As Potências Coloniais e a Guerra Fria

Introdução


Impérios coloniais foram um produto da Era dos Descobrimentos Europeia que começou com uma corrida exploratória entre as mais avançadas potências marítimas do século XVPortugal e Espanha. O impulso inicial por trás desses impérios marítimos dispersos e aqueles que se seguiram foi o comércio, impulsionado por novas ideias e pelo capitalismo que cresceu a partir do Renascimento europeu. Acordos também foram feitos para dividir o mundo entre esses impérios em 14791493 e 1494.
Guerra Fria é a designação atribuída ao período histórico de disputas estratégicas e conflitos indiretos entre os Estados Unidos e a União Soviética, compreendendo o período entre o final da Segunda Guerra Mundial  (1945) e a extinção da União Soviética  (1991), um conflito de ordem políticamilitartecnológicaeconômicasocialideológica entre as duas nações e suas zonas de influência. É chamada "fria" porque não houve uma guerra direta entre as duas superpotências, dada a inviabilidade da vitória em uma batalha nuclear. A corrida armamentista pela construção de um grande arsenal de armas nucleares foi o objetivo central durante a primeira metade da Guerra Fria, estabilizando-se na década de 1960 até à década de 1970 e sendo reativada nos anos 1980 com o projeto do presidente estadunidense Ronald Reagan chamado de "Guerra nas Estrelas".





 



História


Portugal começou a estabelecer a rede de comércio global e do império primeiro sob a liderança de Infante D. Henrique. Os portugueses acabariam por estabelecer domínios coloniais no Brasil, na América do Sul, e várias colônias na África  (nomeadamente Portuguesa, Cabo, São Tomé e PríncipeAngola e Moçambique), na Índia Portuguesa  (os mais importantes Bombaim e Goa), na China (Macau) e Oceânia (Timor, atualmente Timor-Leste), entre muitos outras possessões menores ou de curta duração.
Durante o seu Siglo de Oro, o Império Espanhol tinha a posse dos Países BaixosLuxemburgoBélgica, a maior parte da Itália, partes da Alemanha, partes da França e muitas colônias nas AméricasÁfrica e Ásia. Com a conquista do interior do MéxicoPeru e Filipinas, no século XVI, a Espanha estabeleceu domínios ultramarinos em uma escala e distribuição mundial que nunca tinha sido abordada por seus antecessores (o Império Mongol havia sido maior, mas foi restrito a Eurásia). As possessões na Europa, África, Oceano Atlântico, nas Américas, no Oceano Pacífico, e no Extremo Oriente, qualificaram o Império Espanhol a alcançar uma presença global em vários aspetos.
De 1580 a 1640, o Império Português e o Império Espanhol foram unidos em uma união pessoal dos seus monarcas Habsburgo durante o período da União Ibérica, mas abaixo do mais alto nível de governo, suas administrações foram mantidas separadas. Subsequentes impérios coloniais que incluiu os impérios FrancêsHolandês e Britânico. O último, consolidado durante o período de hegemonia marítima britânica no século XIX, tornou-se o maior império da história, em virtude das melhorias nas tecnologias de transporte. No seu auge, o Império Britânico cobria um quinto da área terrestre do planeta e era composto por um quarto de sua população. Em meados do século XVII, a Rússia Czarista, continuada depois pelo Império Russo e União Soviética, tornou-se o maior Estado contíguo no mundo e a moderna Federação da Rússia continua com esse título até hoje. Apesar de ter "perdido" sua periferia Soviética, a Rússia tem 9 fusos horário, que se estendem por cerca de metade da longitude do mundo.

