INTRODUÇÃO
No decorrer desta formação, em relação ao curso de Cinema e Televisão,
surgiu o interesse em pesquisar os aspectos técnicos pela importância que estes
elementos oferecem às obras cinematográficas mesmo após as inovações ao longo
dos séculos. Este tema tornar-se-á uma pesquisa essencial para a discussão
sobre os caminhos da sétima arte na medida em que procurará apresentar a
relevância dos aspectos técnicos na produção cinematográfica.
A presente
pesquisa é de fundamental importância para sociedade de uma forma geral, e para
os estudantes de Cinema e TV em particular, tendo em conta os aspectos a que
procuramos abordar nos seus três capítulos. O tema em análise é fundamental
também pelo facto de ser um assunto pouco falado no seio da indústria
cinematográfica angolana. Tendo em conta que nos últimos anos o cinema angolano
tem vindo a registar progressos, torna-se necessário a discussão desses
assuntos técnicos como forma de melhorar os níveis de conhecimento dos
fazedores de cinema. Segundo estudos, a cada ano os efeitos de imagem e outros
aparatos técnicos como a fotografia, figurino e cenário tentam passar uma
impressão mais realista que dá ao telespectador uma sensação de estar a
observar o passado como ele realmente aconteceu.
O tema possibilitará um apuramento do olhar crítico dos
estudantes de cinema e do público aos filmes, de modo que possam identificar os
elementos técnicos presentes em qualquer obra cinematográfica. A pesquisa levou-se a perceber, que antes de um filme ser
concebido ou desenvolvido, é necessário recorrer a pesquisas em livros antigos,
pintura, fotografias e museus. No filme “O Gladiador” estas características
foram observadas, desde o figurino, os tecidos usados, como couro, algodão e
seda, os cenários, os objectos de cena, a fotografia, e por fim a iluminação.
O primeiro
capítulo apresenta um resumo sobre a abordagem em questão, desde o surgimento
do cinema e alguns conceitos. Já o segundo capítulo desenvolve-se sobre a
direcção de arte, direcção de fotografia e a iluminação. O terceiro capítulo
procura caracterizar os aspectos técnicos existentes no filme “O Gladiador” com
as possíveis imagens, e também faz uma análise interpretativa da contribuição
das técnicas cinematográficas. Por existir pouca bibliografia, e principalmente
por não existirem livros específicos sobre o assunto em abordagem no nosso
país, encontrou-se refúgio em materiais e algumas
publicações que falam a respeito do Cinema de uma forma geral. Por isso, neste
trabalho utilizou-se como base bibliográfica
principalmente fontes em algumas obras literárias voltadas para o cinema, bem
como em manuais já publicados, além materiais eletrónicos. Para a compreensão
do conceito de técnicas cinematográficas na razão do seu surgimento, foi
necessário recorrer à pesquisas bibliográficas.
Neste
trabalho usou-se igualmente os seguintes métodos de estudos: Método dedutivo: Buscamos conteúdos em
livros sobre cinema e televisão.
Método documental: Socorreu-se de trabalhos
já existentes voltados ao tema.
Portanto assume-se como tema de
investigação: A análise dos aspectos técnicos do filme “O Gladiador”:
Cenário, Caracterização e Figurino. Entretanto, na elaboração da presente
pesquisa surgiu o seguinte problema:
como foram feitas as pesquisas dos elementos técnicos, figurino, caracterização
e cenário usados no filme “O Gladiador” para ter o resultado que vê-se no filme? O filme “O Gladiador” como
obra cinematográfica usa os elementos técnicos de acordo com a época em que a
história é contada? Os elementos técnicos contribuem na qualidade das obras
cinematográficas? Quais são as vantagens e desvantagens dos aspectos técnicos
no filme “O Gladiador”? Que papel desempenha os aspectos técnicos figurino,
cenário e caracterização no filme “O Gladiador”?
Para a elaboração desta pesquisa defini-se como objectivos de estudo são os seguintes: Geral: Mostrar como estes elementos são
fundamentais na produção cinematográfica e a importância da pesquisa antes da
técnica; identificar como os elementos figurino,
caracterização, cenário contribuem na narrativa e qualidade do filme “O Gladiador.
Específicos: Compreender o uso do
figurino, cenário, caracterização e a importância dos mesmos no filme
Gladiador. Analisar a estética que os elementos
técnicos dão para concepção na óptica do filme Gladiador; Identificar e analisar o objectivo dos elementos
figurino, cenário e caracterização no filme Gladiador; Mostrar
como são feitas as pesquisas para conceber o cenário, figurino e
caracterização.
Com base as pesquisas feitas apresenta-se
as seguintes hipóteses: O filme respeita alguns elementos técnicos. Na
ausência dos elementos técnicos não se tem obras cinematográficas bem
concebidas. Pois, estes elementos são fundamentais e indispensáveis para o
cinema, eles influenciam positivamente nas obras cinematográficas; Os elementos técnicos proporcionam mais qualidade as
obras cinematográficas, mas por outro lado, requerem mais trabalho por parte da
equipa técnica, pois esta deve realizar uma pesquisa bem estruturada, trazendo
maior realidade e maturidade ás obras; Os elementos técnicos trazem vantagens
ao filme porque possibilitam identificar a época que o mesmo conta a história,
desde os hábitos alimentares à organização político-social;
A pesquisa das técnicas é importante porque possibilita
melhor aproximação da realidade daquilo que pretende-se passar ao espectador,
com os ferimentos e batalhas temos a sensação do “real”.
CAPÍTULO I
- PRODUÇÃO CINEMATOGRÁFICA
Neste
capítulo, é apresentado a invenção do cinema, primeiras projecções, conceito
fundamental sobre técnica cinematográfica, análise sobre caracterização,
cenário e figurino.
1.1
- A INVENÇÃO DO CINEMA
No
surgimento do cinema ocorrido no final do século XIX, tudo era diferente. Sendo
esta época um marco para a predominância da era da imagem. Já que a partir do
cinema desenvolveu-se uma forma de linguagem audiovisual, que depois foi
assimilada pela televisão e outras formas de comunicação.
O cinema
trouxe consigo aspectos da modernidade, o que contribuiu para iniciar outra
maneira de interacção comunicacional. Representou também a mudança do conceito
de arte, além de estabelecer um discurso próprio. A nova invenção representou
um avanço da técnica. A maioria dos escritos sobre cinema é destinada aos
irmãos Luís e Auguste Lumière como os grandes criadores desse feito. Há mais de
cem anos, os irmãos Luís e Auguste Lumière fizeram projectar, no Salondien do
Grande-Café de Paris, uma colecção de imagens fotográficas animadas e essa
projecção foi considerada, por grande parte dos historiadores, a primeira
exibição pública de cinema e, por extensão, o marco do nascimento dessa arte
(Costa Araújo, 2005, p7).
Apesar disso, é explicado na obra que, do
ponto de vista histórico rigoroso, o marco do cinema é arbitrário. Muito antes
dos Lumière terem projectado uma imagem com a chegada do trem na estação, os
irmãos Max e Emile Skladanowsky, na Alemanha, já promoviam sessões públicas de
cinema. Ainda se sabe que Jean Acme Leroy, nos Estados Unidos, além de Tomas
Edison, com seu quinedoscópio, foram responsáveis por criarem uma espécie de
cinematógrafo em versão individual, que só era utilizado em salas públicas
semelhantes aos modernos fliperamas.Todas essas constatações de exibições
cinematográficas aconteceram, pelo menos, dois anos antes da
famosa exibição parisiense no Grande-Café. (Formatação)
Jean-Claude
Bernardet analisa que quando a primeira imagem em movimento de um trem chegando
à estação foi representada na tela, muitas pessoas se assustaram. Aquela cena
parecia real, mesmo que todos soubessem que não era. O cinema logo conseguiu
encantar rapidamente milhares de pessoas, à medida que as imagens projectadas
na tela desencadeavam emoções, sorrisos e lágrimas. Contudo, parece notável que
a imagem cinematográfica não reproduz exactamente a realidade. Já que um filme
é feito de forma não natural, a partir de uma técnica cinematográfica,
manipulada por diversas pessoas que trabalham com essa linguagem visual. O
avanço da técnica foi capaz de cada vez mais trazer o cinema para próximo do
espectador, isso porque a cinematografia passa por um pressuposto básico para
existir: a ilusão. O FILME Alem da Tela (apud JEAN-CLAUDE BERNADET 1991)
1.2
- PRIMEIRAS PROJECÇÕES DE FILMES
Com a
linguagem cinematográfica primitiva, os primeiros filmes eram uma sucessão de
quadros em que se colocavam letreiros com diálogos e outras informações. Também
quando teve início a ficção, o cinema era documental, feito a partir de uma
câmara fixa que registava um determinado evento. Além disso, ainda carregava
traços do teatro. Com o passar do tempo a linguagem cinematográfica consolidou-se. Segundo Bernadet (1991), o ponto
principal para o desenvolvimento dela foi à criação de estruturas narrativas em
relação ao espaço e ao tempo. Foi quando o cinema conseguiu elaborar planos
diferentes para a exibição de uma história.
O Ex
ilusionista George Méliès (1861-1938), por exemplo, foi um dos pioneiros desta
linguagem cinematográfica, a criar filmes de fantasia, terror, ficção
científica e comédia. Entre outros cineastas franceses, também estavam Charles
Pathé (1863-1957) e Ferdinand Zecca (1864-1947). O notável director Mélies, do
filme Viagem à Lua (1902).
