A influência do espaço físico no desenvolvimento da criança de 0 a 6 anos

Objectivos
Objectivos gerais: este estudo tem como finalidade discutir e saber a infra-estrutura no seu todo.          
Objectivos específicos: estudar e compreender detalhadamente a importância do espaço físico no desenvolvimento e aprendizagem da criança

Metodologia 

Esta pesquisa foi realizada baseada em revisão bibliográfica, sendo considerados os seus principais referenciais teóricos: Vygotsky, Horn, Lima, Oliveira, Z. Oliveira, Referencial Curricular para a Educação Infantil e Gandini, os quais discutem a importância da interação entre os pares e da organização dos espaços do brincar, na Educação Infantil.


























1-Introdução

Esta pesquisa vai nos apresenta uma discussão sobre a influência do espaço físico no desenvolvimento da criança de 0 a 6 anos, tendo como finalidade discutir a importância do espaço físico no desenvolvimento e aprendizagem da criança, bem como as interacções e o papel do educador nos espaços oferecidos para a criança. Os quais discutem a importância da interacção entre os pares e da organização dos espaços, do papel do educador e também como se dá à relação da criança com o meio proporcionado a ela e com as diferentes culturas apresentadas. Os espaços que se constituem dentro do contexto da educação infantil devem ser preparados para criança e com a criança respeitando o direito que toda criança tem de buscar construir a sua autonomia, sua identidade bem como, o seu próprio conhecimento e ao educador infantil cabe o papel de alguém que reconhece a sua verdadeira e importante função dentro dos espaços, participando como alguém que por ser mais experiente tem muito a planejar, intervir, mediar e proporcionar aos seus educandos.  




























1.1-Definição e significado de infra-estrutura

Infra-estrutura na sua acepção mais alta, pode ser definido como um conjunto de elementos estruturais que enquadram e suportam toda uma estrutura. O termo possui diversas acepções em diferentes campos, mas o mais comum é o referente aos sistemas viários, de saneamento e de fornecimento de energia de uma cidade ou região.
Estes elementos, no seu todo, podem ser designados de infra-estruturas civis, infra-estruturas municipais ou obras públicas, se bem que possam ser desenvolvidas e geridas tanto pela iniciativa privada como por empresas públicas. Noutros campos, infra-estrutura pode designar as tecnologias da informação, canais de comunicação formais ou informais, ferramentas de desenvolvimento de software, redes políticas e sociais ou sistemas de crenças partilhadas por membros de grupos específicos. Estas acepções gerais trazem subjacente o conceito de que as infra-estruturas constituem um quadro organizacional e uma estrutura de suporte do sistema ou organização em causa, seja uma nação, uma cidade ou uma corporação.
Significa Parte inferior,  geralmente invisível,  de qualquer construção ou estrutura.
Aquilo que garante a existência de determinado grupo, instituição, organização conjunto de instalações.  
1.2-O papel do espaço físico na aprendizagem

Buscando uma perspectiva de sucesso para o desenvolvimento e aprendizagem do educando no contexto da educação infantil o espaço físico torna-se um elemento indispensável a ser observado. A organização deste espaço deve ser pensado tendo como principio oferecer um lugar acolhedor e prazeroso para a criança, isto é, um lugar onde as crianças possam brincar, criar e recriar suas brincadeiras sentindo-se assim estimuladas e independentes. Diferentes ambientes se constituem dentro de um espaço. De acordo com Horn (2004, p. 28):
É no espaço físico que a criança consegue estabelecer relações entre o mundo e as pessoas, transformando-o em um pano de fundo no qual se inserem emoções [...] nessa dimensão o espaço é entendido como algo conjugado ao ambiente e vice-versa. Todavia é importante esclarecer que essa relação não se constitui de forma linear. Assim sendo, em um mesmo espaço podemos ter ambientes diferentes, pois a semelhança entre eles não significa que sejam iguais. Eles se definem com a relação que as pessoas constroem entre elas e o espaço organizado.
O espaço criado para a criança deverá estar organizado de acordo com a faixa etária da criança, isto é, propondo desafios cognitivos e motores que a farão avançar no desenvolvimento de suas potencialidades. O espaço deve estar povoado de objectos que retratem a cultura e o meio social em que a criança está inserida. Gandini (1990, p.150) diz que: “o espaço reflecte a cultura das pessoas que nele vivem de muitas formas e, em um exame cuidadoso, revela até mesmo as camadas distintas dessa influência cultural”. 