Lista de impérios coloniais

§  Império Português  (1415-1999)
§  Império Espanhol  (1492-1975)
§  Império Russo  (1580-1917)
§  Império Colonial Neerlandês  (1602-1975)
§  Império Francês  (1605 até o presente)
§  Primeiro Império Francês de Napoleão I  (1804-1814 ou 1815)
§  Segundo Império Francês de Napoleão III  (1852-1870)
§  Império Britânico  (1607 até o presente)
§  Império colonial dinamarquês  (1620-1953)
§  Colonização curlandesa  (vassalo da República das Duas Nações) (1637-1690)
§  Império colonial sueco  (1638-1663 e 1785-1878)
§  Colônias alemãs  (1683-1721, 1883-1919)
§  Colônias de Brandeburgo-Prússia  (1683-1721)
§  Império colonial alemão  (1883-1919)
§  Colônias da monarquia de Habsburgo  (1719-1750, 1778-1783, 1901-1917)
§  Império americano  (1812 até o presente)
§  Império colonial belga  (1885-1962)
§  Estado Livre do Congo  (1885-1908)
§  Império colonial italiano  (1885-1943)

Guerra fria


Uma parte dos historiadores argumenta que foi uma disputa dos países que apoiavam as Liberdades civis, como a liberdade de opinião e de expressão e de voto, representada pelos Estados Unidos e outros países ocidentais e do outro lado a ditadura comunista ateia, (ver: Ateísmo Marxista-leninista) onde era suprimida a possibilidade de eleger e de discordar, defendida pela União Soviética (URSS)  e outros países onde o comunismo fora imposto por ela. Outra parte defende que esta foi uma disputa entre o capitalismo, que patrocinou regimes ditatoriais na América Latina, representado pelos Estados Unidos, e o socialismo totalitário expansionista ou socialismo de Estado, onde fora suprimida a propriedade privada, defendido pela União Soviética (URSS) e China. Entretanto, esta caracterização só pode ser considerada válida com uma série de restrições e apenas para o período do imediato pós-Segunda Guerra Mundial, até a década de 1950. Logo após, nos anos 1960, o bloco socialista se dividiu e durante as décadas de 1970 e 1980, a China comunista se aliou aos Estados Unidos na disputa contra a União Soviética. Além disso, muitas das disputas regionais envolveram Estados capitalistas, como os Estados Unidos contra diversas potências locais mais nacionalistas.
Dada a impossibilidade da resolução do confronto no plano estratégico, pela via tradicional da guerra aberta e direta que envolveria um confronto nuclear; as duas superpotências passaram a disputar poder de influência política, econômica e ideológica em todo o mundo. Este processo se caracterizou pelo envolvimento dos Estados Unidos e União Soviética em diversas guerras regionais, onde cada potência apoiava um dos lados em guerra. Estados Unidos e União Soviética não apenas financiavam lados opostos no confronto, disputando influência político-ideológica, mas também para mostrar o seu poder de fogo e reforçar as alianças regionais. Neste contexto, os chamados países não alinhados mantiveram-se fora do conflito, não se alinhando aos blocos pró-URSS ou pró-Estados Unidos, formando um "terceiro bloco" de países neutros: o Movimento Não-alinhado.
Norte-americanos e soviéticos travaram uma luta ideológica, política e econômica durante esse período. Se um governo socialista fosse implantado em algum país do Terceiro, o governo norte-americano entendia como uma ameaça à sua hegemonia; se um movimento popular combatesse um governo aliado ao soviético, logo poderia ser visto com simpatia pelos Estados Unidos e receber apoio. A Guerra da Coreia  (1950-1953) e a Guerra do Vietnãm  (1962-1975) são os conflitos mais famosos da Guerra Fria. Além da famosa tensão na Crise dos mísseis em Cuba  (1962) e, também na América do Sul, a Guerra das Malvinas  (1982). Entretanto, durante todo este período, a maior parte dos conflitos locais, guerras civis ou guerras intraestatais foi intensificada pela polarização entre EUA e URSS. Esta polarização dos conflitos locais entre apenas dois grandes polos de poder mundial é o que justifica a caracterização da polaridade deste período como bipolar, principalmente porque, mesmo que tenham existido outras potências regionais entre 1945 e 1991, apenas Estados Unidos e URSS tinham capacidade nuclear de segundo ataque, ou seja, capacidade de dissuasão nuclear.