O
mundo comemorou em 1995 o primeiro centenário do cinema. Há mais de cem anos,
os irmãos Luís e Auguste Lumière fizeram projectar, no SalonIndien do
Grand-Café de Paris, uma colecção de imagens fotográficas animadas e essa
projecção foi considerada, por grande parte dos historiadores, a primeira
exibição pública de cinema e, por extensão o marco do nascimento dessa arte
(COSTA, 2005, p. 7). (verificar formatação no
manual)
Depois de
assistir às primeiras exibições públicas dos filmes dos irmãos Lumière em 1895,
o produtor teatral e mágico George Méliès logo notou o potencial do cinema como
veículo para a ilusão e a fantasia. O autor Philip Kemp aponta em sua
enciclopédia (2011), que a maioria dos pioneiros do cinema actuava na
Europa, longe da cena hollywoodiana que surgiria anos mais tarde. Em
cerca de 20 anos decorrentes desses esforços cinematográficos, o cinema
rapidamente se espalhou por vários lugares do mundo O Cinema Alem da Tela
(KEMP, enciclopédia, 2011, p.16 ). Ainda comenta como eram os primeiros filmes lançados.
A Tecnologia que o possibilitou foi inventada em 1895, mas os primeiros filmes
tinham em geral apenas poucos segundos de duração e mostravam cenas
quotidianas, ou seja, cenas simples. Filmes com uma narrativa identificável
surgiram com o século XX.
Como os
cinemas nessa época eram enquadrados dentro da cultura popular, com filmes
exibidos em feiras e em praças públicas, alguns intelectuais acreditavam que
era preciso ter um olhar mais atento para o cinema, e criaram clubes para
assistir aos filmes. Por isso, nesse
mesmo período é datado também o nascimento dos cineclubes, na primeira metade
do século XX. Louis Deluc, em 1920,
foi responsável por criar um clube de cinema, a partir da publicação
do Jornal DuCiné-Club. Por
isso, os apreciadores do cinema e as revistas informativas sobre filmes
tornaram-se comuns nos centros das capitais europeias. Depois também surgiram
os géneros cinematográficos, que o documentário surgiu de uma maneira natural,
já que os primeiros filmes eram apenas a documentação do real. Com todo esse
avanço rápido, o ato de frequentar sessões de cinema tornou-se comum,
arrastando diversos tipos de público, ou seja, espectadores. Essa invenção
transformou vários parâmetros culturais e comunicacionais da sociedade. ( Palavras estrangeiras em itálico)
Dizer que o cinema é natural, que ele reproduz a visão natural,
que coloca na própria realidade a tela, é como dizer que a realidade se
expressa sozinha na tela. Elimina a pessoa que fala, ou faz cinema, ou melhor, elimina a classe
social que produz essa fala ou esse cinema, elimina-se também a possibilidade
de dizer que essa fala ou esse cinema representa um ponto de vista (BERNARDET,
1991, p. 19).
O autor Benjamin deu sua contribuição para as
discussões acerca do cinema, como objecto de um novo domínio inédito, baseado
na forma reprodutível e serial. O autor afirma que” o cinema quebrou os
paradigmas com as tradições e levou mais facilmente ao público o que é
reproduzido. Agora, com a reprodutibilidade técnica do produto, acontece uma
difusão imediata. No caso do cinema, esta não apenas permite o imediatismo, com
a difusão em massa da obra cinematográfica de forma obrigatória. Para o autor
Benjamin, o filme é uma criação da colectividade. (Benjamin, 1955, p.4).
1.3
- COMO SE ANALISA UM FILME
Segundo
estudos, um filme é analisado quando se produz uma ou várias das seguintes
formas de comentários críticos: A descrição, estruturação, interpretação,
atribuição, a intenção da análise são sempre de chegar a uma explicação da obra
analisada, ou seja, a compreensão de algumas das suas razões de ser. Por isso,
ela é tanto o fato do crítico atento em afirmar seu julgamento, quanto do
teórico preocupado em elaborar um momento empírico de seu trabalho conceitual,
mas ela pode também constituir por si mesma, uma actividade autónoma paralela a
criatividade, não tendo porém o carácter de avaliação. (KELSOM, 2009).
Aumont (Citar sempre a fonte ano etc)diz
que de facto a análise de um filme é uma visualização de diferentes
maneiras críticas. Entretanto, as técnicas cinematográficas permitem oferecer
ao espectador de cinema a experiência de visualização de um mundo moldado por
actos mentais. Ridley Scott soube utilizar muito bem tais elementos técnicos
como recursos necessários para a grande produção do filme Gladiador. Figurino,
efeitos especiais, fotografia e sonoplastia transformam-se em uma só unidade
nesta obra cinematográfica. Um elemento utilizado, mas não de forma grotesca, e
que tem grande influência sobre o gosto do público, passa pelas cenas mais
violentas e sangrentas. A todo momento, o sangue é jorrado em meio aos
bárbaros, desde as primeiras cenas do filme, que reproduz uma batalha ou nas
lutas entre os Gladiadores.
Se
analisar bem o conjunto dos elementos, nota-se que não há rupturas ao perceber
o sentido da fotografia até a sonoplastia. Quando se fala em fotografia, está
em se tratar da percepção visual de cada cena que se observa no filme. As cores
falam por si só, a maior parte delas acinzentadas. Esses recursos foram bem
pensados e bem aplicados. As primeiras cenas do filme contextualizam um
ambiente em guerra. A fotografia tende a ser pálida, praticamente sem cores.
Outros aspectos também relevantes em qualquer produção cinematográfica, são os
efeitos produzidos pela localização e uso da câmara, como também o tempo de
duração de determinadas cenas. Ainda nas primeiras cenas do filme é possível
perceber esses efeitos. Em alguns momentos da batalha a sensação de perturbação
devido ao acelerado movimento das imagens é inevitável. É como se estivéssemos
atingir o auge do conflito, mas de repente, aquele dinamismo é retardado para
capturar um determinado foco que fora considerado de grande importância. A
audição se faz presente também para dar um ritmo ao filme.
Não basta
o desencadear das cenas, mas o som adequado propicio
e estimula o processo de percepção da obra. No filme Gladiador essa união, som
e imagem, é percebida do início ao fim. Às vezes, intercalados entre diálogos
ou mesmo utilizado como fundo musical para aumentar e aguçar a emoção necessária
param aquela cena. Nos momentos de tensões, como os antecedentes às batalhas
entre os gladiadores, nas próprias batalhas misturam-se aos sons das espadas,
dos gritos de emoção do povo que se divertia com a morte dos gladiadores, e dos
gemidos de dor. Nenhuma lacuna. Isso pode representar, muitas vezes, a
aceitação ou não do público da obra cinematográfica.
Um outro aspecto a ser analisado e que
decisivamente interfere na qualidade da obra é a contextualização, ou seja, a
fidelidade com o cenário, com a época em que transcorre o enredo da obra,
principalmente quando se trata de temas de época. Os elementos identificadores
daquele período e da cultura são responsáveis pelo
realismo que é atribuída (ver semântica) à história ou à obra. Em “O
Gladiador”, a reconstituição da Roma Antiga permite atingir o realismo
desejado. Os mínimos detalhes também fazem toda diferença.
É
perceptível em praticamente todos os momentos do filme a presença sempre
marcante dos bustos em mármore dos imperadores, das esculturas e dos monumentos
que tinham por objectivo glorificar e manter vivo na memória do povo os grandes
feitos e seus heróis. Momento de grande emoção é observar o Coliseu em sua
forma original. De início, torna-se um pouco estranho, pois hoje todos estão
acostumados com parte de sua estrutura destruída. Tudo isso perderia seu valor
se a temporização, ou melhor, a sucessão das imagens não estivessem
sincronizadas. Fala a respeito da técnica como sendo fundamental para o
cinema.
O autor
define técnica como: Acelerado, Acusmático, Agentica, Argumento, Audiovisual,
Banda imagem, Banda sonora, Câmara, Cenário, Conservação, Continuidade,
Contra/campo, Desenrolamento, Digit al, efeitos especiais, Escalados Planos Establishing Shot, Falso Record, Filme, Flash back, Fora de campo, Fora
de quadro, Formato, Fotografia e Cinema, Fotógrafo de Plateau, Fotograma,
Fundido, Genérico, Geografia Criadora, Grande plano, Harmónica, Iluminação, Insert,
Instalação, Jump
cut, Junção, Longa Metragem, Luz, Média Metragem, Montagem, Montagem
de Atracções, Montagem Intelectual, Movimento da Câmara, Mudo, Negro, Nitrato,
Observador Visível, Off, Paralela, Persistência Retiniana,
Planificação, Plano de Exposição, Plano Sequência, Plano Subjectivo, Plano,
Profundidade de Campo, Projecção, Record, Relenti, Realizador, Regra dos
180ª Relevo, Restauro, Reutilização, Ritmo, Salto, Sequência, Sinopse, Sobre
Enquadramento, Sobre Impressão, Som, Sonoro, Subtítulo, Televisão, Titulo,
Vertical, Veasta, Vídeo, Virtual. (AUMONT 2006 p.11).
(palavras
estrangeiras ou com conotação estrangeira sempre em itálico)
1.4
- CINEMA E COMUNICAÇÃO DE MASSA
Na criação
do cinema, as pesquisas em comunicação avançam entre pensadores e intelectuais
da escrita por esta bela arte. O século XIX representou um tempo sinalizador
para as mudanças culturais, em que a sociedade começa a se transformar com a
chegada das novas tecnologias, industrialização e a consolidação dos grandes
acumulados urbanos. A média, cinema, jornal, rádio e televisão usufruem de
todas essas mudanças e consagram um modelo para disseminar informação e bens
culturais, de modo a constituírem um poder de influência muito grande junto à
sociedade, agora vista como moderna.