Reconhecendo que a criança é fortemente marcada pelo meio social em que se desenvolve, e que também deixa suas próprias marcas neste meio, que tem a sua família como o seu principal referencial, apesar de todas as relações que ocorrem em todos os níveis sociais, o espaço infantil deve priorizar remeter a história da criança para o seu contexto e através disto promover a troca de saberes entre as crianças. Segundo o Referencial Curricular Nacional da Educação Infantil (1998, vol 1, p. 21-22): “as crianças constroem o conhecimento a partir das interacções que estabelecem com as outras pessoas e com o meio em que vivem. O conhecimento não se constitui em cópia da realidade, mas sim, fruto de um intenso trabalho de criação, significação e ressifignificação”. As interacções que ocorrem dentro dos espaços são de grande influência no desenvolvimento e aprendizagem da criança.  O educador não deve ser visto como figura central do processo de ensino aprendizagem, mas sim como alguém mais experiente que aprende e permite ao educando aprender de forma mais lúdica possível. Devemos destruir a crença de que a criança só aprende se um professor ensinar, e de que só o professor é responsável pelo desenvolvimento de todas as potencialidades da criança. A criança através do meio cultural, da sua interacção com o meio seja em um trabalho individual ou colectivo é a verdadeira construtora do seu conhecimento. De acordo com Oliveira (2000, p.158):
O ambiente, com ou sem o conhecimento do educador, envia mensagens e, os que aprendem, respondem a elas. A influência do meio através da interacção possibilitada por seus elementos é contínua e penetrante. As crianças e ou os usuários dos espaços são os verdadeiros protagonistas da sua aprendizagem, na vivência activa com outras pessoas e objectos, que possibilita descobertas pessoais num espaço onde será realizado um trabalho individualmente ou em pequenos grupos.
Os espaços construídos para criança e com a criança devem ser explorados pela mesma, em uma relação de interacção total, de aprendizagem, de troca de saberes entre os pares, de liberdade de ir e vir, de prazer, de individualidades, de partilhas, enfim, de se divertir aprendendo.  


1.3-O espaço físico e suas relações afectivas

Desde que nasce a criança precisa de espaços que ofereçam liberdade de movimentos, segurança e que acima de tudo possibilitem sua socialização com o mundo e com as pessoas que a rodeiam. Espaços estes de direito de todas as crianças sejam eles: públicos, privados, institucionais ou naturais. Segundo Lima (2001, p.16): “o espaço é muito importante para a criança pequena, pois muitas, das aprendizagens que ela realizará em seus primeiros anos de vida estão ligadas aos espaços disponíveis e/ou acessíveis a ela.  Segundo Piaget citado por Kramer (2000, p. 29): “o desenvolvimento resulta de combinações entre aquilo que o organismo traz e as circunstâncias oferecidas pelo meio [...] e que os esquemas de assimilação vão se modificando progressivamente, considerando os estágios de desenvolvimento”. Todo ser humano carrega desde sua concepção conhecimentos e através da interacção com o meio vai desenvolvendo estes conhecimentos. Piaget considera a interacção indivíduo / meio apenas sem considerar as interacções entre as crianças e suas diferentes culturas. Vygotsky já enfatiza a troca de conhecimentos que ocorrem através das interacções entre indivíduo / meio/ individuo.  

Segundo Vygotsky: “o ser humano cresce num ambiente social e a interação com outras pessoas é essencial ao seu desenvolvimento”. (apud DAVIS e OLIVEIRA, 1993, p. 56). Portanto um ambiente estimulante para a criança é aquele em que ela se sente segura e ao mesmo tempo desafiada, onde ela sinta o prazer de pertencer a aquele ambiente e se identifique com o mesmo e principalmente um ambiente em que ela possa estabelecer relações entre os pares. Um ambiente que permite que o educador perceba a maneira como a criança transpõe a sua realidade, seus anseios, suas fantasias. Os ambientes devem ser planejados de forma a satisfazer as necessidades da criança, isto é, tudo deverá estar acessível à criança, desde objectos pessoais como também os brinquedos, pois só assim o desenvolvimento ocorrerá de forma a possibilitar sua autonomia, bem como sua socialização dentro das suas singularidades.