A Crise no Pós-Guerra


Os Estados Unidos defendiam a economia capitalista, argumentando ser ela a representação da democracia e da liberdade. Em contrapartida a URSS enfatizava o socialismo, argumentando em defesa do proletariado e solução dos problemas sociais. Os Aliados divergiam sobre a forma de como manter a segurança do pós-guerra. Os aliados ocidentais queriam criar uma rede de segurança que, com governos quanto mais possíveis democráticos, resolvessem suas diferenças de forma pacífica através de organizações internacionais. A Rússia devido à experiência, através da história de invasões frequentes, bem como a perda humana estimada em 27 milhões e a destruição sofrida durante a Segunda Guerra Mundial, queria garantir sua segurança pelo controle dos assuntos internos de países vizinhos.
Sob a influência das duas doutrinas, o mundo foi dividido em dois blocos liderados cada um por uma das superpotências: a Europa Ocidental e a América Central e do Sul sob influência cultural, ideológica e econômica estadunidense, e parte do Leste AsiáticoÁsia central e Leste europeu, sob influência soviética. Assim, o mundo dividido sob a influência das duas maiores potências econômicas e militares da época, estava também polarizado em duas ideologias opostas: o Capitalismo e o Socialismo.
Entretanto era notória deste o início da Guerra Fria a superioridade económica norte americana. Em 1945 os Estados Unidos tinham metade do PIB mundial, 2/3 das reservas mundiais de ouro, 60% da capacidade industrial ativa do mundo, 67% da capacidade produtora de petróleo, além da maior Marinha e da maior Força Aérea que existia. Seus exércitos ocupavam parte da Europa ocidental e o Japão, algumas das zonas foram as mais ricas e industrializadas do mundo antes da Guerra. Também ocupavam parte do sudeste asiático, especificamente metade da península da Coreia e grande parte das ilhas do Pacífico. O território continental americano nunca havia sido realmente ameaçado durante a Segunda Guerra Mundial, sendo que a batalha travada geograficamente mais próxima do continente foi a de Pearl Harbor, no Havai.
Por sua vez a União Soviética ocupava a metade oriental da Europa e a metade norte da Ásia, uma parte da Manchúria e da Coreia, regiões tradicionalmente agrícolas e pobres. O próprio território soviético havia sido palco de batalhas durante a II Guerra Mundial, contra divisões alemãs. O resultado é que em 1945 os Estados Unidos contabilizavam cerca de 500 mil mortos na guerra, contra cerca de 20 milhões de soviéticos mortos (civis e militares). Centenas de cidades soviéticas estavam destruídas em 1945. A maior parte das indústrias, da capacidade produtiva agrícola e da infraestrutura de transportesenergia e comunicações estava destruída ou seriamente comprometida. A Operação Impensável foi o nome de um plano inicial de guerra feito pelo governo britânico em 1945. Tal operação consistia na invasão da então União Soviética por forças militares britânicas, poloneses exilados, americanos e mesmo alemães recém rendidos.


Bloqueio de Berlim (Junho/1948 - Maio/1949)


Após a derrota alemã na Segunda Guerra, os países vencedores lhe impuseram pesadas sanções. Dentre as quais a divisão da Alemanha em 4 áreas administrativas, cada uma chefiada por um dos vencedores: Estados UnidosFrançaReino Unido e União Soviética e duas zonas de influência: Capitalista e Socialista. Berlim, a capital da Alemanha, também foi dividida, ainda que sob território de influência soviética. A comunicação entre o lado ocidental da cidade fragmentada e as outras zonas era feita por pontes aéreas e terrestres.
Em 1948, numa tentativa de controlar a inflação galopante da Alemanha, os Estados Unidos, a França e o Reino Unido criaram uma "trizona" entre suas zonas de influência, para fazer valer nestes territórios o Deutsche Mark  (Marco alemão). Josef Stalin, então líder da URSS, reprovou a ideia e, como contra-ataque, procurou reunificar Berlim sob sua influência. Desse modo, em 23 de Junho de 1948, todas as rotas terrestres foram fechadas pelas tropas soviéticas, privando a cidade de alimentos e combustiveis, numa violação dos acordos da Conferência de Ialta.
Para não abandonar as zonas ocidentais de Berlim e dar vitória à União Soviética, os países ocidentais prontificaram-se a criar uma grande ponte aérea, em que aviões de transporte de cargas estado-unidenses, ingleses, e australianos saíam da "trizona" levando mantimentos aos mais de dois milhões de berlinenses que viviam no ocidente da cidade. Stalin reconheceu a derrota dos seus planos em 12 de Maio de 1949. Pouco depois, as zonas estadunidense, francesa e britânica se unificaram, originando aBundesrepublik Deutschland  (República Federativa da Alemanha ou Alemanha Ocidental), cuja capital era Bonn. Da zona soviética surgiu a Deutsche Demokratische Republik (República Democrática Alemã ou Alemanha Oriental), com capital Berlim, a porção oriental.

