Introdução
Impérios
coloniais foram um produto da Era dos Descobrimentos Europeia que
começou com uma corrida exploratória entre as mais avançadas potências
marítimas do século XV, Portugal e Espanha.
O impulso inicial por trás desses impérios marítimos dispersos e aqueles que se
seguiram foi o comércio, impulsionado por novas ideias e
pelo capitalismo que
cresceu a partir do Renascimento europeu. Acordos
também foram feitos para dividir o mundo entre esses impérios em 1479, 1493 e 1494.
Guerra
Fria é
a designação atribuída ao período histórico de disputas estratégicas e
conflitos indiretos entre os Estados Unidos e a União Soviética,
compreendendo o período entre o final da Segunda Guerra Mundial
(1945) e a extinção da União
Soviética (1991), um conflito de ordem política, militar, tecnológica, econômica, social
e ideológica entre
as duas nações e suas zonas de influência. É chamada "fria" porque
não houve uma guerra direta entre as duas superpotências, dada a inviabilidade
da vitória em uma batalha nuclear. A corrida armamentista pela
construção de um grande arsenal de armas nucleares foi o objetivo
central durante a primeira metade da Guerra Fria, estabilizando-se na década de
1960 até à década de 1970 e sendo reativada nos anos 1980 com o projeto do
presidente estadunidense Ronald Reagan chamado de "Guerra
nas Estrelas".
História
Portugal começou a estabelecer a rede
de comércio global e
do império primeiro
sob a liderança de Infante D. Henrique.
Os portugueses acabariam por estabelecer domínios coloniais no Brasil,
na América do Sul,
e várias colônias na África
(nomeadamente Portuguesa, Cabo, São Tomé e Príncipe, Angola e Moçambique), na Índia Portuguesa
(os mais importantes Bombaim e Goa),
na China (Macau)
e Oceânia (Timor,
atualmente Timor-Leste),
entre muitos outras possessões menores ou de curta duração.
Durante
o seu Siglo de Oro,
o Império Espanhol tinha
a posse dos Países Baixos, Luxemburgo, Bélgica, a maior parte da Itália, partes da Alemanha, partes da França e muitas colônias nas Américas, África e Ásia. Com a conquista do interior
do México, Peru e Filipinas, no século XVI, a Espanha estabeleceu domínios
ultramarinos em uma escala e distribuição mundial que nunca tinha sido abordada
por seus antecessores (o Império Mongol havia sido maior,
mas foi restrito a Eurásia). As possessões na Europa,
África, Oceano Atlântico,
nas Américas, no Oceano Pacífico, e no Extremo Oriente, qualificaram o
Império Espanhol a alcançar uma presença global em vários aspetos.
De 1580 a 1640,
o Império Português e
o Império Espanhol foram
unidos em uma união pessoal dos seus
monarcas Habsburgo durante
o período da União Ibérica,
mas abaixo do mais alto nível de governo, suas administrações foram mantidas separadas.
Subsequentes impérios coloniais que incluiu os impérios Francês, Holandês e Britânico.
O último, consolidado durante o período de hegemonia marítima britânica
no século XIX,
tornou-se o
maior império da história, em virtude das melhorias nas
tecnologias de transporte. No seu auge, o Império Britânico cobria
um quinto da área terrestre do planeta e era composto por um quarto de sua
população. Em meados do século XVII, a Rússia Czarista, continuada depois
pelo Império Russo e União Soviética,
tornou-se o maior Estado contíguo no mundo e a
moderna Federação da Rússia continua
com esse título até hoje. Apesar de ter "perdido" sua periferia
Soviética, a Rússia tem 9 fusos horário, que se estendem por
cerca de metade da longitude do
mundo.