O surgimento do cinema é uma das novas formas
de mediação no processo e no fluxo de interacção com a sociedade. A mensagem
cinematográfica, televisão ou de qualquer outra forma, acontece por meio de uma
apropriação de sentido do receptor. Isso implica dizer que quando essas
mediações são accionadas, o receptor pode sempre repor no espaço social suas
próprias interpretações. Sabe-se que o cinema nasceu como uma forma de
comunicação de massa hegemónica do século XX e logo se tornou um dos principais
mediadores desta sociedade.
O nascimento do cinema por si só já
representou uma nova forma de mediação, um novo processo comunicador e um novo
fluxo de interacção. Nos primeiros anos da criação dos cinemas nasceu um espaço
intitulado cineclubes. Esses espaços são, de maneira geral, lugares
destinados à exibição audiovisual variada, como
filmes de longa-metragem, curta-metragem e documentários. Como o
próprio nome sugere, esses espaços são clubes ou associações que
reúnem apreciadores da sétima arte.
É assim
que o cinema assume ver para si, novas maneiras de uma tarefa que a pintura
buscava encontrar. Daí a admiração dos espectadores diante dos primeiros filmes
de Lumière: espantam-se menos com o
conteúdo apresentado do que com a profusão quantitativa (“quantos detalhes!”) e
qualitativa (“como parece real”) de efeitos de realidade que o, ainda rústico,
cinematógrafo produzia. De todos os relatos que li, não há um sequer que
lamente, ao contrário, só ter visto uma imagem cinza. Manifestamente, são esses
efeitos que prevalecem”.
Ora, se na pintura tínhamos um espectador
móvel, a olhar uma imagem estática ou
que permitiria uma pequena mobilidade do olhar, a quem o autor compara a um
caminhador a observar o mundo que o rodeia, no cinema temos o espectador
viajante de trem, que olha o movimento da paisagem através da velocidade com
que esta passa pelo enquadramento de sua janela: olho móvel, corpo imóvel.
(AUMONT, 2004, p. 31)
Por
tanto, Godard também se aventurou, e
muito, em procedimentos que destacassem a intertextualidade entre a sétima arte
e a pintura e, “superada a fase em que a relação de seus filmes é
essencialmente paródica, como faz entrever Dubois,
Godard abandona a simples citação de quadros ou trechos de textos verbais e
se numa aventura escritural muito mais complexa” MARCELA Casarin (apud CAÑIZAL, 2007, p. 5). Escrita
fílmica essa que pode ser considerada a síntese dos processos de mobilização do
olhar discutidos por Aumont, MARCELA Casarin (apud AUMONT, 2004, p. 77)
uma vez
que nos “poemas filmados”
desta fase de produção, o cineasta rompia definitivamente com os padrões do
cinema clássico. Vale ainda comentar a necessidade da imobilidade do corpo para
o espectador de cinema em comparação com as possibilidades de movimentação do
apreciador de uma obra estática, como uma pintura. Afinal, como o autor lembra,
o cinema é uma máquina simbólica de produzir pontos de vista.
Ao
que acrescenta-se: é
uma máquina de apresentar pontos de vista. Por isso, ao contrário desta
pintura, em que é preciso que o espectador se movimente até encontrar uma
posição – ou ponto de vista – que lhe traduza o melhor ângulo, o espectador de
cinema é condenado à imobilidade, sob pena de acrescentar à representação
fílmica e “prejudicar a perfeição de um espectáculo magistral, magistralmente
vantajoso. A divisa, paradoxal, olho variável, é a dos primeiros fotógrafos:
Não se Mexam” A partir de tal colocação faz-se imprescindível entender que as
técnicas de enquadramento, movimentos de câmara, entre outras, são formas de
mobilização do olhar, aproduzir efeitos no espectador,
que se admira com o próprio acto de olhar o mundo da maneira como o cinema
começou a habituá-lo desde cedo.
Outro
teórico que também abordou, embora brevemente, a questão da imagem foi o soviético
Sergei Eisenstein, conhecido por seus estudos sobre a montagem e seus usos. A
arte da composição plástica consiste em levar a atenção do espectador através
do caminho certo e na sequência certa determinado pelo autor da composição.
Isto se aplica ao movimento do olho sobre (...) a superfície da tela se estamos
trabalhando com um quadro cinematográfico (EISENSTEIN, p. 116, 1990). Assim,
podemos concluir que a composição plástica, ou visual, é elemento indispensável
na elaboração da narrativa cinematográfica, não apenas contextualizando o espectador
no espaço, mas actua como um articulador de ideias, delimitando limites de
tempo e, até mesmo, exteriorizando sentimentos, personalidades e estados de
espírito. MARCELA Casarin (apud AUMONT, 2004, p.77).
1.5
- OBRAS CINEMATOGRÁFICAS BASEADAS EM LIVROS
Falar de
temas históricos é uma tarefa que nem todos os realizadores estão dispostos a
assumir, visto que este tipo de obra merece toda atenção necessária com
aspectos clássicos e técnicos. Assim como desenvolvimento do próprio roteiro,
cenário, fotografia, figurino, maquilhagem, monumentos, elementos de época.
Os filmes que retratam factos históricos,
merecem maiores comentários, visto que representam uma época, apesar que nenhum
filme tem a obrigação de contar os factos tal igual ocorreu na história. Por
motivos bastantes simples e óbvios, todo e qualquer filme é uma peça artística
fruto de um esforço colectivo entre uma equipa de produtores, directores,
figurinistas, cenógrafos. Estes filmes visam sobretudo, contar uma história,
uma trama, onde há personagens com características de personalidade construídas
especialmente para o filme, passando uma intenção de realismo ao telespectador.
Todo filme histórico é uma versão subjectiva dos fatos que podem transmitir
opiniões e emoções muito específicas para cada um. Pode-se ver isto também a
partir de documentários, que são mais imparciais e narrativos, e que não ficam
totalmente isentos destas características, mas que levam a peito o realismo dos
factos tais como eles são.
Uma das importantes
transformações a que está-se assistir hoje, em
decorrência dos meios técnicos de reprodução de imagens – fotografia, cinema,
televisão –, é, segundo Walter Benjamin, a perda da áurea nas obras de arte,
que, reproduzidas, divulgadas e vulgarizadas, para satisfazer às necessidades
da cultura de massa, multiplicam-se em grande número, tornando-se
familiares e banais. (NUNES, 2003, p. 116). Ver formataçao
Portanto,
discutir a fidelidade dos filmes aos factos reais apenas em si mesma, quando se
trata de filmes, não é tarefa das mais produtivas. Claro que há elementos
unânimes quando se trata de determinados contextos. Mas isso não deve ser
confundido. Estes filmes, mesmo quando têm a pretensão de ser fiéis, são antes
de qualquer coisa, adaptações da história para as telas do cinema e não a
história nas telas. Uma observação bastante pertinente. Embora sejam obras de
adaptação, não significa que os filmes históricos têm a liberdade de falsear ou
jogar no lixo eventos históricos já amplamente conhecidos.
Praticamente desde
o início, reconheceu-se que o cinema era único em seu imediatismo e sua
acessibilidade. (...) Porém, um meio tão amplamente disseminado e influente
caiu sob suspeita – de vulgarizar, de emburrecer, de praticar o
sensacionalismo, a sensualidade exagerada, a propaganda política, de encorajar
o consumismo desenfreado e corromper a mente e a moral dos jovens. (KEMP, 2011,
p.10).
Essa
invenção transformou vários parâmetros culturais e comunicacionais da
sociedade. Como podemos observar no artigo “A obra de arte na era de sua
reprodutibilidade técnica” (1955), de Walter Benjamin, que nos legou instigante
contribuição para as discussões acerca do cinema, como objecto de um novo
domínio praticamente inédito, baseado na forma reprodutível e serial. O cinema
quebrou os paradigmas com as tradições e levou mais facilmente ao público o que
é reproduzido. Agora, com a reprodutibilidade técnica do produto, acontece uma
difusão imediata. No caso do cinema, esta não apenas permite o imediatismo, com
a difusão em massa da obra cinematográfica de forma obrigatória. Para Benjamin
“O filme é uma criação da colectividade” O FILME Alem da Tela (apud BENJAMIN
1955, p. 4).
1.6
– ROMA NO ANO DE 180 D.C.
O filme Gladiador realça aspectos da história da Roma antiga,
principalmente as intrigas políticas e os assassinatos que sempre foram comuns
por ocasião das sucessões dos imperadores romanos. Segundo a história, elas
nunca foram pacíficas, desde que Júlio César foi assassinado em pleno Senado
pelos Senadores Caio, Bruto e Casca. Gladiador trata de uma história de ficção,
embora centrada na vida de personagens reais em ficção. Marco Aurélio Antonino
Augusto, em latim Casear Marcus Aurelius
Antoninus Augustus, mais conhecido simplesmente como Marco Aurélio, 26 de
Abril de 121 – 17 de Março de 180 foi realmente imperador romano durante mais
de vinte anos. Seu reinado foi um dos mais longos da Roma dos Césares. Homem
culto, filósofo e grande estadista, ele é considerado um dos últimos grandes
imperadores que Roma teve. Data da sua morte o início da queda de Roma como
grande império.
