Índice
Introdução
A insatisfação do povo angolano reflete-se também no
bolso da grande maioria da população. A seguir à paz, em 2002, angola viveu um
dos maiores crescimentos económicos de todos os países do mundo, atingindo um
crescimento de mais de 20 % em 2005 e em 2007. Apesar deste crescimento
vertiginoso, muitos angolanos continuam a viver na pobreza
Norberto garcia, o secretário para os assuntos políticos,
eleitorais e económicos do mpla diz sobre os motivos desta aparente contradição
que “enquanto tivermos uma taxa de analfabetismo ainda elevada, isto vai
dificultar a distribuição da renda nacional. Porque onde há analfabetismo há
pobreza. A pobreza está muito relacionada ao grau de analfabetismo".
A economia mundial tem estado a
apresentar sinais contraditórios quanto à sua rota de crescimento económico.
Não é a primeira vez que tal sucede, mas depois de 2008/2009 têm sido mais as
diferentes velocidades que caracterizam todas as previsões de crescimento do
pib mundial e das principais regiões do mundo. Os estados unidos da américa
parecem ressurgir da fase crítica que atravessaram durante a recessão económica
e a crise financeira internacional de 2009 e preparam-se para reassumirem a
posição de um dos "drivers" do crescimento económico mundial. A união
europeia e a zona euro permanecerão ainda durante 2015 com as locomotivas do
seu crescimento gripadas e incapazes de arrancarem definitivamente contra a
crise das dívidas soberanas e dos défices orçamentais e os efeitos que uma
excessiva e exagerada austeridade (que aumentou a percentagem de pobres e de
pessoas em risco de pobreza nos países periféricos do sul da europa) provocou
sobre o crescimento, o aumento de emprego e a sustentabilidade dos sistemas de
assistência e prevenção social.
Crescimento económico e pobreza
O the economist
(economic forecast summary november 2014) prevê uma taxa de crescimento do pib
de apenas 1,1% para 2015, depois de uma variação de 0,9% em 2014. Mas
igualmente o espaço das economias emergentes apresenta incapacidades várias
para recuperar o fulgor dos anos imediatamente anteriores à crise de
crescimento de 2009.
A china –
actualmente o principal destino das exportações angolanas de petróleo – há já
alguns anos que saiu da rota dos 10% de crescimento médio anual do seu pib e as
previsões sobre o futuro situam a variação real anual abaixo de 7,5%. O brasil
– outro importante parceiro das relações comerciais com angola – atravessa,
desde 2012, um período de crescimento pouco significativo, como o atestam as
taxas de 1% e 0,3% para os anos mais recentes. Em 2015, de acordo com o fundo
monetário internacional (world economic outlook october 2014), a variação real
do pib rondará 1,4%.
E o continente
africano não foge a este contexto, não só porque a sua economia se encontra dentro
da globalização – mesmo que dela retire poucas vantagens e sofra muitos
inconvenientes – mas igualmente porque a integração económica africana ainda é
uma realidade distante. Ou seja, a dependência externa de áfrica não tem um
contrapeso continental (uma capacidade endógena de absorção das flutuações da
produção mundial) que atenue os efeitos mais dilacerantes das flutuações do
comércio mundial.
Os enormes
desafios envolvidos nesta estratégia ceic. Working paper nº 02, novembro 2014
as perspectivas de crescimento económico de angola até 2020 4 internacional de
combate ao subdesenvolvimento podem ser sintetizados em dois números: para se
não agravarem os actuais níveis de pobreza, o continente africano não pode
crescer a menos de 5% ao ano até 2015 e se quiser diminuir a pobreza em 50%
então o crescimento a taxas sustentadas terá de se estabelecer entre 7% e 8% ao
ano1 . E as taxas de variação real anual do seu produto interno bruto não têm
atingido aqueles patamares: 6,9% em 2010, 5,1% em 2011, 4,7% em 2012, 4,9% em
2013, 5,2% em 2014 e 5,7% previsto para 2015.