Lista de impérios coloniais
Guerra fria
Uma
parte dos historiadores argumenta que foi uma disputa dos países que apoiavam
as Liberdades civis,
como a liberdade de opinião e de expressão e de voto, representada pelos
Estados Unidos e outros países ocidentais e do outro lado a ditadura comunista
ateia, (ver: Ateísmo
Marxista-leninista) onde era suprimida a
possibilidade de eleger e de discordar, defendida pela União Soviética (URSS)
e outros países onde o comunismo fora imposto por ela. Outra parte
defende que esta foi uma disputa entre o capitalismo, que patrocinou
regimes ditatoriais na América Latina, representado pelos Estados Unidos,
e o socialismo totalitário
expansionista ou socialismo de Estado, onde
fora suprimida a propriedade privada, defendido pela União Soviética (URSS) e
China. Entretanto, esta caracterização só pode ser considerada válida com
uma série de restrições e apenas para o período do imediato pós-Segunda Guerra
Mundial, até a década de 1950. Logo após, nos anos 1960, o bloco socialista se dividiu e
durante as décadas de 1970 e 1980, a China comunista se aliou aos Estados Unidos
na disputa contra a União Soviética. Além disso, muitas das disputas regionais
envolveram Estados capitalistas, como os Estados
Unidos contra diversas potências locais mais nacionalistas.
Dada
a impossibilidade da resolução do confronto no plano estratégico, pela via
tradicional da guerra aberta e direta que envolveria um confronto nuclear; as
duas superpotências passaram a disputar poder de influência política, econômica
e ideológica em todo o mundo. Este processo se caracterizou pelo envolvimento
dos Estados Unidos e União Soviética em diversas guerras regionais, onde cada
potência apoiava um dos lados em guerra. Estados Unidos e União Soviética não
apenas financiavam lados opostos no confronto, disputando influência
político-ideológica, mas também para mostrar o seu poder de fogo e reforçar as
alianças regionais. Neste contexto, os chamados países não alinhados mantiveram-se
fora do conflito, não se alinhando aos blocos pró-URSS ou pró-Estados Unidos, formando um
"terceiro bloco" de países neutros: o Movimento Não-alinhado.
Norte-americanos
e soviéticos travaram uma luta ideológica, política e econômica durante esse
período. Se um governo socialista fosse implantado em algum país do Terceiro, o
governo norte-americano entendia como uma ameaça à sua hegemonia; se um
movimento popular combatesse um governo aliado ao soviético, logo poderia ser
visto com simpatia pelos Estados Unidos e receber apoio. A Guerra da Coreia (1950-1953) e
a Guerra do Vietnãm
(1962-1975) são os conflitos mais famosos da Guerra Fria. Além da famosa tensão
na Crise dos mísseis em Cuba
(1962) e, também na América do Sul, a Guerra das Malvinas
(1982). Entretanto, durante todo este período, a maior parte dos conflitos
locais, guerras civis ou
guerras intraestatais foi intensificada pela polarização entre EUA e URSS. Esta
polarização dos conflitos locais entre apenas dois grandes polos de poder
mundial é o que justifica a caracterização da polaridade deste período como
bipolar, principalmente porque, mesmo que tenham existido outras potências
regionais entre 1945 e 1991, apenas Estados Unidos e URSS tinham capacidade
nuclear de segundo ataque, ou seja, capacidade de dissuasão nuclear.
A Crise no Pós-Guerra
Os
Estados Unidos defendiam a economia capitalista, argumentando ser ela
a representação da democracia e
da liberdade.
Em contrapartida a URSS enfatizava o socialismo, argumentando em
defesa do proletariado e solução dos problemas sociais. Os Aliados divergiam
sobre a forma de como manter a segurança do pós-guerra. Os aliados ocidentais
queriam criar uma rede de segurança que, com governos quanto mais possíveis
democráticos, resolvessem suas diferenças de forma pacífica através de
organizações internacionais. A Rússia devido à experiência, através da história
de invasões frequentes, bem como a perda humana estimada em 27 milhões e a
destruição sofrida durante a Segunda Guerra Mundial, queria garantir sua
segurança pelo controle dos assuntos internos de países vizinhos.