Nessa época as fronteiras de Roma estavam a ser muito pressionadas por invasões
de tribos bárbaras. Tanto no Oriente, quanto na Europa, era preciso manter um
forte contingente militar para repelir as constantes invasões que o Império
sofria. Era impossível para Marcus Aurélius,
sozinho, controlar tantas tropas, razão pela qual ele resolveu dividir o poder
com um Senador chamado Lúcius Verus,
a quem deu sua própria filha, Lucília, em casamento. Ela também aparece no
filme de Ridley Scott, mas sua
actuação no filme não tem nada a ver com sua verdadeira parte na história, pois
acabou sendo executada por tramar a derrubada de seu irmão Marcus Commodus.
Dizem os historiadores que o gladiador Aélius
Maximus não existiu historicamente. Pelo menos, não com esse nome. E não
houve nenhum general a quem Marcus
Aurelius desejasse deixar o poder em lugar do seu filho Commodus. Foi o próprio Marcus Aurelius quem nomeou Commodus seu herdeiro.
Entretanto, segundo o filme, o general que se torna gladiador por causa
do assassinato do Imperador e da sua própria família, não existe. Marcus Aurelius não foi assassinado, mas morreu
de febre durante uma campanha contra os germanos. O filme “Gladiador” é fiel em
certos aspectos à história. Como o personagem, Marcus Commodus foi na realidade um péssimo imperador. Amigo da depravação
e dos combates na arena entre Gladiadores, que seu pai havia abolido, Commodus nunca demonstrou interesse
pelas coisas do Estado Romano. Em consequência disso, os políticos do Senado e
os comandantes militares, começaram a detestá-lo e a conspirar contra ele. Com
um Senado oposicionista, Commodus
procurou legitimar seu governo com base no apoio popular e no sentimento
religioso do povo. Diz a história que Commodus também gostava de apresentar-se
na arena como gladiador. Já segundo os historiadores era um óptimo lutador,
tanto que ele próprio auto domina-se Hércules Romanus, fica como uma
reencarnação do herói grego. Moedas a representar Commodus como Hércules hoje
são vistas nos museus.
Segundo historiadores, no início
de seu reinado Commodus teve que
enfrentar uma conspiração no Senado arquitectada e liderada por sua irmã
Lucília. Nesta época ela estava ainda casada com um dos principais generais de
Marco Aurélio, de nome Tiberius Claudius
Pompeianus. Vencida pelo ódio e a conspiração, Commodus exilou-a e mais tarde a matou, juntamente com seus
partidários do Senado e no exército. Foi a partir desse momento que ele teve
que se apoiar na guarda pretoriana para garantir o seu governo.
A partir dessa data, o costume
que se instalou em Roma foi de os pretorianos passarem a ser os principais
responsáveis pela nomeação dos imperadores. Essa actividade era geralmente
financiada pela corrupção, diz os historiadores, sendo este o principal motivo
da queda do Império Romano naquela época. Em momento algum a história narra a
existência da família de Máximus porque,
na verdade, não existiram.
1.7 - PRODUÇÃO CINEMATOGRÁFICA DO FILME “O GLADIADOR”
A produção de um filme é um negócio. Cada filme tem um orçamento e o
tamanho desse orçamento determina as decisões mais importantes relacionadas à
construção do cenário, figurino e caracterização. O planeador de produção e o director precisam juntos encontrar a melhor maneira de alcançar seus objectivos
artísticos com a verba disponível.
O filme “O
Gladiador” conta a história do general romano Maximus que no ano de 180 d.C. serviu ao seu imperador Marcus Aurelius, e prepara o seu exército para
impedir a invasão dos bárbaros germânicos.
Gladiador
é um filme épico histórico de grande qualidade, que acabou por conquistar o
Óscar de Melhor Filme, o principal prémio cinematográfico da Academia de Artes
e Ciências Cinematográficas dos Estados Unidos da América. Com uma acção
temporalmente localizada na época áurea do Império Romano, Gladiador acompanha
a saga de Maximus (Russell Crowe), um sábio e intrépido general romano que,
depois de vencer várias batalhas que contribuíram para a expansão territorial
do Império Romano, pretende abandonar a frente de batalha para regressar a
casa. Mas com a súbita e trágica morte do Imperador Marcus Aurelius (Richard Harris), que pretendia
promovê-lo a Imperador, Maximus é perseguido por Commodus (Joaquin Phoenix),
o calculista e imprudente filho do falecido soberano imperador. Depois de
escapar à morte, Maximus regressa a casa, porém descobre que durante a sua
ausência, as forças romanas assassinaram a sua família.
Desolado
pela tragédia, ele acaba por ser capturado e posteriormente vendido como
escravo a um velho e ambicioso gladiador que o leva até Roma para participar
nos violentos jogos do Coliseu, fornece-se a oportunidade perfeita para
executar uma tenebrosa vingança contra o verdadeiro assassino da sua mulher, do
seu filho e do Imperador Marcus Aurelius
1.8
- FIGURINO E CARACTERIZAÇÃO
O figurino
é a pele do actor, é de grande importância o actor se sentir bem dentro do
figurino de seu personagem e utilizar o traje para comunicar a essência do
espetáculo. O Figurinista é a pessoa encarregada de criar o figurino ou trajes
de cena, é o profissional que idealiza ou cria o figurino dos personagens numa
produção cinematográfica. No filme Gladiador, o figurinista teve um importante
trabalho na escolha de cada figurino para que os personagens se identificassem
com a época. Os figurinos complementam o personagem, colaboram no entendimento
da trama, e trabalham com o imaginário do receptor.
Os
figurinistas devem ter formação cultural ampla e um grande sentido de
observação, ver e contemplar as coisas a sua volta, como as pessoas nas ruas,
as tribos urbanas com suas diferentes formas de comportamento, os jovens,
mendigos, os idosos, enfim, tudo que acontece ao seu redor deve ficar atento
porque pode ser útil, isto é, que se denomina o trabalho da observação. Para
este profissional é importante beber de todas as fontes de aprendizado, filmes
de época, peças teatrais, espectáculos de dança, concertos musicais, livros e
exposições de arte. Tudo pode servir de inspiração ou referência.
A pesquisa
para este profissional é o essencial e fundamental para os figurinistas e para
o processo de criação dos trajes de cena, seja num roteiro de época ou num
roteiro contemporâneo. Faz parte da metodologia do trabalho do figurinista um
amplo tipo de pesquisas históricas, de campo e quando for possível, de hábitos,
de comportamentos, de costumes, de gestos, de culturas, de cores, de materiais,
e de moda. Somente a partir destas directrizes, o figurinista começa a busca de
referências para criação do figurino.
O livro de Alison Lurie (1997)
contém, como toda obra, trechos passíveis de crítica, no entanto, sua obra
atenta para o potencial de linguagem das peças, das sintaxes visuais e do poder
do traje de comunicar. Sua análise realiza-se a partir de incursões em
simbolismos comummente associados a certas peças. Figurino é o
traje usado por uma personagem de uma produção artística cinematográfica,
teatral
ou vídeo.
ISABELA,Velloso (Alison,
Lurie 1997) aborda a respeito de vestir como uma
forma de linguagem própria, uma forma de comunicação não-verbal composta por
elementos que funcionam como uma espécie de vocabulário, cujo léxico é composto
por cores, formas, tecidos, textura, volumes e modelagens como meio de
expressão. O figurino, além de um elemento comunicador, é um elemento
comportamental indispensável para os atores. Certos símbolos são mais do que
fundamentais para o reconhecimento dos personagens. O figurino é, para alguns
atores, sagrado.
Ele marca
a época dos eventos, o status social, profissão, idade do personagem, e
principalmente sua personalidade. O figurino de uma obra cinematográfica
obedece, quase sempre, a conceitos estéticos propostos pelo director do filme.
Algumas vezes, a direcção pode solicitar a reprodução de uma pintura ou algo
similar. ISABELA,Velloso (apud ALISON LURIE 1997)
O
simbolismo é a raiz da criação dos figurinos, que se tornam metáforas da
personalidade de seus personagens, sendo que as roupas reflectem suas acções e condições,
mesmo aquelas que actuam como pano de fundo. Para o actor, na sua percepção, o
figurino actua dessa forma (LA MOTTE, 2010). É fundamental também que o
figurino esteja em sintonia com outros elementos cénicos, como iluminação,
cenário, e os próprios atores, além de estar de acordo com o espaço-tempo da
narrativa.
Entre os elementos que fazem parte da
construção do figurino estão as cores, o volume, as texturas e a silhueta. “O
Gladiador” é caracterizado pelo uso das cores. Com excepção do antagonista
Comodus e Lucila, cada personagem possui uma cor distinta. Quanto à personagem
Lucila, ela não tem uma cor característica por possuir um figurino evolutivo do
Coliseu. No caso do filme Gladiador, fica bem explícito que o figurino
desempenhou um papel fundamental para esta obra. O figurino desenvolvido se
encaixa no contexto proposto pelo realizador e cumpre sua função como elemento
comunicador já que retracta um filme de época.
O figurino
tem um peso importante na concepção geral do filme, pois é através dele que o
actor vai se encontrar de fato com o personagem que ele vai interpretar. É
através dele que o actor vai conseguir passar para a plateia quem ele é, pois
sem o figurino, descaracterizado, ele é o actor não definido. Ele se transforma
no personagem, e consegue passar isso como uma verdade para o público quando
está vestido como tal. O primeiro passo para a elaboração de um figurino é a
leitura do roteiro. Depois que os personagens estiverem identificados, é
observado o contexto em que estão inseridos e a época em que vivem, para que se
possa começar a fazer as pesquisas para montagem dos figurinos.