Plano Marshall e COMECON


A fragilização das nações europeias, após uma guerra violenta, permitiu que os Estados Unidos estendessem uma série de apoios econômicos à Europa aliada, para que estes países pudessem se reerguer e mostrar as vantagens do capitalismo. Assim, o Secretário de Estado dos Estados Unidos, George Marshall, propõe a criação de um amplo plano econômico, que veio a ser conhecido como Plano Marshall. Tratava-se da concessão de uma série de empréstimos a baixos juros e investimentos públicos para facilitar o fim da crise na Europa Ocidental e repelir a ameaça do socialismo entre a população descontente. Durante os primeiros anos da Guerra Fria, principalmente, os Estados Unidos fizeram substanciais investimentos nos países aliados, com notável destaque para o Reino Unido, a França e a Alemanha Ocidental.
Japão, entre 1947 e 1950, recebeu menos apoio americano. A situação só se transformou com a explosão da Guerra da Coreia, que fez do Japão o principal aliado das tropas das Nações Unidas. Após a declaração da guerra, os americanos realizaram importantes investimentos na economia japonesa, que também foi impulsionada com a demanda de guerra.
Em 1951 foi elaborado o Plano Colombo, uma organização realizada por países do Sudeste Asiático, com intenções de reestruturação social. Os norte-americanos realizaram alguns investimentos para estimular a economia do subcontinente, mas o volume de capital investido foi muito menor ao destacado para o Plano Marshall, porém bem menos ambicioso, para estimular o desenvolvimento de países do sul e sudeste da Ásia.
Em resposta ao plano econômico estadunidense, a União Soviética propôs-se a ajudar também seus países aliados, com a criação do COMECON (Conselho para Assistência Econômica Mútua). O COMECON fora proposto como maneira de impedir os países-satélites da União Soviética de demonstrar interesse no Plano Marshall, e não abandonarem a esfera de influência de Moscou.