Sob
a influência das duas doutrinas, o mundo foi dividido em dois blocos liderados
cada um por uma das superpotências: a Europa Ocidental e a América Central e do Sul sob
influência cultural, ideológica e econômica estadunidense, e parte do Leste Asiático, Ásia central e Leste europeu, sob influência
soviética. Assim, o mundo dividido sob a influência das duas maiores potências
econômicas e militares da época, estava também polarizado em duas ideologias
opostas: o Capitalismo e
o Socialismo.
Entretanto
era notória deste o início da Guerra Fria a superioridade económica norte americana. Em 1945 os
Estados Unidos tinham metade do PIB mundial,
2/3 das reservas mundiais de ouro,
60% da capacidade industrial ativa do mundo,
67% da capacidade produtora de petróleo, além da maior Marinha e
da maior Força
Aérea que existia. Seus exércitos ocupavam parte
da Europa ocidental e o Japão, algumas das zonas foram as mais
ricas e industrializadas do mundo antes da Guerra. Também ocupavam parte
do sudeste asiático,
especificamente metade da península da Coreia e
grande parte das ilhas do Pacífico. O território continental americano nunca
havia sido realmente ameaçado durante a Segunda Guerra Mundial,
sendo que a batalha travada geograficamente mais próxima do continente foi a
de Pearl Harbor, no Havai.
Por
sua vez a União Soviética ocupava
a metade oriental da Europa e a metade norte da Ásia, uma parte da Manchúria e da Coreia, regiões
tradicionalmente agrícolas e pobres. O próprio território soviético havia sido
palco de batalhas durante a II Guerra Mundial, contra divisões alemãs. O
resultado é que em 1945 os Estados Unidos contabilizavam cerca de 500 mil
mortos na guerra, contra cerca de 20 milhões de soviéticos mortos (civis e
militares). Centenas de cidades soviéticas
estavam destruídas em 1945. A maior parte das indústrias, da capacidade
produtiva agrícola e da infraestrutura de transportes, energia e comunicações estava destruída
ou seriamente comprometida. A Operação Impensável foi
o nome de um plano inicial de guerra feito pelo governo britânico em 1945. Tal
operação consistia na invasão da então União Soviética por
forças militares britânicas, poloneses exilados, americanos e mesmo alemães
recém rendidos.
Bloqueio de Berlim (Junho/1948 - Maio/1949)
Após
a derrota alemã na Segunda Guerra, os países vencedores lhe impuseram pesadas
sanções. Dentre as quais a divisão da Alemanha em 4 áreas administrativas, cada
uma chefiada por um dos vencedores: Estados Unidos, França, Reino Unido e União
Soviética e duas zonas de influência: Capitalista e
Socialista. Berlim, a capital da Alemanha, também foi
dividida, ainda que sob território de influência soviética. A comunicação entre
o lado ocidental da cidade fragmentada e as outras zonas era feita por pontes
aéreas e terrestres.
Em
1948, numa tentativa de controlar a inflação galopante da Alemanha, os
Estados Unidos, a França e o Reino Unido criaram uma "trizona" entre
suas zonas de influência, para fazer valer nestes territórios o Deutsche
Mark (Marco alemão). Josef Stalin, então líder da URSS, reprovou
a ideia e, como contra-ataque, procurou reunificar Berlim sob sua influência.
Desse modo, em 23 de Junho de
1948, todas as rotas terrestres foram fechadas pelas tropas soviéticas,
privando a cidade de alimentos e combustiveis, numa violação dos acordos
da Conferência de Ialta.
Para
não abandonar as zonas ocidentais de Berlim e dar vitória à União Soviética, os
países ocidentais prontificaram-se a criar uma grande ponte aérea,
em que aviões de transporte de cargas estado-unidenses, ingleses, e
australianos saíam da "trizona" levando mantimentos aos mais de dois
milhões de berlinenses que viviam no ocidente da cidade. Stalin reconheceu a
derrota dos seus planos em 12 de Maio de 1949.
Pouco depois, as zonas estadunidense, francesa e britânica se unificaram,
originando aBundesrepublik Deutschland (República Federativa da
Alemanha ou Alemanha Ocidental),
cuja capital era Bonn. Da zona soviética surgiu a Deutsche
Demokratische Republik (República Democrática Alemã ou Alemanha Oriental), com capital Berlim,
a porção oriental.