O
figurinista faz parte do departamento de arte do filme, por isso tem que estar
em harmonia com toda a concepção visual da película, do cenário à fotografia. O
cinema procura se aproximar ao máximo possível da realidade, por isso o
trabalho dos figurinistas é pesado. Para uma roupa funcionar dentro do contexto
do filme, ela precisa ser atraente, sem chamar demasiadamente a atenção, nem
desarmonizar do conjunto visual. Para conseguir este resultado, a pesquisa é
fundamental. Depois de colher todas as informações possíveis
sobre o personagem. Busca-se referência em fotos, livros, revistas internet, e
onde mais for possível e monta-se uma pasta para o personagem com essas
informações. Posteriormente, é feita uma reunião com o director de arte em que
se apresenta a pasta com as fotos que são referências dos personagens. Se
aprovado, inicia-se a confecção das roupas ou sua compra, obedece essa linha. Se não aprovado, realiza-se uma nova
pesquisa.
A partir
dessas referências, os figurinos são feitos. As roupas são organizadas
separadamente em empórios ou lojas, ou em locais específicos para o filme. No cinema
é necessário ainda o cuidado de envelhecer as roupas artesanalmente para que
elas percam a qualidade de roupas novas, caso contrário não ficam bem nas
telas, não transmiti-se naturalidade. Por isso
os figurinistas fazem lavagens, lixam as peças, e usam diversos tipos de
truques.
Depois de
todo esse trabalho, vem parte mais cansativa: as provas de roupas. Quando as
roupas estão prontas, os actores (português de angola) têm
que prová-las, ou seja, experimentar para ver a funcionalidade do que estão a
vestir e se lhes ficam bem, se causou o efeito que o figurinista esperava ou
não. Essa parte é cansativa porque, às vezes, uma coisa que o figurinista
imaginou não deu certo no actor, e é preciso buscar alternativas. Além disso,
se o actor tem cinco figurinos no filme, para cada figurino desse são provadas
três ou quatro roupas, o que leva algum tempo, no entanto, este trabalho é de
extrema importância no cinema. Quando tudo está devidamente aprovado pelo
director do filme, é hora de vestir o figurino e gravar as cenas.
O Autor
Flaksman tem uma opinião contrária em relação ao figurino (apud CARNEIRO,
2003). Ele defende que tanto no cinema como no teatro, o figurino marca o
personagem, antes mesmo da actuação, do diálogo e do cenário. É ele quem fala
primeiro. Sem um bom figurino, o resto não se sustenta. Mas para o autor COSTA
ARAUJO (2005 p 41) ,ele defende que o
figurino não pode ser visto independentemente de outros elementos de um filme.
Ele se insere em um contexto que inclui a cenografia, a maquilhagem, a
iluminação, a fotografia, a actuação. O figurino não é fonte única, mas
auxiliar na identificação dos elementos da narrativa. O propósito é definir a
função do vestuário no complexo do discurso cinematográfico. As roupas de
personagem de um extra qualquer ao protagonista, são significantes dentro deste
discurso. O vestuário significa o ponto do espaço-tempo em que a história se
insere, marca passagens de tempo e também indica as características sociopsicológicas dos personagens.Todas estas
significações enriquecem a narrativa cinematográfica.
Nesta área
trabalham o figurinista, costureiros e camareiros. O figurinista é um dos
profissionais que possui grande relevância, é encarregado de todo as roupas do
filme. Este profissional precisa estar ciente da época e do espaço em que se
passa o filme, a paleta de cores que será utilizada, as características de cada
personagem e como isso se expressa em seus figurinos. Também escolhe, junto com
o director de arte, os tecidos e as texturas que serão empregadas. Essas
escolhas são importantes, pois alguns tecidos e texturas podem aparecer
diferentes vistos a olho nu e vistos na tela, e também depende do tipo de
câmara e marca, pois as cores e tecidos podem causar efeitos indesejados. O
figurinista trabalha com o auxílio de costureiras, se há a necessidade de se
confeccionar figurino, e de camareiras, para a organização do figurino por cena
e por personagem.
1.8.1
– Caracterização
Caracterização é
o processo de construção de um personagem em todas as suas dimensões ao longo
de uma narrativa. Ele permite a criação de personagens realísticos e
multidimensionais, que expressam a natureza humana em toda sua complexidade. As pessoas se relacionam com histórias
através dos dramas dos personagens. A forma particular como seus personagens
pensam, agem e falam, ajudam a tornar a história mais acreditável. E é esse o
objetivo do processo de caracterização: imaginar os detalhes peculiares de
cada personagem da na história para que eles
ganhem uma dimensão humana.
Muitas pessoas associam caracterização à criação das
características físicas dos personagens. Sim, isso também faz parte do processo,
mas é secundário. O mais importante é investigar como eles se relacionam
com outras pessoas, quais suas principais motivações, objetivos, desejos,
aspirações, frustrações e preocupações. O processo de caracterização deve levar
em consideração dois tipos básicos de personagens.
1. Personagens simples
São criados com base em um traço
principal da sua personalidade, que é apresentado de forma repetitiva. Eles
permanecem os mesmos do início ao fim da história. A ideia é caracterizá-los de
forma clara como uma caricatura ou tipo, identificado simplesmente por uma
profissão, comportamento, classe social ou qualquer outro traço distintivo
comum aos membros de um certo grupo. Personagens simples, quando criados
intencionalmente, cumprem o papel importante de fazer contraste com os
personagens complexos e servir de referencial param sua transformação durante a
narrativa.
2. Personagens complexos
São criados para expressar toda
a complexidade da natureza humana, suas
ambiguidades, contradições e mistérios. Eles são imprevisíveis, tem grande vida
interior e, portanto, mudam ao longo da narrativa. Esses personagens são
construídos para dramatizar o tema da história.
Suas trajetórias são metáforas da forma como o escritor vê o mundo, e expõe os
significados que ele dá para certas experiências. As grandes histórias são sempre
construídas ao redor de personagens complexos. Seus conflitos refletem dramas
humanos universais e permitem que o leitor se identifique com suas dificuldades, e torça
para que ele alcance o que deseja.
São as características psicológicas,
físicas e sociais que formam um personagem. A caracterização é um dos elementos
fundamentais para um filme, entretanto, para que a caracterização fosse
possível no filme Gladiador foi necessário comprar uma série de materiais que
possibilitou compor os ferimentos nos personagens. A caracterização é a etapa
mais importante no processo de desenvolvimento dos personagens no filme. O
caracterizador proporciona aos personagens a aparência requerida pelo papel a
representar em produções cinematográficas, televisão, ou teatro, e outros.
Ele toma conhecimento dos papéis de cada
personagem, e a respectiva distribuição e troca impressões com o encenador e
realizador, sobre as características dos personagens, contudo este profissional
chamado caracterizador consulta fontes de informação, ou guia-se pela sua
experiência, imaginação ou intuição, a fim de criar a imagem segundo a
concepção do encenador ou realizador, elabora planos de trabalho e requisita os
acessórios e materiais, tais como, cabeleireiro, batas, aplicações, diversos
produtos de cosmético, ferramentas e maquilhagem para produzir efeitos
especiais no aspecto físico dos artistas como: envelhecimento, deformações e ferimentos
utiliza-se técnicas adequadas de manuseamento de materiais. Por vezes, até
mascaras e próteses. O proposito dessa técnica é de transmitir sentimentos,
emoções e transportar o teleespectador o mais
aproximo da realidade, faz o espectador criar sentimento de dor, pena e
tristeza, algumas vezes cria tenssão sentimento de revolta.
Entretanto
o filme “O Gladiador” mescla
cenas de muita acção como situações que envolvem ferimentos fogo armas, flechas.
Para fazer ou, avermelhar os arranhões e inchar as marcas roxas o maquilhador
do filme Gladiador teve que trabalhar bastante na caracterização dos
personagens, tudo isto deveu-se à quantidade de sangue, explosões, ferimento e
corpos carbonizados. Gladiador é um filme que pede muita caracterização. O
caracterizador teve trabalho dobrado para chegar ao resultado desejado e se
utilizou destes tipos de materiais: silicone, latex,
material dental, tintas, resinas e algodão. (atenção
algumas palavras estão em vermelho devido a erro ortográfico e outras pelo
tempo verbal e gerúndio errado, alem de expressões estrangeiras que devem estar
em itálico)
Nesta área
estão envolvidos profissionais que desempenham diferentes funções. O
cabeleireiro,e o maquilhador de efeitos. O
cabeleireiro cuida dos cabelos e perucas dos personagens. Em sintonia com o maquilhador,o cabeleireiro também precisa estar
contextualizado com a história, a época e os locais escolhidos na produção com
a característica de cada personagem. O maquilhador
precisa ter conhecimento do figurino e das tonalidades que serão empregadas no
filme. Há o maquilhador de efeitos, que cria
cicatrizes, rugas, envelhecimento, rejuvenescimento, ou até mesmo cortes,
marcas de tiro e maquilhagens surreais. Existem maquilhagens que demandam uma maior preparação, quando
é preciso fazer uma prótese ou até máscaras, que são feitas individualmente por
actor.
O
pesquisador também faz parte da direcção de arte, mas não está em nenhuma
equipe específica. Desempenha suas actividades, recolhe
referências para construir a arte. Em produções de época, é preciso pesquisar
com apego como era o visual do período, como as pessoas se comportavam, o que
vestiam, que tipos de construções existiam, qual era política que vigorava na
época. Em produções actuais, quais referências e influências serão utilizadas
no filme. Como é possível perceber, há muitos profissionais envolvidos na
criação da arte do filme, e são pessoas especializadas para cada sector. Por
ser uma parte grande e importante do filme, o director de arte precisa
coordenar a equipe com muita atenção, e interligar todas as áreas para se ter
uma harmonia visual da produção. É extremamente cansativo realizar esta função,
mas é considerado gratificante ver o trabalho final pronto: cenário, figurino e
caracterização ajuda a narrativa e os actores a se situarem no espaço do filme.