Os espaços devem ser organizados de forma a desafiar a criança nos campos: cognitivo, social e motor. Oportunizando a criança de andar, subir, descer e pular, através de várias tentativas, assim a criança estará aprendendo a controlar o próprio corpo, um ambiente que estimule os sentidos das crianças, que permitam a elas receber estimulação do ambiente externo, como cheiro de flores, de alimentos sendo preparados. Sentindo a brisa do vento, o calor do sol, o ruído da chuva. Experimentando também diferentes texturas: liso, áspero, duro, macio, quente, frio. Carvalho & Rubiano (2001, p.111) dizem que: “a variação da estimulação deve ser procurada em todos os sentidos: cores e formas; músicas e vozes; aromas e flores e de alimentos sendo feitos; oportunidades para provar diferentes sabores.  Personalizar o ambiente é muito importante para a construção da identidade pessoal da criança, tornar a criança competente é desenvolver nela a autonomia e a independência. Ao oferecer um ambiente rico e variado se estimulam os sentidos e os sentidos são essenciais no desenvolvimento do ser humano. A sensação de segurança e confiança é indispensável visto que mexe com o aspecto emocional da criança. Oportunizando as crianças de interagirem e em certos momentos que desejarem ficarem sozinhas brincando. David & Weinstein citados por Carvalho e Rubiano (2001, p.109) afirmam que:

Todos os ambientes construídos para crianças deveriam atender cinco funções relativas ao desenvolvimento infantil, no sentido de promover: identidade pessoal, desenvolvimento de competência, oportunidades para crescimento, sensação de segurança e confiança, bem como oportunidades para contacto social e privacidade.  

1.4-Os factores que contribuem para o fracasso escolar
Em diferentes partes do mundo verifica-se uma preocupação com o fracasso escolar que se apresenta como uma das maiores, senão a maior barreira encontrada por pais e especialistas da educação. Tal fenómeno tem motivado inúmeras discussões e pesquisas com o intuito de, se não resolver, ao menos buscar formas de compreensão e minimização do problema. Esse fato não é uma realidade vivida apenas no momento presente, pois nas últimas décadas, tomou proporções que fogem de um controle aceitável de tal fenómeno.
A compreensão actual desse fenómeno vem carregada de pressupostos teóricos e históricos que envolvem essa questão. O problema do fracasso escolar tem sido muito estudado, assim como o alto índice de evasão escolar tem sido alvo de preocupação e pesquisas não apenas no meio académico, mas também em debates políticos sobre a escola. O principal foco de todas as preocupações é o ensino fundamental por apresentar os piores índices estatísticos, com relação à evasão e ao baixo desempenho académico dos alunos. Mais recentemente foram acrescentadas dificuldades que os alunos estão apresentando em seu processo de aprendizagem.
O complexo de factores que pode resultar num panorama de fracassos e frustrações para professores e alunos. Vale ressaltar a necessidade de se considerar os estados afectivos e motivacionais, especialmente no caso de alunos que, embora possuam capacidades intelectuais médias ou acima da média, apresentem um baixo rendimento escolar.
 O fracasso escolar tem sido frequentemente verificado pelo baixo rendimento académico e pelas dificuldades de aprendizagem que servem como indicativo de que a aprendizagem do aluno não está ocorrendo como deveria. Desde muito tempo e em várias partes do mundo, o tema vem merecendo a atenção de pedagogos, educadores, sociólogos, psicólogos e do governo, entre outros, e suas causas tem sido buscadas no indivíduo, na sala de aula, nas condições sociais em que o aluno está inserido, na política educacional vigente, na formação dos professores, nas técnicas e recursos utilizados para ensinar, dentre outros aspectos pesquisados. No entanto, nenhum desses aspectos pode ser responsabilizado, pelo menos não sozinho, pelo fracasso, nem pelas dificuldades de aprendizagem. Apesar dos esforços, pouco se conseguiu avançar para que se chegue a um nível aceitável do número de alunos que não alcançam a aprendizagem, e assim fracassam. É sabido que o fracasso escolar nunca deixou de existir na realidade das escolas, e a tentativa de compreender o que se passava com as pessoas que não aprendem sempre esteve presente. Como fenómeno complexo que é, tendo em vista que o fracasso escolar pode ser influenciado por inúmeros factores, sua manifestação pode se dar por um baixo desempenho nas actividades escolares, passando pelas sucessivas repetências até o próprio abandono da escola. O abandono, muitas vezes, justificado por outros factores e não propriamente pela dificuldade encontrada pelo sujeito de vista que o fracasso
Este trabalho busca discutir o fracasso como resultado da relação entre diversos elementos, e têm como objectivo primordial determinar os principais factores que têm levado os alunos ao fracasso escolar.





