Plano Marshall e COMECON
A
fragilização das nações europeias, após uma guerra violenta, permitiu que os
Estados Unidos estendessem uma série de apoios econômicos à Europa aliada, para
que estes países pudessem se reerguer e mostrar as vantagens do capitalismo.
Assim, o Secretário de Estado dos Estados Unidos, George Marshall, propõe a criação de
um amplo plano econômico, que veio a ser conhecido como Plano Marshall. Tratava-se da
concessão de uma série de empréstimos a baixos juros e
investimentos públicos para facilitar o fim da crise na Europa Ocidental e
repelir a ameaça do socialismo entre a população descontente. Durante os
primeiros anos da Guerra Fria, principalmente, os Estados Unidos fizeram
substanciais investimentos nos países aliados, com notável destaque para o Reino
Unido, a França e a Alemanha Ocidental.
O Japão, entre 1947 e 1950, recebeu menos
apoio americano. A situação só se transformou com a explosão da Guerra da Coreia, que fez do Japão o
principal aliado das tropas das Nações
Unidas. Após a declaração da guerra, os americanos
realizaram importantes investimentos na economia japonesa, que também foi
impulsionada com a demanda de guerra.
Em
1951 foi elaborado o Plano Colombo, uma organização
realizada por países do Sudeste Asiático, com intenções de reestruturação
social. Os norte-americanos realizaram alguns investimentos para estimular a
economia do subcontinente, mas o volume de capital investido foi muito menor ao
destacado para o Plano Marshall, porém bem menos ambicioso, para estimular o
desenvolvimento de países do sul e sudeste da Ásia.
Em
resposta ao plano econômico estadunidense, a União Soviética propôs-se a ajudar
também seus países aliados, com a criação do COMECON (Conselho
para Assistência Econômica Mútua). O COMECON fora
proposto como maneira de impedir os países-satélites da União Soviética de
demonstrar interesse no Plano Marshall, e não abandonarem a esfera de influência
de Moscou.
Corrida armamentista
Terminada
a Segunda Guerra Mundial, as duas potências vencedoras dispunham de uma enorme
variedade de armas, muitas delas desenvolvidas
durante o conflito, outras obtidas dos cientistas alemães e japoneses.
Novos tanques, aviões, submarinos, navios de guerra
e mísseis balísticos constituíam
as chamadas armas convencionais. Mas também haviam sido desenvolvidas novas
gerações de armas não convencionais, como armas químicas, que praticamente não
foram utilizadas em batalha. A Alemanha que desenvolveu a maior indústria de
armas químicas do mundo, utilizou esses gases mortais em câmaras de gás
nos campos de concentração.
Algumas armas biológicas foram
testada, principalmente pelo Japão na China ocupada, mas a tecnologia da época
ainda era muito pouco eficiente. O maior destaque ficou com uma nova arma
não-convencional, mais poderosa que qualquer outra arma já testada até
então: bomba atómica.
Só os Estados Unidos tinham essa tecnologia, o que aumentava em muito seu
poderio bélico e sua superioridade militar estratégica em relação aos
soviéticos.
A
União Soviética iniciou então seu programa de pesquisas para também produzir
tais bombas, o que conseguiu em 1949.
Mas logo a seguir, os Estados Unidos testavam a primeira bomba de hidrogênio,
centena de vezes mais poderosa. A União soviética levaria até 1953 para
desenvolver a sua versão desta arma, dando início a uma nova geração de ogivas
nucleares menores, mais leves e mais poderosas.
A
União Soviética obteve a tecnologia para armas nucleares através de espionagem.
Em 1953, nos Estados Unidos, o casal Julius e Ethel
Rosenberg foi condenado a morte por transmitir à União
Soviética segredos sobre a bomba atómica norte americana.
Essa
corrida ao armamento era movida pelo receio recíproco de que o inimigo passasse
a frente na produção de armas, provocando um desequilíbrio no cenário
internacional. Se um deles tivesse mais armas, seria capaz de destruir o outro.