1.9
- PLANEAMENTO DA CONSTRUÇÃO DO CENÁRIO DO FILME
O
planeamento para a construção de cenários de filmes começa meses ou mesmo anos
antes de um filme entrar em produção. Tudo
começa com o roteiro, que inclui descrições de todos os cenários e locações que
serão usados no filme. Essas descrições podem ser generalizadas ou altamente
detalhadas, dependendo do roteirista.
Frequentemente
uma das primeiras pessoas a ler o roteiro é o profissional responsável pelo
planeamento do filme, que usa as descrições de cenas do roteirista para dar uma
estimativa de quanto os cenários completos custarão. Ele também vai procurar partes
do roteiro em que podem ser inseridos efeitos
gerados por computador, caso sejam mais viáveis do que a construção de cenários
inteiros. Com base nessas informações, os produtores podem
criar um orçamento e procurar patrocínio.
Projectar tudo que compõe o ambiente
do filme para que interprete com eficácia o roteiro. Isso significa
supervisionar objectos de cena e figurino, assim como planear todos os aspectos
do SET e das locações. Se o filme for uma produção de época,
o director de arte irá pesquisar essa época e seus costumes sociais para
garantir que os figurinos e a decoração sejam adequados e causem impacto. Em um
filme de baixo orçamento, o director de arte fará seus próprios rascunhos e
decoração de SET, em quanto que em grandes produções, há desenhistas e
decoradores. (Michel Rabiger 2007 p 251).
Um filme de época como “O Gladiador” requer
uma constituição do cenário, devido a época que
a história é contada . Depois que um director é
escolhido para o filme, ele começa a conversar sobre a melhor forma de
representar visualmente as locações presentes no roteiro. Um gerente de locação
é contratado para procurar locações internas e externas para determinados
cenários. O resto deverá ser construído a partir do rascunho em um estúdio, num
palco sonoro ou num terreno.
A pesquisa
é uma parte importante do estágio inicial do planeamento da construção de
cenários, principalmente para filmes que se passam no passado ou no futuro. Os
grandes estúdios usam pesquisadores em tempo integral para encontrar desenhos
de arquitectura, fotografias de arquivos e desenhos artísticos de prédios e
locais históricos. Se um filme é ambientado em um futuro distante, os
pesquisadores podem consultar especialistas em tecnologia e “futurólogos”( é a tentativa de
prever, com uma abordagem científica, o futuro mais
ou menos remoto da humanidade) que podem trabalhar juntos a desenhistas conceituados, a
fim de resultados significativos.
A produção
trabalha com o director e o cinegrafista para estabelecer paletas de cores,
texturas, iluminação e composição que ajuda a narrar visualmente a história. Se
o cenário é pintado com cores brilhantes, por exemplo, implica em uma atmosfera
leve e alegre. Cores planas e cinzentas criam uma atmosfera estéril e sem vida.
A pesquisa e as decisões de cores são usadas para finalizar desenhos
conceituais, esboços e até modelos em miniatura para cada cenário que precisa
ser construídos. Nesse ponto, o designer trabalha junto ao produtor
do filme com o objectivo de manter tudo dentro do orçamento.
O tempo
também é algo que deve ser considerado. O designer deve garantir que tudo seja
completado dentro do prazo, com a quantidade prevista de funcionários. Quando
os esboços, desenhos e modelos são aprovados, eles são entregues ao director de
arte, que supervisiona uma equipa de desenhistas
que trabalham como arquitectos dos cenários. Eles usam (“software CAD (Computer Aided Design”
- Desenho Assistido por Computador) para criar plantas detalhadas e
tridimensionais das estruturas finais.
Na fase de
planeamento, o director de arte precisa solicitar os acessórios mais difíceis
de encontrar como, por exemplo, réplicas de aviões, contratar escultores e
outros artistas para criar obras de arte originais e fechar contrato com empresas de efeitos
especiais que criem pinturas digitais e utilizem efeitos gerados por
computador para complementar o cenário construído. Com as plantas em mãos, é
hora de o gerente de construção começar a contratar carpinteiros, pintores, gesseiros,
equipa de arames, modelistas, artistas cénicos e
ajudantes de cena, que irão construir fisicamente o cenário da filmagem. O
objectivo é completar o projecto todo dentro do prazo, seguido
o orçamento e de acordo com a visão específica do director.
1.9.1 - Construção De Cenários (ver formatação no
manual dos subtítulos)
A
construção do cenário é responsabilidade do departamento de arte, que é
normalmente o maior departamento a trabalhar em um filme. O
departamento de arte supervisiona tudo o que aparece na tela além dos próprios
atores. As responsabilidades do departamento de arte vão muito além da
construção de cenários, pois este trabalho envolve a criação de um mundo real e
bem detalhado.
Após a
estrutura básica de um cenário a ser construído, ele precisa ser arrumado. O
montador de cenário (cenógrafo) ou decorador (aderecista) de cenário é
responsável pela mobília, papel de parede, tapetes, utensílios, pinturas
penduradas na parede, o piano no canto, ou seja, cada objecto no cenário. Os
montadores de cenários devem ter talento para moda e design de interiores, mas
também a capacidade de encontrar objectos que digam algo sobre um personagem e
que contribuam para a história do filme. Mestres de cena são responsáveis por
todos os objectos manuseados pelos atores ou que interagem com os atores. Em
produções maiores, o mestre de cena pode trabalhar com mestres de armas ou
treinadores de animais que são especializados nessas áreas.
Alguns acessórios são muito essenciais para o
personagem ou para a história.
No filme Gladiador, por outro lado,
o roteiro incluía uma cena em que no Coliseu há inúmeros figurantes. A produção
sabia que seria impossível ter um grande número de pessoas e reconstruir o
próprio Coliseu. Seria muito caro construir uma réplica em larga escala do
panorama histórico, então a filmagem da cena foi feita com uma tela com croma e
o plano de fundo foi criado com uma pintura digital, isto é, com efeitos
especiais.
Segundo o autor
(AUMONT, 2009 p.48) fala a respeito do
cenário. Na percepção do autor o cenário é o quadro de uma acção, de uma
narrativa, de uma representação cénica. Tem como primeira função situar a acção
e criar o meio ambiente em que esta se desenrola. Tradicionalmente,
distingue-se o cenário construído e o cenário dito “ natural” ou real. Esta
divisão atravessa toda a história do cinema desde as vistas de Lumiares, em
cenário natural das primeiras fitas de Gorges Meliés, filmadas frente às telas
pintadas e depois em cenário de estúdio. (Paragrafo com frases muito curtas,
reformular) falta
O cinema
primitivo começa por privilegiar o cenário construído e só a pouco é que se
redescobre os exteriores. As fitas da Pathé ou da Gaumout alternam sem
preocupação com a ocorrência dos planos de estúdio (um cenário de salão ou uma
fachada de um imóvel, por exemplo) e planos filmados na rua, em cenário
natural. Neste período inicial, o cenário de cinema é muito marcado pelas
convenções do cenário teatral, das quais se emancipam de forma progressiva.
CAPÍTULO II - DIRECÇÃO DE ARTE
Neste
capítulo,apresenta-se uma abordagem sobre alguns
conceitos como: Pré-produção, Produção, Pós-produção, Guião, Argumento,
Cenografia, Elenco, e Cena. Iremos abordar também sobre a Iluminação,
Fotografia, Figurino, Director de Arte, os profissionais do Departamento de
Arte e a equipe de profissionais que trabalham para elaboração de um filme.
2.1 - CONCEITOS BÁSICOS
Para se
conceber um filme é necessário obedecer as três etapas da produção: Pré-produção, Produção
(evite travessões e sub-tópicos nos
subtítulos) e Pós-produção. Pré-odução é a organização sistemática para
as filmagens. Embora esta organização varie de filme para filme e de cada
director, esta sempre é necessária em cada filme, sem que haja um cronograma,
análise técnica e uma divisão eficiente de planos por dia, não é possível dar
conta de todos detalhes de produção do filme.
Produção é a fase da execução do trabalho, que
chamamos de filmagens que pressupõe que todos os itens da pré produção estejam
prontos para captar as imagens. Pós-produção, esta é a fase da finalização do
filme, podemos entender que toda equipe, actores, directores, locações
equipamentos precisa voltar para seu lugar, nesta fase também resta um monte de
trabalho. ( Novamente as frases muito curtas, em monografias os parágrafos possuem
mais consistência)
De acordo
com o livro (Dicionário Crítico e Teorico de Cinema
QUAL?) pendente do autor Aumont (2006 p48) defende que o Guião é a forma
escrita de qualquer espectáculo audiovisual, escrita por um ou vários
profissionais que são chamados de roteiristas, argumentistas ou guionistas.
Também fala a respeito do argumento cinematográfico é um dos ingredientes
essenciais do projecto de um filme, o qual inclui também o orçamento, os planos
de filmagem, de veiculação na média, de despesas e de negociação do produto
final. É fundamental, antes de tudo, que o realizador da obra tenha claro em
sua mente qual o público-alvo, que pode estar inserido no circuito comercial ou
alternativo.