1.5-Importância da infra-estrutura para o sucesso do aluno
O desenvolvimento de infra-estrutura é um componente vital no estímulo ao crescimento de uma escola. O desenvolvimento de infra-estrutura melhora a produtividade dos alunos e, consequentemente, torna a escola mais competitivas e dá novo impulso para angariar mais clientes da região como também  de outros pontos . A infra-estrutura por si só não apenas melhora a eficiência na produção, no transporte e nas comunicações, como também ajuda a fornecer incentivos económicos aos encarregados de educação. A acessibilidade e a qualidade da infra-estrutura de uma escola ajudam a moldar as decisões de investimento de empresas nacionais e tornam a região mais atraente para investidores estrangeiros.

1.6-Estrutura organizacional de uma escola

A escola, de forma geral, dispõe de dois tipos básicos de estruturas: administrativas e pedagógicas. As primeiras asseguram, praticamente, a locação e gestão de recursos humanos, físicos e financeiros. Fazem parte, ainda, das estruturas administrativas todos os elementos que têm uma forma material como, por exemplo, a arquitectura do edifício escolar e a maneira como ele se apresentam do ponto de vista de sua imagem: equipamentos e materiais didácticos, mobiliário, distribuição das dependências escolares e espaços livres, cores, limpeza e saneamento básico (água, esgoto, lixo e energia eléctrica).
As pedagógicas, que, teoricamente, determinam a acção das administrativas, “organizam as funções educativas para que a escola atinja de forma eficiente e eficaz as suas finalidades.
As estruturas pedagógicas referem-se, fundamentalmente, às interacções políticas, às questões de ensino-aprendizagem e às de currículo. Nas estruturas pedagógicas incluem-se todos os sectores necessários ao desenvolvimento do trabalho pedagógico.
A análise da estrutura organizacional da escola visa identificar quais estruturas são valorizadas e por quem, verificando as relações funcionais entre elas. É preciso ficar claro que a escola é uma organização orientada por finalidades, controlada e permeada pelas questões do poder.
A análise e a compreensão da estrutura organizacional da escola significam indagar sobre suas características, seus pólos de poder, seus conflitos.
O que sabemos da estrutura pedagógica?
Que tipo de gestão está sendo praticada?
O que queremos e precisamos mudar na nossa escola?
Qual é o organograma previsto?
Quem o constitui e qual é a lógica interna?
Quais as funções educativas predominantes?
Como são vistas a constituição e a distribuição do poder?
Quais os fundamentos regimentais?
Enfim caracterizar do modo mais preciso possível a estrutura organizacional da escola e os problemas que afectam o processo ensino aprendizagem, de modo a favorecer a tomada de decisão realista e exequíveis.
Avaliar a estrutura organizacional significa questionar os pressupostos que embasam a estrutura burocrática da escola que inviabiliza a formação de cidadãos aptos a criar ou modificar a realidade social. Para realizar um ensino de qualidade e cumprir suas finalidades, as escolas têm que romper com a actual forma de organização burocrática que regula o trabalho pedagógico - pela conformidade às regras fixadas, pela obediência a leis e directrizes emanadas do poder central e pela cisão entre os que pensam e executam -, que conduz à fragmentação e ao consequente controle hierárquico que enfatiza três aspectos inter-relacionados: o tempo, a ordem e a disciplina.
Nessa trajectória, ao analisar a estrutura organizacional, ao avaliar os pressupostos teóricos,  ao situar os obstáculos e vislumbrar as possibilidades, os educadores vão desvelando a realidade escolar, estabelecendo relações, definindo finalidades comuns e configurando novas formas de organizar as estruturas administrativas e pedagógicas para a melhoria do trabalho de toda a escola na direcção do que se pretende. Assim, considerando o contexto, os limites, os recursos disponíveis (humanos, materiais e financeiros) e a realidade escolar, cada instituição educativa assume sua marca, tecendo, no colectivo, seu projecto político-pedagógico, propiciando consequentemente a construção de uma nova forma de organização.
 O tempo escolar
O tempo escolar é um dos elementos constitutivos da organização do trabalho pedagógico. O calendário escolar ordena o tempo: determina o início e o fim do ano, prevendo os dias lectivos, as férias, os períodos escolares em que o ano se divide, os feriados cívicos e religiosos, as datas reservadas à avaliação, os períodos para reuniões técnicas, cursos etc.
