INTRODUÇÃO
Como o atendimento aos alunos com
necessidades educativas especiais nas escolas e sempre que possível, nas
classes regulares dessas mesmas escolas. O atendimento Inadequado a esta
parcela da população é devido a falta de informações básicas sobre deficiência,
o que aumenta o preconceito.
Neste contexto o presente trabalho tem por objectivo não só descrever e
analisar, mas, também, responder as questões levantadas sobre o tema
deficiência e, em especial, inclusão de alunos com necessidades educacionais
especiais na rede regular de ensino.
EDUCAÇÃO
ESPECIAL EM ANGOLA
A Educação Especial em Angola ainda está organizada de forma
segregativa, ou seja, os alunos com deficiência frequentam as Escolas Especiais
e os aparatos de serviços dos Centros de Atendimentos Clínico-Especializados.
Em alguns casos, como o verificado em províncias mais distantes, em que não se
tem a Escola Especial, a escolarização desses alunos dá-se na prática da
“lógica integrativa”, com a figuração da “Classe Especial” em escola comum.
Convém esclarecer que a integração é uma forma de organização dos
sistemas de ensino que prevê uma participação concedida de maneira parcial, em
que o aluno integrado tem que se adaptar, em uma espécie de adequação
individual às condições sociais, físicas e pedagógicas do ambiente. Já a
educação inclusiva, pressupõe a participação plena dos sujeitos, em que uma
cultura de valores e práticas são redefinidos tendo em conta as
características, necessidades e potencialidades de todos os participantes do
ato educativo.
Tal compreensão, por certo, se deve ao fato do movimento de inclusão ter
se desenvolvido cronologicamente após o movimento de integração, apesar de
apresentar-se em ruptura e negação a sua ética, muitos tendem a pensar que é um
novo termo para designar proposta semelhante.
O fato é que a integração não mexeu nos valores da escola, não rompeu
com a segregação, muito menos produziu novas compreensões e modelos de gestão
da sala de aula. A escola integrativa criou a escola especial que separa os
alunos em categorias muito claras: os “normais” e os “deficientes”, condicionando
o lugar e o papel do aluno, além das expectativas de sua aprendizagem e de seu
desenvolvimento. A escola inclusiva é oposta a essa concepção: é uma escola que
percebe os alunos como todos diferentes e requer uma pedagogia diversificada
(PERRENOUd, 996; POULLIN, 2006). A educação inclusiva é sediada, portanto, em
uma nova lógica e uma outra ética que cumpre à plena participação de todos os
alunos.
A própria equipe do INEE/MEd
assume: “a inclusão é a meta que Angola pretende alcançar. Esse pressuposto
exige o redimensionamento do modelo educativo até então adoptado, hoje
compreendido como segregativo, e a lançar-se em busca da reorganização para a
inclusão” (MEMBRO dO INEE). A Educação Especial funciona em condições pouco
desejáveis, no que concerne à qualificação do corpo docente, disponibilidade de
recursos e materiais específicos ao atendimento e/ou estimulação de alunos com
deficiências (serviços clínico especializados, psicopedagógicos e de
atendimento educacional especializado, entre outros). Esta situação é também
resultante da ausência e/ou indisponibilidade financeira para sustentar os
encargos que tais modalidades de serviço exigem ao país, além da não
sensibilidade do poder público e da sociedade, em geral, para sua viabilização.
Não obstante, os esforços que se
tem vindo a empreender, ainda pífios, asseveram que muito há para ser feito
nesse país em reconstrução pós-guerra, pois, são visíveis as dificuldades de
carácter cultural e material com que se depara esta área da Educação, que continua
a apresentar-se como o grande desafio, sob o qual a nação deve atentar e
conjugar esforços para ajudar a equacionar o problema.
Se considerarmos como válidas as estimativas da OMS, segundo as quais 0%
da população de qualquer país apresenta deficiência, para o contexto socia de
Angola teemos que acrescentar os efeitos da guerra, pobreza, miséria e as
difíceis condições sanitárias existentes no País, o que faz com que esta
percentagem se eleve provavelmente para 20%. (PLANO EStRAtÉGICO dO INStItUtO NACIONAL
PARA A EdUCAçãO ESPECIAL, 2008).
Para atender ao paradigma inclusivo, constante na agenda das políticas
educacionais, se faz necessario, por parte das estruturas centrais do MEd,
maiores investimentos na formação de equipe técnica especializada e da formação
dos profissionais de educação, em serviço, na matéria da educação especial e
inclusiva.
NECESSIDADES
EDUCATIVAS ESPECIAIS
Segundo Piaget, Bruner e Hunt o desenvolvimento das crianças e
adolescentes com necessidades educativas especiais processa-se através de uma
sequência de estádios idêntica à dos alunos “normais”. Contudo, este
desenvolvimento dáse a um ritmo mais lento nas áreas de aprendizagem em estas
crianças e adolescentes apresentam problemas. Segundo estes autores o seu
desenvolvimento será favorecido por um ambiente de aprendizagem activo e está
condicionado pelo tipo de interacção com o meio que a rodeia. Piaget defende
ainda que deve existir um ajustamento construtivo entre o estádio de
desenvolvimento da criança e o ambiente de aprendizagem, através de uma prática
educativa cuidada designada por “processo de equilibração”.
Os estudos desenvolvidos por Harold Skeels ou pelo Programa Perry para a
Préescolar indicam que o funcionamento intelectual e o desenvolvimento geral
das crianças com NEE podem ser influenciados por um ambiente rico e estimulante
que induz aumentos consideráveis no funcionamento cognitivo destas
crianças.
Assim, os objectivos educativos para as crianças com Necessidades
Educativas Especiais devem ser semelhantes aos objectivos educacionais das
outras crianças, ou seja: melhorar a cognição e a capacidade de resolução de
problemas.
CONCLUSÃO
Depois da pesquisa cheguei a concluir que actualmente é proporcionada
aos alunos com Necessidades Educativas Especiais uma educação mais adequada às
suas características individuais. Nas duas escolas visitadas verificou-se que a
integração/inclusão destes alunos nas turmas regulares trouxe vantagens para estas
crianças. De facto, na Escola Básica 2,3 da Cruz de Pau é seguro dizer que a
integração de crianças surdas trouxe benefícios, quer a nível escolar quer a
nível social. Relativamente ao aluno em estudo na Escola Básica 2,3 João
Villaret, observaram-se progressos nos campos emocional e social. A nível
escolar os resultados não são os melhores mas são os esperados face aos
problemas deste aluno. Assim e pelo que nos foi dado a conhecer, ambas as
escolas estão relativamente bem preparadas para receber estes alunos e
desenvolvem esforços continuados no sentido de lhes proporcionar o melhor
desenvolvimento possível.
BIBIOGRAFIA
·
Encontro nacional
metodológico sobre educação especial 2ª edição Luanda 2009.
·
Necessidades educativas especiais na sala de aula
3ª edição/ porto editora, Lee Brattland Nielsen.
·
http://www.diversidadeemcena.net/artigo26.htm.
·
www.euroacessibilidade.com/informacao/info02.htm.