Cenografia
é a arte e técnica de criar, desenhar e supervisionar a construção dos cenários
dos filmes. Foram impressionantes as técnicas cinematográficas elaboradas para
a realização do filme Gladiador, realmente foi admirável a criatividade dos
cenógrafos, que tiveram todo cuidado em elaborar todos os cenários deste filme
tendo em conta os mínimos detalhes possíveis, como a reconstrução do Coliseu em
Roma. Elenco é o conjunto de pessoas
(atores, actrizes e figurante) seleccionados para uma produção, que representam
as personagens e fazem a figuração de um filme. No filme Gladiador não foi
diferente, pois teve que seguir a regra dos demais filmes já existentes, foi
daí que surge a necessidade de seleccionar um grande número de figurantes, que
ajuda no perfil do filme. Um filme com muitas
lutas só poderia ter um grande número de figurantes e personagens. Apesar de
também usufruir de algumas tecnologias.
Cena é a
unidade dramática do guião, secção contínua de acção, dentro de uma mesma
localização. É uma unidade de tempo e de espaço em que se desenrola uma parte
do filme. É menor que a sequência. Ao contrário do que ocorre nesta, não há
elipses dentro de uma cena. Pode-se entender a cena também como a menor unidade
fílmica com significado completo. Todo o guião é dividido em cenas, unidades
dramáticas de acção contínua. Sequência dramática com unidade de lugar e tempo.
Que pode ser coberta de vários ângulos no momento da filmagem. Cada um desses
ângulos pode ser chamado de plano. Só para diferenciar a cena de uma sequência
na imagem a seguir, pode-se ver um exemplo de uma elipse, isto significa dizer
que o que vem pela frente é mais longo, ou seja, para se ter uma ideia, quem já
assistiu ao filme percebe que são poucas as cenas gravadas na Espanha batalha
entre os bárbaros.
2.1.1 –
Iluminação Ver formatação e espaçamento no manual
Segundo
(Kellson. 2006, p.198 ) diz que a iluminação é uma ferramenta essencial para o
vídeo. O uso da luz cria a atmosfera, o tom, a dimensão e a textura do programa
do filme. Ela pode transmitir uma trama, enfatizar elementos-chave, como cor do
cenário ou tom da pele e sinalizar as diferenças entre comédia, drama,
realidade e fantasia. Entretanto, no filme Gladiador é possível vermos como
tiveram bastante cuidado com o tipo de iluminação que usaram, até porque a
história retracta a Roma antiga, logo naquela altura não havia energia eléctrica,
os candeeiros nas cenas realçam a iluminação no interior das tendas como no
Coliseu, mas isso não significa que não usaram iluminação apropriada para o
cinema. A luz no cinema para criar e elaborar
imagens é preciso compreender como a luz se comporta. Na luz está a natureza da
imagem. É praticamente impossível falar de fotografia
se não fala-se
da luz no cinema. A história da sétima arte é também a história da luz. Ambas
estão ligadas não apenas sob o ponto de vista estético mas também tecnológico.
Durante
um século de cinema, grandes nomes e até mesmo figuras anónimas trouxeram
inovações tecnológicas e estilísticas à arte da imagem em movimento. Essas
inovações fizeram a arte cinematográfica adquirir uma linguagem própria
afastando-se do mero registo ou da linguagem teatral das primeiras ficções. Um
dos elementos relacionados às inovações técnicas da indústria do cinema é a
iluminação, seja a natural, sob os efeitos do clima, seja a artificial, que ano
após ano se sofistica com novos equipamentos ou novos sistemas, como o digital,
que advém da computação gráfica, que revolucionou o cinema ao criar o real ou o
surreal a partir do virtual, simular a iluminação natural e a iluminação
artificial.
É
muito importante frisar ou contar a história do cinema, mas sem
esquecer de mencionar a história da luz, que por sua vez
é a essência do cinema. Sem ela, não há filmes, nem exibições, nem projecções,
nem uma tela iluminada na sala escura. Filmes sem atores existem, sem música ou
sem som também, mas jamais sem luz. Ou seja, a luz é a "forma primordial,
a partir da qual os sonhos cinematográficos se constituem".
A
iluminação cinematográfica não só permitiu a exposição, como também aumentou o
efeito dramático de filmes de ficção na tela. Isso foi consequência do trabalho
fotográfico referente à luz, com a introdução de técnicas mais precisas para
controlá-la. Aprimora assim um princípio visual
e emocional no qual o director construía o filme através de técnicas
específicas e dramaticamente poderosas de iluminação, a evolução da fotografia
fez com que essa deixasse de desempenhar um papel puramente físico, em que se
limitava a fornecer luz suficiente sobre os actores para permitir a filmagem, passam assim a integrar a estética e a narrativa
cinematográfica através de meios artísticos e dramáticos.
REIS,
Martins André (apud Fellini, Federico.
p.182.) (o autor defende em seu livro Fazer um filme,(é um nome?
Deve estar entre aspas) O seguinte; No cinema, a luz é ideologia, sentimento, cor, tom,
profundidade, atmosfera, história. Ela faz milagres, acrescenta, apaga, reduz,
enriquece, anuvia, sublinha, alude, torna acreditável e aceitável o fantástico,
o sonho, e ao contrário, pode sugerir transparências, vibrações, provocar uma
miragem na realidade mais cinzenta, colidiam.
Com
um reflector e dois celofanes, um rosto opaco, inexpressivo, torna-se
inteligente, misterioso, e fascinante. A cenografia mais elementar e grosseira
pode com a luz revelar perspectivas inesperadas e fazer viver a história num
clima hesitante, inquietante; ou então, desloca-se
um reflector de cinco mil e acender outro em contraluz, toda a sensação de
angústia desaparece e tudo se torna sereno e aconchegante. Com a luz se escreve
o filme, se exprime o estilo. No início, o fotógrafo tinha como função controlar a luz
através de cortinas e óculos e operava uma
câmara estática. A iluminação artificial veio como uma grande proposta, que
tinha por objectivo obter uma luz plana, difundida por todo o SET,
propiciar um estilo de iluminação mais suave.
Porém, a
luz era ainda empregada somente para alcançar fins especificamente decorativos.
Com insuficientes equipamentos de iluminação e capital disponível, o SET era preenchido com uma iluminação nada
criativa. Era preciso estabelecer no SET uma certa
padronização na quantidade de luz para garantir a exposição adequada, mas não
havia a preocupação com sua utilização dramática. Procuravam evitar os efeitos
luminosos, como as alterações ópticas do tamanho e as sobre impressões. Quando
os efeitos de iluminação sobressaíam na
fotografia, isso era considerado um erro técnico.
REIS, Martins André (apud Fellini, Federico.
p.182.) verificar formatação no nome do autor
Lüersen (2006) afirma
que "Entre os elementos que dão vida à fotografia, a luz tem a Função de
captar e registar as nuances nas imagens em cores e as gradações de cinza nas
fotografias em preto e branco; além disso, ela “dá o clima (atmosfera) de uma foto,
e isso já é informação”, afirma Guran (1992: 33).
O conceito de iluminação surgiu no século XVII com
o famoso pintor Rembrandt que pintava
como se estivesse a fotografar, pois de acordo com Arnheim,“Rembrandt realça a
luminosidade, evitava detalhes nas áreas de
mais alta claridade, num sentido mais didáctico, a iluminação tende a guiar a
atenção selectivamente de acordo com o significado desejado.” Utilizava
três pontos de luz onde dava volume aos seus retratados, basicamente Rembrandt
contraponha o claro e o escuro, de modo que onde o rosto do retratado
estivesse iluminado o fundo estaria escuro e onde seu rosto estivesse escuro
Rembrandt deixava claro. Armando Pilla1, Amanda Cristine Tambosi2, Cynthia
Morgna Boos de Quadro 3 ( apud Arnheim, 2000 p.315). ver
formataçao
2.2
- FUNÇÃO DA COR E LUZ NO CINEMA
No cinema, a cor e a luz servem para
dois propósitos: Contribuir para a impressão de
realidade,Construir sentido de quem observa as imagens. Para se
compreender a luz e a cor enquanto construção de sentido em um filme é preciso,
antes de mais nada, compreender contextos históricos e sociais, e a cultura
dentro dos quais o filme é realizado. A luz tem papel técnico tanto no cinema
quanto na fotografia. Sem a luz não há imagem. Mas no cinema, assim como na
fotografia e, antes disso como nas artes plásticas, a luz desempenha um papel
de construção de atmosferas, de modulação de climas emocionais, e como delimitadoras
(onde o mostrado e o não mostrado constroem sentido). Um exemplo concreto e
absolutamente significador que acompanhou-se foi o uso da luz desde a pintura.
As cores
são signos que podem provocar associações materiais afectivas, além de
estímulos sensoriais. As associações materiais tendem a ser universais e
precisam da memória. As afectivas são culturais e mesmo históricas, e dependem
da percepção e da construção psíquica dos sujeitos, embora possam ser, também,
dependentes da memória. As cores também recuperam, alteram e recriam
realidades, nos provoca recordações de sensações quando em contacto com cores
relacionadas à lembrança específica.
2.2.1
- Elementos da imagem
Massa,
linha, luz, tom, contraste, cor, movimento e perspectiva são elementos básicos
necessários para a composição da imagem. Esses elementos se originaram das
artes plásticas, passaram pela fotografia, pelo cinema e pela televisão, e hoje
se encontram cada vez mais evoluídas. A composição da imagem, objectiva é alcançar
efeitos emocionais, quebrar uniformidades, criar climas. Deve-se enquadrar a
imagem de maneira a despertar o espectador a ver o ponto de interesse da cena.