Diversificação da economia
Os processos de
diversificação das estruturas económicas estão muito correlacionados com a
diversificação das exportações e com a industrialização dos países. Quanto mais
elevados forem os índices de industrialização, melhores serão as condições para
disputar a concorrência internacional, nos mercados internos e em diferentes
segmentos dos mercados mundiais. Os sectores com peso no processo de
diversificação, como já se frisou anteriormente, são: a agricultura, florestas
e pescas com 16,5% do produto interno bruto (pib); indústria transformadora,
construção e energia com 37,5% do pib; comércio, transportes, banca, seguros e
telecomunicações com 24,5% do pib; e 18,7% para a extracção de petróleo.
Angola a nova potência econômica africana
Durante muitos
anos, qualquer notícia da angola se relacionava à guerra civil, guerrilhas ou
intervenções extrangeiras. O país mal acabava de nascer em 1975 e já começavam
cerca de trinta anos de conflitos internos mortais. Porém, hoje, se o journal
international fala sobre este país, não é por causa da guerra e sim dos
negócios.
Para começar, há
uma cifra que não escapa ao olhar dos investidores estrangeiros. Estamos
falando de 17, a taxa de crecimento do pib angolano entre os anos 2004 e 2008.
É por isto que uma corrente de otimismo toma conta do ambiente económico do
país, dando-lhe verdadeiras perspetivas de desenvolvimento. O novo milênio,
além de marcar o começo da era de modernização da economia angolana, vira
sobretudo uma página sombría na sua história nacional.
O fim da guerra uma economia que vê a luz do dia
No ano de 1975,
quando o portugal concede a independência a angola, o mpla (movimento popular
de libertação de angola), inspirado pela ideología marxista, começa a governar
o país. Porém, há outros movimentos políticos que buscam o poder, e isto
provoca o começo de uma guerra civil que será tristemente alimentada pelas
estratégias internacionais da guerra fria. De fato, o mpla, apoiado por cuba e
a urss, e a unita (união nacional para a independência total de angola),
pró-ocidental e apoiada pelo regime de apartheid sul-africano e pelos estados
unidos, se enfrentarão pelo poder. Só no ano de 2002 a unita vai depor as
armas, depois da morte do seu líder, para assim acabar com a guerra civil que
deixou cerca de 500.000 vítimas. O mpla passa então a ser a primera força
política do país e iria democratizar as instituções angolanas.
Contudo, estes
conflitos ocultaram o potencial econômico do país. O território angolano é
muito rico em recursos naturais, tais como o petróleo, gás natural, cobre,
diamantes, ferro, zinco, entre outros. A indústria do petróleo já havia
decolado nos anos 70, mas foi ao terminar a guerra que ela conheceu a
verdadeira prosperidade. No ano de 2005, o país chegou até mesmo a fazer parte
da opep (organização dos países exportadores de petróleo). A partir desse
momento, o ouro negro passa a representar 85% do pib angolano, seguido pela
extração de diamantes cujas exportações atingem 5% do pib.
Desde o ano 2002,
a produção de petróleo mais do que dobrou. No entanto, sem perder o seu lugar,
permitiu uma diversificação da economia. Por outro lado, a agricultura e a
construção passaram a ser setores de crecimento com a chegada da paz ao país, o
que permitiu o realojamento da população. Finalmente, os poderes públicos,
depois de serem legitimados, puderam assumir os seus respectivos papéis administrativos
e assim criar condições adequadas de desenvolvimento econômico (infraestruturas
de água e energia, controle jurídico das empresas, tributação).
Uma potência regional muito atraente
Um dos elementos
essenciais para o desenvolvimento econômico angolano é a confiança em um país
pacificado. Decerto, a inflação de dois ou três dígitos parece ser história do
passado e a moeda, viva imagem do país, se estabiliza. Todas as condições de um
boom económico pós-guerra estão preenchidas. A reconstrução nacional,
acontecida nos anos 2000, foi graças aos lucros da indústria do petróleo e aos
empréstimos internacionais para essa finalidade.
Bem que tenha
sido um pouco afetada pela crise de 2008, a taxa de crecimento chega a um nível
incrível (17%). Ao apresentar o melhor crecimento econômico de toda a áfrica,
incluindo a região do magrebe, entre os anos 1989 e 2008, o angola é uma
atração para os investidores do mundo inteiro. Todos os países se apressam para
poder investir nesta nova terra de oportunidades, entre os quais estão o
portugal e o brasil, com quem angola tem a língua portuguesa e um passado
colonial em comum, mas também a china e a espanha. Os enormes e ultra-novos
shopping centers da capital, luanda, que têm o capital e a tecnología dos
países investidores, são símbolo do dinamismo dos investimentos
estrangeiros.