A
corrida atingiu proporções tais que, já na década de 1960, os Estados Unidos e a
URSS tinham armas suficientes para vencer e destruir qualquer outro país do
mundo. Uma quantidade tal de armas nucleares foi construída, que permitiria a
qualquer uma das duas superpotências, sobreviver a um ataque nuclear maciço do
adversário, e a seguir, utilizando apenas uma fração do que restasse do seu
arsenal, pudesse destruir o mundo. Esta capacidade de sobreviver a um primeiro
ataque nuclear, para a seguir retaliar o inimigo com um segundo ataque nuclear
devastador, produziu medo suficiente nos líderes destes dois países para
impedir uma Guerra
Nuclear, sintetizado em conceitos como Destruição Mútua
Assegurada ou "Equilíbrio do terror".
OTAN e Pacto de Varsóvia
Em
1949 os Estados Unidos e o Canadá, juntamente com a maioria dos
países europeus, suportados alguns destes com governos que incluíam os
socialistas, criaram a OTAN (Organização
do Tratado do Atlântico Norte), uma aliança militar
com o objetivo de proteção internacional em caso de um suposto ataque dos
países do leste europeu. Em resposta à OTAN, a URSS firmou entre ela e seus
aliados o Pacto de Varsóvia
(1955) para unir forças militares da Europa Oriental. Logo as alianças
militares estavam em pleno funcionamento, e qualquer conflito entre dois países
integrantes poderia ocasionar uma guerra nunca vista antes.
A
tensão sentida pelas pessoas com relação às duas superpotências acentuou-se com
o início da corrida armamentista, cujo “vencedor” seria a potência que
produzisse mais armas e mais tecnologia bélica. Em contraponto, a corrida
espacial trouxe grandes inovações tecnológicas e proporcionou um grande avanço
nas telecomunicações e na informática. O macartismo, criado pelo senador estadunidense Joseph McCarthy nos anos 1950,
culminou na criação do Comitê de Investigação de Atividades Antiamericanas do Senado
dos Estados Unidos. Em outras palavras, toda e qualquer
atividade pró-comunismo estava terminantemente proibida e qualquer um que as
estimulasse estaria sujeito à prisão ou extradição. Inúmeros artistas e
produtores de filmes ou de programas de televisão que criticavam o governo
americano foram acusados de comunistas. Foi criada a Lista Negra de Hollywood contendo
os nomes de pessoas do meio artístico acusados de atividades antiamericanas.
A
era do macartismo acabou por extirpar do meio artístico americano a maior parte
dos produtores progressistas ou simpatizantes da esquerda. A URSS aplicou
extensivamente o Artigo 58 de seu Código Penal na
Zona
de ocupação soviética na Alemanha, onde as pessoas eram
internadas como "espiões" pela simples suspeita de oposição ao regime
estalinista, como pelo simples ato de contatar organizações com base nas Zonas
ocupadas pelos Aliados ocidentais. No campo
especial da NKVD em Bautzen, 66% dos presos, tinham sido
encarcerados por suspeita de apoiarem o capitalismo.
Conflito ideológico
Durante
o período da Guerra Fria, a disputa ideológica entre os dois blocos foi
acirrada. As duas superpotências fizeram grandes
esforços de propaganda política no
intuito de conquistar o apoio mundial. Tanto Estados Unidos quanto União Soviética concentravam
sua propaganda política-ideológica
em duas frentes: desacreditar a ideologia e as ações do adversário e,
ao mesmo tempo, convencer a opinião internacional de que seu sistema político,
econômico e sociocultural era superior. Setores como tecnologia (ver: Programa
espacial dos Estados Unidos e Programa
espacial soviético) e mesmo esporte (ver: Boicote
aos Jogos Olímpicos de Verão de 1980 e Jogos
Olímpicos de Verão de 1984), eram usados para
fins de propaganda.