Corrida armamentista


Terminada a Segunda Guerra Mundial, as duas potências vencedoras dispunham de uma enorme variedade de armas, muitas delas desenvolvidas durante o conflito, outras obtidas dos cientistas alemães e japoneses.
Novos tanquesaviõessubmarinos, navios de guerra e mísseis balísticos constituíam as chamadas armas convencionais. Mas também haviam sido desenvolvidas novas gerações de armas não convencionais, como armas químicas, que praticamente não foram utilizadas em batalha. A Alemanha que desenvolveu a maior indústria de armas químicas do mundo, utilizou esses gases mortais em câmaras de gás nos campos de concentração. Algumas armas biológicas foram testada, principalmente pelo Japão na China ocupada, mas a tecnologia da época ainda era muito pouco eficiente. O maior destaque ficou com uma nova arma não-convencional, mais poderosa que qualquer outra arma já testada até então: bomba atómica. Só os Estados Unidos tinham essa tecnologia, o que aumentava em muito seu poderio bélico e sua superioridade militar estratégica em relação aos soviéticos.
A União Soviética iniciou então seu programa de pesquisas para também produzir tais bombas, o que conseguiu em 1949. Mas logo a seguir, os Estados Unidos testavam a primeira bomba de hidrogênio, centena de vezes mais poderosa. A União soviética levaria até 1953 para desenvolver a sua versão desta arma, dando início a uma nova geração de ogivas nucleares menores, mais leves e mais poderosas.
A União Soviética obteve a tecnologia para armas nucleares através de espionagem. Em 1953, nos Estados Unidos, o casal Julius e Ethel Rosenberg foi condenado a morte por transmitir à União Soviética segredos sobre a bomba atómica norte americana.
Essa corrida ao armamento era movida pelo receio recíproco de que o inimigo passasse a frente na produção de armas, provocando um desequilíbrio no cenário internacional. Se um deles tivesse mais armas, seria capaz de destruir o outro.
A corrida atingiu proporções tais que, já na década de 1960, os Estados Unidos e a URSS tinham armas suficientes para vencer e destruir qualquer outro país do mundo. Uma quantidade tal de armas nucleares foi construída, que permitiria a qualquer uma das duas superpotências, sobreviver a um ataque nuclear maciço do adversário, e a seguir, utilizando apenas uma fração do que restasse do seu arsenal, pudesse destruir o mundo. Esta capacidade de sobreviver a um primeiro ataque nuclear, para a seguir retaliar o inimigo com um segundo ataque nuclear devastador, produziu medo suficiente nos líderes destes dois países para impedir uma Guerra Nuclear, sintetizado em conceitos como Destruição Mútua Assegurada ou "Equilíbrio do terror".

 

OTAN e Pacto de Varsóvia


Em 1949 os Estados Unidos e o Canadá, juntamente com a maioria dos países europeus, suportados alguns destes com governos que incluíam os socialistas, criaram a OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte), uma aliança militar com o objetivo de proteção internacional em caso de um suposto ataque dos países do leste europeu. Em resposta à OTAN, a URSS firmou entre ela e seus aliados o Pacto de Varsóvia  (1955) para unir forças militares da Europa Oriental. Logo as alianças militares estavam em pleno funcionamento, e qualquer conflito entre dois países integrantes poderia ocasionar uma guerra nunca vista antes.
A tensão sentida pelas pessoas com relação às duas superpotências acentuou-se com o início da corrida armamentista, cujo “vencedor” seria a potência que produzisse mais armas e mais tecnologia bélica. Em contraponto, a corrida espacial trouxe grandes inovações tecnológicas e proporcionou um grande avanço nas telecomunicações e na informática. O macartismo, criado pelo senador estadunidense Joseph McCarthy nos anos 1950, culminou na criação do Comitê de Investigação de Atividades Antiamericanas do Senado dos Estados Unidos. Em outras palavras, toda e qualquer atividade pró-comunismo estava terminantemente proibida e qualquer um que as estimulasse estaria sujeito à prisão ou extradição. Inúmeros artistas e produtores de filmes ou de programas de televisão que criticavam o governo americano foram acusados de comunistas. Foi criada a Lista Negra de Hollywood contendo os nomes de pessoas do meio artístico acusados de atividades antiamericanas.
A era do macartismo acabou por extirpar do meio artístico americano a maior parte dos produtores progressistas ou simpatizantes da esquerda. A URSS aplicou extensivamente o Artigo 58 de seu Código Penal na Zona de ocupação soviética na Alemanha, onde as pessoas eram internadas como "espiões" pela simples suspeita de oposição ao regime estalinista, como pelo simples ato de contatar organizações com base nas Zonas ocupadas pelos Aliados ocidentais. No campo especial da NKVD em Bautzen, 66% dos presos, tinham sido encarcerados por suspeita de apoiarem o capitalismo.