Além disto,
aumentam os encontros diplomáticos. No próximo dia 25 de abril, os ministros
angolanos e espanhóis têm uma reunião marcada em madri, no âmbito de um fórum
sobre as oportunidades econômicas em angola. Semana passada, o ministro
angolano de geologia e minas esteve no brasil em visita oficial de cinco dias,
durante a qual foram assinados acordos de cooperação no setor geológico e
mineiro. Durante o mês de março, luanda acolheu uma delegação chinesa para uma
exposição sobre as tecnologias ambientais, setor no qual ambos países desejam
cooperar.
Angola confirma,
com ajuda dos números, o seu domínio econômico regional. No ano de 2008, o país
era a sétima potência econômica do continente africano e, de acordo com o
economista angolano manuel alves da rocha, poderia chegar à quinta posição em
2014. A sua ascensão é fulgurante e promete uma influência política muito
importante nas organizações regionais. Daí em diante, o angola poderá fazer
valer os seus interesses junto à nova parceria para o desenvolvimento da áfrica
(nepad, pelas suas siglas em inglês), organismo da união africana que analisa
as perspectivas e projetos de desenvolvimento econômico da região, mas também
da comunidade para o desenvolvimento da áfrica austral (sadc, pelas suas siglas
em inglês), organismo de integração regional, do qual o angola é membro.
Dez anos após o
fin da guerra civil, este país é, sem dúvida alguma, uma nova potência
económica africana, assim como um exemplo vitorioso de um modelo de
desenvolvimento económico basado na estabilidade política e nos investimentos
gerados pelos lucros das indústrias do petróleo e da mineiração. O angola têm
de continuar à afirmar o entusiasmo que chegou à suscitar.
Entenda a queda do preço do petróleo e seus efeitos
O petróleo segue
ladeira abaixo neste início de ano, negociado abaixo de us$ 50 o barril, nos
valores mais baixos em cerca de seis anos. Nos mercados internacionais, o
barril acumula perdas de 60% desde o pico de junho de 2014, quando era
negociado a us$ 115.
É o pior tombo de
preços desde 2008, quando os preços do petróleo perderam mais da metade de seu
valor em plena crise financeira internacional.
Os principais
apontados como "culpados" pela queda dos preços são o aumento de
produção, em especial nas áreas de xisto dos eua, e uma demanda menor que a
esperada na europa e na ásia.
Em novembro do
ano passado, essa queda se acentuou, diante do excesso de oferta e da recusa
dos países da organização dos países exportadores de petróleo (opep) em reduzir
seu teto de produção, independentemente do preço no mercado internacional.
A opep culpa a
grande produção de óleo de xisto pelas baixas cotações da commodity e, segundo
alguns analistas, estaria disposta a aceitar um preço ainda mais baixo para
tirar do mercado outros produtores ou inviabilizar a exploração de rivais como
os produtores norte-americanos.
Com o 'boom' do
xisto nos últimos anos, a produção norte-americana disparou e se situa em
níveis recordes em 30 anos, com mais de 9 milhões de barris por dia.
Desde que
começaram as perfurações do xisto, nos estados unidos e outros países, como o
canadá, os sauditas fazem de tudo para não perder mercado.
"temos
vivido uma superprodução, oriunda sobretudo do petróleo de xisto, e isso deve
ser corrigido", afirmou o ministro de energia dos emirados árabes unidos,
suhail mazrui. "o petróleo de xisto acrescenta 4 milhões de barris diários
(mbd) procedentes dos estados unidos no mercado e são previstos mais 4 mbd em
2020. Mas essa produção não poderia se sustentar com os preços atuais",
completou.
A revolução energética americana e a
diversificação da economia angolana
A revolução
energética americana, através dos combustíveis fósseis não convencionais –
petróleo e gás de xisto e petróleo das areias betuminosas – combinado com uma
nova oferta de outros países como o iraque poderá ter consequências geopolíticas
não despiciendas.