Os serviços de
inteligência e espionagem na
Guerra Fria desempenharam papel decisivo nesta
disputa. Usando de contrainformação,
agentes soviéticos infiltrados conseguiram induzir governos ocidentais ao
erro, atuando nos EUA já na presidência de Franklin Delano
Roosevelt. Por exemplo, Harry Dexter White,
funcionário que ocupou importantes cargos no governo americano, era na
realidade, um agente a serviço da URSS. E que, por meio de manipulação de
informações, ajudou a sabotar as relações
nipo-americanas gerando tensão e desconfianças em
ambos os lados. As ações de White levaram o Império do Japão a,
erroneamente, tomar a decisão de lançar o ataque a Pearl Harbor,
precipitando a entrada dos EUA na guerra mundial, o que era de interesse da
URSS. Ainda durante a II Guerra Mundial, britânicos e estadunidenses retiraram o apoio
dado ao general conservador Draža Mihailović líder
dos Chetniks (movimento de
resistência antifascista), resultando na
implantação do comunismo na Iugoslávia no pós-guerra, sob comando de Josip Broz Tito. Na Guerra Civil Chinesa,
os EUA não concederam apoio efetivo a Chiang Kai-shek, líder do exército
nacionalista do Kuomintang. Assim, o
movimento comunista, liderado por Mao Tsé-Tung, foi vitorioso. Estes
equívocos (e outros) deveram-se ao trabalho de desinformação empregado pelos
soviéticos.
“Os
serviços secretos americanos tiveram várias vitórias de pequena escala. Por
exemplo, na chamada exfiltração, que é auxiliar um alto funcionário do governo
inimigo que deseja desertar. Tanto EUA quanto Reino Unido exfiltraram muitas
pessoas. Mas na escala macroscópica, a KGB fez os governos ocidentais de
trouxas.”
Em
seu avanço para a Alemanha Nazista, o exército vermelho ocupou
o Leste Europeu,
levando governos pró soviéticos ao poder nos países da região. Do "socialismo em um
só país" chegou-se à "revolução mundial"
e, no final do conflito, o comunismo estava presente em 12 países.
Com
a vitória sobre o nazi-fascismo garantida, o
general George S. Patton desejava
enfrentar os soviéticos, defendendo a estratégia de "rollback" (confronto militar direto
ou guerra "quente"), pois considerava o comunismo uma ameaça maior.
O exército dos
Estados Unidos encontrava-se na Europa e
a URSS estava esgotada pela guerra. Na visão de Patton, aquela era uma
oportunidade única para enfrentá-los que não deveria ser desperdiçada. Em 7 de Maio de 1945
(um dia antes do Dia da Vitória na
Europa), Patton declarou:
“
(...) Não vamos dar tempo a eles (soviéticos) de
arranjar suprimentos. Se dermos, teremos apenas vencido e desarmado a Alemanha
mas teremos falhado na libertação da Europa; teremos perdido a guerra! (...)
Devemos manter nossas bota polidas, baionetas afiadas, e
apresentarmo-nos fortes perante os russos. Esta é a única linguagem que eles
entendem e respeitam.”
Porém,
terminada a guerra, o bloco ocidental adotou a "estratégia de contenção" em lugar
do confronto direto. Esta foi aplicada numa tentativa de impedir uma maior
expansão geopolítica
do bloco comunista
(ver: teoria do dominó).
A contenção teve êxito em barrar a expansão do comunismo na Europa Ocidental, mas não impediu o
surgimento de regimes comunistas em países da América Latina, África e Ásia.
Guerra da Coreia (1950 - 1953)
O
único grande confronto militar que envolveu batalhas em que de um lado haviam
forças militares americanas e do outro forças soviéticas, foi a Guerra da
Coreia. A península da Coreia foi
dividida, em 1945, pelo paralelo 38 N, em duas zonas de
influência: uma ao norte, ocupada pela União Soviética, e a partir de 1949 pela República Popular
da China, comunista; era a República Popular Democrática da Coreia.
A outra porção, ao sul do paralelo 38 N, foi ocupada pelas tropas americanas e
permaneceu capitalista com apoio das nações ocidentais passou a ser conhecida
como República da Coreia.