O horário escolar, que fixa o número de horas por semana e que varia em razão das disciplinas constantes na grade curricular, estipula também o número de aulas por professor. Tal como afirma Enguita (1989, p. 180):
(...) As matérias tornam-se equivalentes porque ocupam o mesmo número de horas por semana, e são vistas como tendo menor prestígio se ocupam menos tempo que as demais. 
 A organização do tempo do conhecimento escolar é marcada pela segmentação do dia lectivo, e o currículo é, consequentemente, organizado em períodos fixos de tempo para disciplinas supostamente separadas. O controle hierárquico utiliza o tempo que muitas vezes é desperdiçado e controlado pela administração e pelo professor.
 Em resumo, quanto mais compartimentado for o tempo, mais hierarquizados e ritualizados serão as relações sociais, reduzindo também, as possibilidades de se institucionalizar o currículo integração que conduz a um ensino com extensão.
 Enguita, ao discutir a questão de como a escola contribui para a vinculação da precisão temporal nas actividades escolares, assim se expressa:
A sucessão de períodos muito breves - sempre de menos de uma hora - dedicados a matérias muito diferentes entre si, sem necessidade de sequência lógica entre elas, sem atender à melhoria ou à melhor ou à pior adequação de seu conteúdo a períodos mais longos ou mais curtos e sem prestar nenhuma atenção à cadência do interesse e do trabalho dos estudantes; em suma, a organização habitual do horário escolar ensina ao estudante que o importante não é a qualidade precisa de seu trabalho, a que o dedica, mas a duração. A escola é o primeiro cenário em que a criança e o jovem presenciam, aceitam e sofrem a redução de seu trabalho a trabalho abstracto.
 Para alterar a qualidade do trabalho pedagógico torna-se necessário que a escola reformule seu tempo, estabelecendo períodos de estudo e reflexão de equipes de educadores, fortalecendo a escola como instância de educação continuada.
 É preciso tempo para que os educadores aprofundem seu conhecimento sobre os alunos e sobre o que estão aprendendo. É preciso tempo para acompanhar e avaliar o projecto político-pedagógico em acção. É preciso tempo para os estudantes se organizarem e criarem seus espaços para além da sala de aula.
 O processo de decisão
 Na organização formal de nossa escola, o fluxo das tarefas, das nações e principalmente das decisões é orientado por procedimentos formalizados, prevalecendo as relações hierárquicas de mando e submissão, de poder autoritário e centralizador.
 Uma estrutura administrativa da escola, adequada à realização de objectivos educacionais, de acordo com os interesses da população, deve prever mecanismos que estimulem a participação de todos no processo de decisão.
 Isto requer uma revisão das atribuições específicas e gerais, bem como da distribuição do poder e da descentralização do processo de decisão. Para que isso seja possível há necessidade de se instalarem mecanismos institucionais visando à participação política de todos os envolvidos com o processo educativo da escola. Sugere a instalação de processos e lectivos de escolha de dirigentes, colegiados com representação de alunos, pais, associação de pais e professores, grémio estudantil, processos colectivos de avaliação continuada dos serviços escolares etc.
 As relações de trabalho
 É importante reiterar que, quando se busca uma nova organização do trabalho pedagógico, está se considerando que as relações de trabalho, no interior da escola, deverão estar calcadas nas atitudes de solidariedade, de reciprocidade e de participação colectiva, em contraposição à organização regida pelos princípios da divisão do trabalho, da fragmentação e do controle hierárquico. É nesse movimento que se verifica o confronto de interesse no interior da escola. Por isso, todo esforço de se gestar uma nova organização deve levar em conta as condições concretas presentes na escola. Há uma correlação de forças e é nesse embate que se originam os conflitos, as tensões, as rupturas, propiciando a construção de novas formas de relações de trabalho, com espaços abertos à reflexão colectiva que favoreçam o diálogo, a comunicação horizontal entre os diferentes segmentos envolvidos com o processo educativo, a descentralização do poder. A esse respeito, Machado assume a seguinte posição: “O processo de luta é visto como uma forma de contrapor-se à dominação, o que pode contribuir para a articulação de práticas emancipatórias”





