De acordo com
projeções do departamento de energia americano, os eua esperam produzir mais de
3 milhões de barris/dia de novo petróleo não convencional. Esse contexto de um
choque de oferta, queda dos preços do petróleo e manutenção em níveis mais
baixos, pode pôr os países ainda muito dependentes das receitas petrolíferas
sob grande stress, nomeadamente:
- cazaquistão e rússia na eurasec;
- columbia, méxico e venezuela na
américa latina;
- irão, iraque e arábia saudita no
médio oriente;
- nigéria e angola em áfrica.
Assim, a
revolução energética americana reforça a necessidade de diversificação da
economia angolana do petróleo para os setores produtivos, quer no setor
primário – agricultura, pecuária, agroindústria, biocombustíveis e pesca – quer
no setor secundário – indústria transformadora e extrativa.
A economia
angolana encontra-se assim numa fase de transição no seu processo de
desenvolvimento, de factor-driven, muito dependente da exportação de petróleo
em bruto, para efficiency-driven, orientada para o crescimento e diversificação
dos setores de produção interna não ligados à atividade petrolífera.
A exploração dos
recursos naturais, sobretudo do petróleo e, mais recentemente, do gás natural e
das demais reservas minerais ainda por explorar, continuarão a ser a médio
prazo, o principal motor do desenvolvimento da economia angolana.
Progressivamente,
com a diversificação e densificação dos setores produtivos não-petrolíferos, a
economia angolana caminhará para a fase efficiency-driven, desejavelmente
ancorando a subida do salário médio, atualmente no limiar da pobreza, ao
incremento da produtividade desses setores.
Nesta transição,
é expectável que a produtividade marginal do capital, quer físico, quer humano,
incentive a otimização dos recursos, e se oriente por critérios de custos de
oportunidade, envolvendo uma melhoria na qualidade da governação e
administração pública, e a criação de um ambiente mais favorável a uma maior
abertura ao investimento privado e à qualificação massiva dos recursos humanos.
Esta orientação
proporcionará um melhor desenvolvimento e alargamento das nascentes classes
médias, reduzindo o fosso das desigualdades de rendimento e criando a
sustentabilidade necessária para que o crescimento económico continue a ser
robusto, e a registar progressos na desinflação em curso.
A redução das
desigualdades e a criação de uma classe média são condições necessárias para a
dinamização do mercado interno, propiciando uma base de consumo que seja motor
de reindustrialização do país.
Ao nível da
inflação, a evolução tem sido considerável. Depois de uma taxa de inflação de
14,3% em 2010, impulsionada pelo aumento dos preços dos combustíveis (em
consequência de uma redução dos subsídios), pelos estrangulamentos no fornecimento
de bens causados pelos atrasos nas importações (cerca de 90% dos bens de
consumo são importados) e pela depreciação da moeda face às divisas dos
principais países fornecedores, em 2011 registou-se uma ligeira redução da taxa
de inflação, medida pelo ipc, que se fixou em 13,5%. E, após atingir um dígito,
no final de 2012 (pela primeira vez em décadas), estima-se que tenha diminuído
para 7,7% até ao final de 2013.
Situação económica a importância do petróleo e a
necessidade de diversificação
Atualmente angola vive um
ambiente de absoluta pacificação, tendo saído, em 2002, de uma guerra civil que
assolou o país durante 27 anos. Angola constitui uma potência regional no
contexto da áfrica subsariana, convergindo para uma economia de mercado com um
rendimento anual per capita da ordem dos 6.400 dólares. O país é rico em
recursos naturais, com destaque para o petróleo, mas onde também se incluem
diamantes, minério de ferro, fosfatos, cobre, ouro, e urânio. As estimativas
disponibilizadas no final de 2012 apontavam para reservas de petróleo em angola
na ordem dos 12,7 mil milhões de barris, que representavam 0,8% das reservas
mundiais e faziam de angola o 17.º país do mundo e o 3.º em áfrica, com maiores
reservas. Com uma produção média diária de cerca de 1,7 milhões de barris,
angola era responsável por 2,1% da produção mundial, 4,8% da produção da opep e
18,9% da produção de áfrica. Com uma contribuição de cerca de 45% para o
produto interno bruto (pib), na ótica da produção, o petróleo e as respetivas
atividades de suporte constituem a grande fonte de financiamento da economia
angolana. Contudo, o país ainda não é autossuficiente em produtos refinados,
continuando a ser um importador líquido, designadamente, de petróleo e de
gasolina.