Conflito ideológico


Durante o período da Guerra Fria, a disputa ideológica entre os dois blocos foi acirrada. As duas superpotências fizeram grandes esforços de propaganda política no intuito de conquistar o apoio mundial. Tanto Estados Unidos quanto União Soviética concentravam sua propaganda política-ideológica em duas frentes: desacreditar a ideologia e as ações do adversário e, ao mesmo tempo, convencer a opinião internacional de que seu sistema político, econômico e sociocultural era superior. Setores como tecnologia  (verPrograma espacial dos Estados Unidos Programa espacial soviético) e mesmo esporte  (verBoicote aos Jogos Olímpicos de Verão de 1980 e Jogos Olímpicos de Verão de 1984), eram usados para fins de propaganda.
Os serviços de inteligência e espionagem na Guerra Fria desempenharam papel decisivo nesta disputa. Usando de contrainformação, agentes soviéticos infiltrados conseguiram induzir governos ocidentais ao erro, atuando nos EUA já na presidência de Franklin Delano Roosevelt. Por exemplo, Harry Dexter White, funcionário que ocupou importantes cargos no governo americano, era na realidade, um agente a serviço da URSS. E que, por meio de manipulação de informações, ajudou a sabotar as relações nipo-americanas gerando tensão e desconfianças em ambos os lados. As ações de White levaram o Império do Japão a, erroneamente, tomar a decisão de lançar o ataque a Pearl Harbor, precipitando a entrada dos EUA na guerra mundial, o que era de interesse da URSS. Ainda durante a II Guerra Mundialbritânicos e estadunidenses retiraram o apoio dado ao general conservador Draža Mihailović líder dos Chetniks  (movimento de resistência antifascista), resultando na implantação do comunismo na Iugoslávia no pós-guerra, sob comando de Josip Broz Tito. Na Guerra Civil Chinesa, os EUA não concederam apoio efetivo a Chiang Kai-shek, líder do exército nacionalista do Kuomintang. Assim, o movimento comunista, liderado por Mao Tsé-Tung, foi vitorioso. Estes equívocos (e outros) deveram-se ao trabalho de desinformação empregado pelos soviéticos.
“Os serviços secretos americanos tiveram várias vitórias de pequena escala. Por exemplo, na chamada exfiltração, que é auxiliar um alto funcionário do governo inimigo que deseja desertar. Tanto EUA quanto Reino Unido exfiltraram muitas pessoas. Mas na escala macroscópica, a KGB fez os governos ocidentais de trouxas.”
Em seu avanço para a Alemanha Nazista, o exército vermelho ocupou o Leste Europeu, levando governos pró soviéticos ao poder nos países da região. Do "socialismo em um só país" chegou-se à "revolução mundial" e, no final do conflito, o comunismo estava presente em 12 países.
Com a vitória sobre o nazi-fascismo garantida, o general George S. Patton desejava enfrentar os soviéticos, defendendo a estratégia de "rollback" (confronto militar direto ou guerra "quente"), pois considerava o comunismo uma ameaça maior. O exército dos Estados Unidos encontrava-se na Europa e a URSS estava esgotada pela guerra. Na visão de Patton, aquela era uma oportunidade única para enfrentá-los que não deveria ser desperdiçada. Em 7 de Maio de 1945  (um dia antes do Dia da Vitória na Europa), Patton declarou:
“ (...)  Não vamos dar tempo a eles  (soviéticos)  de arranjar suprimentos. Se dermos, teremos apenas vencido e desarmado a Alemanha mas teremos falhado na libertação da Europa; teremos perdido a guerra! (...)  Devemos manter nossas bota polidas, baionetas afiadas, e apresentarmo-nos fortes perante os russos. Esta é a única linguagem que eles entendem e respeitam.”
Porém, terminada a guerra, o bloco ocidental adotou a "estratégia de contenção" em lugar do confronto direto. Esta foi aplicada numa tentativa de impedir uma maior expansão geopolítica do bloco comunista  (verteoria do dominó). A contenção teve êxito em barrar a expansão do comunismo na Europa Ocidental, mas não impediu o surgimento de regimes comunistas em países da América LatinaÁfrica e Ásia.