Em 1950,
os líderes da Coreia do Norte,
incentivada pela vitória do socialismo na China um ano antes, recebeu apoio
da URSS para tentar reunificar a
Coreia sob o comando de um governo socialista, invadiu e ocupou a capital
sul-coreana Seul, desencadeando um conflito armado.
Os Estados Unidos solicitaram ao Conselho de Segurança das Nações Unidas,
a formação de uma força multinacional para defender a Coreia do Sul. Na ocasião
a URSS se recusou a participar da reunião do Conselho
de Segurança das Nações Unidas em que esta
medida foi discutida, e os Estados Unidos conseguiram legitimar a primeira
grande batalha militar da Guerra Fria contra o bloco soviético.
As
tropas anglo-americanas fizeram a resistência no sul, reconquistando a cidade e
partindo em uma investida contra o norte. A China,
sentindo-se ameaçada pela aproximação das forças ocidentais, enviou reforços à
frente de batalha, fazendo da Coreia um grande campo de batalha. Após muitas
batalhas, com avanços e recuos de ambos os lados, um primeiro acordo de paz é
negociado, mas demora dois anos para ser ratificado. O General americano Douglas MacArthur chegou a
solicitar o uso de armas nucleares contra a Coreia do Norte e a China, mas foi
afastado do comando das forças americanas.
Apenas
quando a União Soviética já havia testado sua primeira bomba de hidrogênio, em
1953, é que um armistício foi assinado
em Panmunjon, em 27 de Julho de 1953.
O acordo manteve a península da Coreia dividida em dois Estados soberanos,
praticamente como antes do início da guerra, com mudanças mínimas na linha de
fronteira. Essa divisão da Coreia em dois países se mantém até hoje. Em Junho
de 2000, os governos das duas Coreias
anunciaram planos de reaproximação dos dois países. Isso significou o início da
desmilitarização da região, a diminuição do isolamento internacional da Coreia
do Norte e, para milhares de coreanos, a possibilidade de reencontrar parentes
separados há meio século pelo conflito. Pela tentativa, o então presidente da
Coreia do Sul, Kim Dae Jung,
recebeu o Prêmio Nobel da Paz em
2000.
Conclusão
Com
o final da Segunda Guerra Mundial,
a Europa estava arrasada e ocupada pelos exércitos das duas grandes potências
vencedoras, os Estados Unidos e a URSS. O desnível entre o poder destas
duas superpotências e
o restante dos países do mundo era tão gritante, que rapidamente se constitui
um sistema global bipolar, ou seja, centrada em dois grandes polos.
Referências bibliográficas
ü Encíclica Qui
pluribus, do Papa Pio IX,
a 9 de novembro de 1846: Acta Pii IX, vol. I, pág. 13. Cf. Sílabo, IV: A.A.S.,
vol. III, pág. 170.
ü Ir para cima↑ Encíclica Quod
Apostolici muneris, do Papa Leão XIII, a 28 de dezembro de
1878: Acta Leonis XIII, vol. I, pág. 40
ü Ir para cima↑ Bellamy,
Richard. The
Cambridge History of Twentieth-Century Political Thought. [S.l.]: Cambridge University Press, 2003.
p. 60. ISBN 0-521-56354-2
ü Ir para cima↑ Anne Applebaum
(22 de fevereiro 2013). Happy Anniversary, Nikita Khrushchev (em
en) Washington Post. Página visitada em 18 de agosto 2013.
ü ↑ Ir para:a b c d Rainer
Souza. Revolução Húngara de 1956 Brasil Escola.
Página visitada em 20 de dezembro de 2011.
ü Ir para cima↑ Max Frankel,
"Stalin's Shadow," New York Times Nov
21, 2012 baseado no livro de Anne Applebaum, Iron
Curtain: The Crushing of Eastern Europe, 1944–1956 (2012), ver
Introduction, texto depois da nota 26, e capitulos. 3, 7-9, acessado em 4 de
outubro de 2013
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