1-7-Considerações finais 


A organização dos espaços na educação infantil é fundamental para o desenvolvimento integral da criança, desenvolvendo suas potencialidades e propondo novas habilidades sejam elas: motoras, cognitivas ou afectivas. A criança que vive em um ambiente construído para ela e por ela vivência emoções que a fará expressar sua maneira de pensar, bem como a maneira como vivem e sua relação com o mundo.  

As aprendizagens que ocorrem dentro dos espaços disponíveis e ou acessíveis à criança são fundamentais na construção da autonomia, tendo a mesma como própria construtora de seu conhecimento. O conhecimento se constrói a cada momento em que a criança tem a possibilidade de poder explorar os espaços disponíveis a ela.  

O papel do adulto no espaço é o de um parceiro mais experiente que promove as interacções, que planeja e organiza actividades com o objectivo de através das relações dentro do espaço que oferece, buscar o desenvolvimento integral de todas as potencialidades da criança. O educador deve ter a sua proposta voltada para o bem estar da criança, buscando sempre melhorar a sua prática elaborando sempre novas alternativas de construir o conhecimento de um grupo como um todo, facilitando as interacções, promovendo e construindo espaços adequados para as crianças.  

Muitas são as propostas apresentadas por vários autores mas que só serão praticadas o dia em que o educador infantil tomar consciência da importância de oferecer espaços ricos de informações na vida das crianças, passando a reconhecer a importância das trocas que ocorrem nos espaços oferecidos como um factor essencial na vida da criança.  






















1.8-Referências Bibliográficas 


BRASIL, Referencial Curricular Para a Educação Infantil. Vol. 1. Brasília: MEC/SEI,1998. 

CARVALHO, Maria Campos de. Porque as crianças gostam de áreas fechadas? Espaços circunscritos reduzem as solicitações de atenção do adulto. In: FERREIRA, Maria Clotilde Rosseti.  Os Fazeres na Educação Infantil. 6. ed. São Paulo: Cortez, 2003.
CARVALHO, Maria Campos de; RUBIANO, Márcia R. Bonagamba. Organização dos Espaços em Instituições Pré-Escolares. In: OLIVEIRA, Zilma Morais. (org.) Educação Infantil: muitos olhares. 5. ed. São Paulo: Cortez, 2001. 

DAVIS, Claudia. OLIVEIRA, Zilma. Psicologia na educação. São Paulo: Cortez, 1993. 

FANTIN, Mônica. Jogos e brinquedos e brincadeiras – A cultura lúdica na educação infantil. In: Síntese da qualificação da educação infantil. Florianópolis: Prefeitura Municipal de Florianópolis. Secretaria Municipal de Educação: 2000. 

GANDINI, Lella. Espaços Educacionais e de Envolvimento Pessoal. In: EDWARDS, Carolyn; GANDINI, Lella; FORMAN, George. As cem linguagens da criança: a abordagem de Réggio Emilia na educação da primeira infância. Porto Alegre: Artes Médicas Sul Ltda.,1999. 

HORN, Maria da Graça de Souza. Sabores, cores, sons, aromas. A organização dos espaços na educação infantil. Porto Alegre: Artmed, 2004. 

KRAMER, Sônia. Com a pré-escola nas mãos. São Paulo: Ática, 2000.