusão

 

Ao desenvolvermos o tema dado pelo professor chegamos  finalmente a uma conclusão que o magmatismo  é parte da geodinâmica interna que estuda a magma sob o ponto de vista químico, físico e o movimento no interior e exterior da crosta terrestre e estuda-se a dinâmica interna segundo dois aspectos: o aspecto magmático e o aspecto tectônico.
Podemos dizer também que a uma grande diversidade de rochas magmáticas, os magmas que as originam podem ser enquadrados em três tipos destacados a seguir:
- Magmas basálticos (pobres em sílica) – dão origem, por consolidação, aos fundos oceânicos. São expelidos principalmente em riftes e pontos quentes, tendo-se originado a partir de rochas do manto – peridotito. Se estes magmas solidificam em profundidade, dão origem a gabros.
 - Magmas andesíticos (composição intermédia) – formam-se nas zonas de subducção e relacionam-se com zonas altamente vulcânicas. A composição destes magmas depende da quantidade e tipo de material subductado. Quando solidificam em profundidade, dão origem a dioritos; quando solidificam à superfície ou perto dela dão origem a andesitos.
  - Magmas riolíticos (ricos em sílica) – formam-se a partir da fusão parcial da crosta continental e tendem a ser muito ricos em gases, em zonas de convergência de placas. Em profundidade, dão origem a granitos; à superfície ou perto dela formam riólitos.




















Bibliografia

 

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MONTGOMERY, C.W. Environmental geology. 3ª ed. Dubuque: WM. C. Brown Publishers, 1992. 465p. 
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