Presidente angolano diz que país vai
ter ano “difícil no plano económico”
Corte nas
despesas públicas e nos subsídios aos combustíveis. José eduardo dos santos
justifica as medidas com a necessidade de fazer frente à queda do preço do
petróleo. 30-12-2014 0:48
Governo acompanha
"muito de perto" situação das empresas portuguesas em angola. O
próximo ano vai ser muito difícil em angola do ponto de vista económico. O
alerta é do presidente josé eduardo dos santos na sua mensagem de ano novo
divulgada esta segunda-feira.
O chefe de estado
diz que o que está em causa é a queda do preço do petróleo bruto. Isto pode
originar corte nas despesas públicas e nos subsídios aos combustíveis, mas sem
pôr em causa o combate à pobreza.
“o ano de 2015
será difícil no plano económico por causa da queda significativa do preço do
petróleo bruto. Algumas despesas públicas serão reduzidas, como por exemplo os
subsídios aos preços dos combustíveis. Há projectos que serão adiados ou
atrasados e vão ser reforçados o controlo das despesas do estado e a disciplina
e parcimónia na gestão orçamental e financeira para que se mantenha a
estabilidade”, disse em declarações transmitidas pela tpa.
José eduardo dos
santos garante, no entanto, que “a política de combate à pobreza não será alterada”.
Com o corte nos subsídios aos combustíveis, o governo de luanda espera poupar
mais de 870 milhões de euros.
Essa é apenas uma
das medidas destinadas a atenuar os efeitos da queda dos preços do crude,
registada desde setembro e que têm forte impacto na economia angolana devido à
grande dependência da exploração petrolífera.
A economia angolana
A economia
angolana continua a depender fortemente do petróleo, um sector de capital
intensivo muito pouco articulado com outros sectores da economia e com pouco
impacto no emprego. No rescaldo da guerra civil, a diversificação da economia é
travada por infra-estruturas físicas inadequadas, fraca governação e corrupção.
Desde o início da
produção em grande escala, no final dos anos 70, o petróleo tem dominado a
economia angolana. As reservas dos campos de petróleo offshore, principalmente
ao largo da bacia do rio congo, em frente ao enclave de cabinda, são estimadas
em 12 mil milhões de barris. Protegido da guerra civil, o sector petrolífero
continuou a crescer, duplicando a sua produção entre 1990 e 2003, atingindo
quase 1 milhão de barris/dia. Em 2003, o petróleo era responsável por mais de
45 por cento do pib, por 75 por cento das receitas do governo e por 90 por
cento das exportações.
A empresa estatal
sonangol, única proprietária dos campos, participa da extracção e da exploração
do petróleo e é responsável por 35 por cento das vendas de petróleo do país. A
empresa assinou contratos de repartição de produção com as maiores empresas
petrolíferas ocidentais, lideradas pela chevrontexaco e pela total, responsáveis
respectivamente por 61 e 27 por cento da produção total.
A recente
renovação de interesse pela importância geopolítica do golfo da guiné como fonte de abastecimento de petróleo
conduziu à uma intensificação das actividades de exploração e à
descoberta de novas jazidas. Com o pleno funcionamento do campo xicomba em
2004, a produção diária atingiu pela primeira vez 1 milhão de barris e deveria
ultrapassar 1.3 milhões em 2005 e 1.6 milhões em 2006. Nesse
contexto, o papel da sonangol, como franchisada e exploradora, suscita
preocupações quanto à possível falta de eficácia económica e aos conflitos de
interesse.