Guerra da Coreia (1950 - 1953)


O único grande confronto militar que envolveu batalhas em que de um lado haviam forças militares americanas e do outro forças soviéticas, foi a Guerra da Coreia. A península da Coreia foi dividida, em 1945, pelo paralelo 38 N, em duas zonas de influência: uma ao norte, ocupada pela União Soviética, e a partir de 1949 pela República Popular da Chinacomunista; era a República Popular Democrática da Coreia. A outra porção, ao sul do paralelo 38 N, foi ocupada pelas tropas americanas e permaneceu capitalista com apoio das nações ocidentais passou a ser conhecida como República da Coreia.
Em 1950, os líderes da Coreia do Norte, incentivada pela vitória do socialismo na China um ano antes, recebeu apoio da URSS para tentar reunificar a Coreia sob o comando de um governo socialista, invadiu e ocupou a capital sul-coreana Seul, desencadeando um conflito armado. Os Estados Unidos solicitaram ao Conselho de Segurança das Nações Unidas, a formação de uma força multinacional para defender a Coreia do Sul. Na ocasião a URSS se recusou a participar da reunião do Conselho de Segurança das Nações Unidas em que esta medida foi discutida, e os Estados Unidos conseguiram legitimar a primeira grande batalha militar da Guerra Fria contra o bloco soviético.
As tropas anglo-americanas fizeram a resistência no sul, reconquistando a cidade e partindo em uma investida contra o norte. A China, sentindo-se ameaçada pela aproximação das forças ocidentais, enviou reforços à frente de batalha, fazendo da Coreia um grande campo de batalha. Após muitas batalhas, com avanços e recuos de ambos os lados, um primeiro acordo de paz é negociado, mas demora dois anos para ser ratificado. O General americano Douglas MacArthur chegou a solicitar o uso de armas nucleares contra a Coreia do Norte e a China, mas foi afastado do comando das forças americanas.
Apenas quando a União Soviética já havia testado sua primeira bomba de hidrogênio, em 1953, é que um armistício foi assinado em Panmunjon, em 27 de Julho de 1953. O acordo manteve a península da Coreia dividida em dois Estados soberanos, praticamente como antes do início da guerra, com mudanças mínimas na linha de fronteira. Essa divisão da Coreia em dois países se mantém até hoje. Em Junho de 2000, os governos das duas Coreias anunciaram planos de reaproximação dos dois países. Isso significou o início da desmilitarização da região, a diminuição do isolamento internacional da Coreia do Norte e, para milhares de coreanos, a possibilidade de reencontrar parentes separados há meio século pelo conflito. Pela tentativa, o então presidente da Coreia do Sul, Kim Dae Jung, recebeu o Prêmio Nobel da Paz em 2000.

 

Conclusão


Com o final da Segunda Guerra Mundial, a Europa estava arrasada e ocupada pelos exércitos das duas grandes potências vencedoras, os Estados Unidos e a URSS. O desnível entre o poder destas duas superpotências e o restante dos países do mundo era tão gritante, que rapidamente se constitui um sistema global bipolar, ou seja, centrada em dois grandes polos.

















Referências bibliográficas


ü  Encíclica Qui pluribus, do Papa Pio IX, a 9 de novembro de 1846: Acta Pii IX, vol. I, pág. 13. Cf. Sílabo, IV: A.A.S., vol. III, pág. 170.
ü  Ir para cima↑ Encíclica Quod Apostolici muneris, do Papa Leão XIII, a 28 de dezembro de 1878: Acta Leonis XIII, vol. I, pág. 40
ü  Ir para cima↑ Bellamy, Richard. The Cambridge History of Twentieth-Century Political Thought. [S.l.]: Cambridge University Press, 2003. p. 60. ISBN 0-521-56354-2
ü  Ir para cima↑ Anne Applebaum (22 de fevereiro 2013). Happy Anniversary, Nikita Khrushchev (em en) Washington Post. Página visitada em 18 de agosto 2013.
ü  ↑ Ir para:a b c d Rainer Souza. Revolução Húngara de 1956 Brasil Escola. Página visitada em 20 de dezembro de 2011.
ü  Ir para cima↑ Max Frankel, "Stalin's Shadow," New York Times Nov 21, 2012 baseado no livro de Anne Applebaum, Iron Curtain: The Crushing of Eastern Europe, 1944–1956 (2012), ver Introduction, texto depois da nota 26, e capitulos. 3, 7-9, acessado em 4 de outubro de 2013












Índice