Principais sectores da economia
Angola tornou-se
um dos principais produtores de petróleo do continente africano, com uma
produção que quadruplicou nos últimos vinte anos e que representa a principal
exportação do país. O pico produtivo no primeiro semestre de 2008, de
aproximadamente 2 milhões de barris por dia, alcançado em concomitância com o
aumento dos preços, poderia, segundo os peritos, aumentar ainda mais nos
próximos anos. A extracção está concentrada sobretudo nos jazigos offshore
setentrionais ao largo da bacia do congo, na província de cabinda, mas existem
reservas offshore bem como onshore noutras partes do país, com recentes
descobertas também no largo da costa meridional, em particular na província do
namibe. O “bloco 0”, espaço para exploração situado no offshore da província de
cabinda é responsável por mais de metade da produção nacional, mas nos últimos
anos a actividade de exploração de petróleo noutras partes do país atraiu um
considerável fluxo de investimentos por parte de empresas multinacionais.
As actividades de
análises químicas e geológicas levadas a cabo actualmente indicam que existem
boas perspectivas também no sul do país, mesmo em quantidades limitadas. A
companhia petrolífera nacional “sonangol” detém o monopólio para a exploração e
a extracção do crude operando em colaboração com companhias petrolíferas
estrangeiras através de joint ventures e acordos de partilha de produção
(production sharing agreements). As principais empresas estrangeiras do sector
são as companhias norte-americanas (chevron texaco e exxon mobil), a francesa
(total), a britânica (bp), a anglo-holandesa (shell), italiana (eni), a
brasileira (petrobras) e a portuguesa (galp). Os espaços para exploração
“blocos” têm uma dimensão standard de 5.000 km2 e estão disponíveis em
concessão por período que varia de 5 a 20 anos.
No entanto,
subsiste ainda o problema da única refinaria nas proximidades de luanda, que
não desfruta de todo seu potencial, com uma produção insuficiente para cobrir
as necessidades internas. Existe um grande projecto para a construção de uma
nova refinaria na cidade do lobito (província de benguela), mas sua realização
ainda está em fase de elaboração. Está também previsto um considerável
potencial de crescimento no sector do gás natural que poderá ser usado para a
produção de electricidade, consumo industrial e distribuição de pequenos
consumidores.
Angola possui
diversas reservas de gás natural destinadas a aumentar nos próximos anos de
modo exponencial, após as novas e recentes descobertas. Nesse contexto, uma
importante contribuição virá da conclusão do projecto realizado pela “sonangol”
e pela “chevron texaco”, de conversão do gás natural, extraído dos jazigos
petrolíferos em águas profundas, em gás liquefeito. Entre 2003 e 2008, os
investimentos directos estrangeiros, no sector energético, alcançaram 23
bilhões de dólares e o país demonstrou recentemente maior dinamismo nas
relações com angola, nesta área, foi a china, que concluiu um importante acordo
de pesquisa e produção.
Conclusão
Depois da
pesquisa cheguei a concluir que a economia de angola caracterizava-se, até à
década de 1970, por ser predominantemente agrícola, sendo o café sua principal
cultura. Seguiam-se-lhe cana-de-açúcar, sisal, milho, óleo de coco e amendoim.
Entre as culturas comerciais, destacavam-se o algodão, o tabaco e a borracha. A
produção de batata, arroz, cacau e banana era relativamente importante. Os
maiores rebanhos eram de gado bovino, caprino e suíno.
Angola é rica em
minerais, especialmente diamantes, petróleo e minério de ferro; possui também
jazidas de cobre, manganês, fosfatos, sal, mica, chumbo, estanho, ouro, prata e
platina. As minas de diamante estão localizadas perto de dundo, no distrito de
luanda. Importantes jazidas de petróleo foram descobertas em 1966, ao largo de
cabinda, e mais tarde ao largo da costa até luanda, tornando angola num dos
importantes países produtores de petróleo, com um desenvolvimento económico
possibilitado e dominado por esta actividade. Em 1975 foram localizados depósitos
de urânio perto da fronteira com a namíbia.
Bibliografia
Ir para cima ↑
resultados preliminares do recenseamento geral da população e habitação 2014,
publicado em 16 de outubro 2014 pelo presidente josé eduardo dos santos:
"somos 24 milhões"
↑ ir para: a b c
d fundo monetário internacional (fmi): world economic outlook database (outubro
de 2014). Visitado em 29 de outubro de 2014.
↑ ir para: a b
programa das nações unidas para o desenvolvimento (pnud): human development
report 2014 (em inglês) (24 de julho de 2014). Visitado em 25 de julho de 2014.