A colocação adequada da câmara, o arranjo de pessoas e objectos e a selecção da
distância focal auxiliam no controle desses elementos. Português
de angola
Massa: É um elemento visual que prende a atenção por ocupar áreas
completas na tela. Possui um "peso visual", por isso deve ser
composta de forma harmoniosa e equilibrada. Para termos uma ideia, e percebeu-se o que quer dizer massa vamos exemplificar
o cenário de um telejornal, onde a massa é a composição entre a logo marca da
empresa e o apresentador. Pode se notar que seu enquadramento, normalmente
segue o princípio do "ponto de ouro", uma regra da arte grega, onde o
ponto de interesse é colocado aproximadamente a dois terços da margem, e não no
centro, a fim de tornar a cena mais atraente e equilibrada.
O "ponto de ouro"
consiste na divisão de um quadro em oito linhas equidistantes, na horizontal e
na vertical. O ponto de interesse deve ser localizado na intersecção dessas
linhas, a fim de equilibrar e quebrar a monotonia visual da cena. Segundo os
gregos, a melhor localização deste ponto está na intersecção das linhas a 5/8
de qualquer margem.
A
massa pode ser pessoas, objectos, qualquer elemento que ocupe um espaço e chame
a atenção. Objectos grandes e escuros pesam mais que os pequenos e claros.
Devemos abusar da criatividade para compor os objectos, que não precisam
necessariamente estar dispostos de forma simétrica. A assimetria é um
componente diferenciado que causa interesse aos espectadores. A linha por
definição, é a extensão do ponto. Em uma cena, a linha encaminha a visão para
dentro ou para fora do centro de interesse. Possui grande energia, é dinâmica e
inquieta. Pode ser recta ou ondulada, nítida ou grosseira.
É um elemento que apesar de flexível, tem propósito e
direcção podendo ser técnica e rigorosa. Nas artes é importante para expressar
a justaposição dos tons. As linhas horizontais são mais informais e trazem a
sensação de relaxamento e repouso. As linhas verticais nos remetem a
formalidade e a elegância. A soma das linhas vertical e horizontal ao mesmo
tempo, traz uma sensação rude e sem movimento. Lembra as grades de uma cela, está
relacionada a algo preso. As linhas curvas trazem movimento ao ambiente.
Inspiram tranquilidade e suavidade. É a linha mais dinâmica e livre, podendo
sugerir movimento perfeitamente definido ou totalmente caótico. Pode ser suave
ou complexa, côncavas ou convexa. Por muitos é caracterizada como feminina. Dentre
os elementos cinematográficos, a luz configura-se como aspecto a considerar na
compreensão das mensagens contidas nos quadros que compõem as cenas dos filmes.
No cinema, a luz não é utilizada apenas
para viabilizar o registro da imagem, mas também para incutir mensagens
subjetivas aos personagens e cenários, figurando muitas vezes como elemento
norteador de uma reflexão.No cinema em geral, a luz se torna o elemento de
identidade visual do filme, de maneira direta, como se dão os planos e cenas
descritas no roteiro. Nesse sentido, define Federico Fellini: A luz é a matéria
do filme, talvez no cinema a luz seja a ideologia, sentimento, cor, tom,
profundidade, atmosfera, narrativa. A luz é aquilo que reúne, que apaga, que
reduz, que arrisca, esfuma, sublinha, derruba, que faz tornar crível ou
aceitável o fantástico, o sonho, ou ao contrário, torna fantástico o real, dá
tom de miragem ao cotidiano mais simples, reúne transparências, sugere tensões,
vibrações. A luz preenche um vazio, cria expressão onde ela não existe, doa
inteligência ao que é opaco, dá sedução à ignorância. A Alma Das
Imagens: A Luz Como Elemento Criador De Sentido1 Leandro Cunha De Souza (apud BETTI, 1986).
(novamente frases muito curtas. Qual o
objetivo?) falta A luz produz a
diversidade dos tons, auxilia no movimento, no distanciamento e na profundidade
da cena. A luz desperta a atenção e curiosidade do receptor, um pormenor
bastante importante, depende de sua intensidade e direcção. O tom é
estabelecido pela variação do escuro até chegar ao claro. Distingui-se
estas variações devido a sobreposição dos tons. O contraste é um elemento com o
qual pode-se diferenciar as diversas
cores, dando atenção especial a cor do fundo e a luminosidade. Normalmente é
obtido pela diferença dos níveis de cinza entre o fundo da cena e seu centro de
interesse. Esta mistura deve ser composta com cautela, para não se perder o
centro de interesse.
A cor: é resultado da
existência da luz. A escolha de cores para compor uma cena, devem ser
analisadas através de suas tonalidades. Não é conveniente utilizar cores
diferentes com tons iguais, a profundidade da cena fica pouco perceptível na
composição visual. Para obter uma boa composição o uso de contrastes, tons e
cores diferentes devem ser criteriosamente ponderados e empregados.
Movimento:
é um elemento utilizado na composição visual a fim de conduzir o olhar do
espectador para o centro de interesse. Numa cena totalmente estática, o que se
move será o centro das atenções. A perspectiva é uma ilusão no cinema e na TV,
o que significa dizer que na realidade ve-se
imagens bidimensionais. O que ajuda nessa ilusão de profundidade é
o uso da cor, da densidade, dos tamanhos relativos, da convergência e da
justaposição. Para uma perspectiva de massa os objectos devem ser compostos de
maneira elaborada, a fim de criar uma impressão de profundidade. A iluminação
bem colocada oferece uma sensação do aumento de volume dos objectos. Pode-se
aumentar a sensação de profundidade em uma cena, e aplica menos intensidade de
luz no primeiro plano em relação ao segundo. Isso conduz o espectador a olhar
com mais atenção para o segundo plano, o mais iluminado, assim aumenta a sensação
de profundidade. Focos diferentes também podem ajudar a oferecer ilusão de
profundidade. Ricardo Crisafulli Rodrigues ( Ramos, 2007 p.199)
A história da humanidade foi e ainda é marcada
pela presença da imagem como um dos principais mecanismos de comunicação entre
os homens, que a utilizaram na forma dos mais variados suportes e técnicas,
tais como "madeira, pedras, argila, osso, couro, materiais orgânicos
em geral, metais, papéis, acetatos, suportes digitais, [...] desenho, pintura,
escultura, fotografia, cinema, televisão, web [...] (Ramos,
2007 p.1)
2.2.2
- Esquema Básico De Iluminação
A
iluminação de cinema e Televisão possui um esquema básico, que por sua vez é
muito utilizada pelos profissionais que trabalham na área de Cinema e
Televisão, é a chamada iluminação de três pontos ou triangulação básica de
iluminação, mas devo a que lembrar que não é a única, mas sim a básica. As posições ideais para iluminar um cenário são: Ataque,
compensação e contraluz. Essas posições são estabelecidas de acordo com a
localização da câmara e de acordo com o que se pretende na cena. O ataque é a
luz principal, a compensação e a contraluz as secundárias, que tem como
objectivo principal modelar a imagem e criar o cenário e o clima desejado.
Normalmente ajusta-se primeiro a luz de ataque, logo após a contraluz e por fim
a compensação. O resultado final deve ser o mais natural possível, sem revelar
a localização das fontes de luz.
O
ataque, também conhecido como key
light, luz principal ou luz chave de uma cena, é a
luz mais importante, responsável pelo foco principal da cena. Normalmente é
situada à frente do actor a ser gravado, em relação ao local onde está a
câmara. A luz do sol é um excelente exemplo de iluminação de ataque, é uma
fonte única e principal. A luz concentrada e direta é a mais indicada para o
ataque, também denominada luz dura, de sombras bem marcadas. Em casos especiais
e diferenciados pode-se usar a luz difusa, chamada suave, onde a luz e as
sombras se confundem. Obteu-se a luz dura directamente
do equipamento, a luz suave necessita da aplicação de um difusor para dispersar
e suavizar a luz.
A
escolha do tipo de luz depende do efeito que a cena exige. A luz dura é
utilizada, normalmente, quando se quer oferecer mais dramaticidade e mistério
na cena. Ela ajuda no envelhecimento da pessoa, pois acentua suas rugas e
expressões através das sombras produzidas em excesso. Para uma cena calma,
serena e que as linhas e expressões do rosto precisam ser amenizadas,
utiliza-se a luz suave. O local mais comum para a instalação da luz principal é
à direita ou à esquerda da câmara, depende
do lado que se deseja iluminar, à 45º em relação ao ângulo constituído pela
linha imaginária que une a pessoa à câmara A altura da câmara também deve ser
levada em consideração. A luz principal precisa formar um ângulo de 45º em
relação à câmara e a face da pessoa, isso ajuda a não causar ofuscamento
falta nos olhos dessa pessoa.
A
contraluz ou back-light, em geral se situa atrás do apresentador ou actor,
deve iluminar os seus cabelos e ombros. Como as imagens obtidas pela câmara são
bidimensionais, esta luz entra em cena para produzir profundidade e assim dar o
efeito de três dimensões almejado. Esta luz tem como objectivo destacar e
moldar o contorno do corpo da pessoa, que está ser filmada, separa-se do fundo do cenário.
A luz que ilumina a face
oculta é o contraluz [...] Enquanto ilumina a face visível da lua, o sol está
em posição de reflector de ataque. Mas quando a face oculta da lua é iluminada,
ou seja, quando ela aparece no céu como minguante, está sendo iluminada por
trás. O mesmo se dá com qualquer '"astro" de cinema. O reflector que
faz a "luz da cara dela" é o reflector de ataque. O reflector que
ilumina seus cabelos é a contraluz (apud Moura, 2001, p. 39).
É
necessário luz ser focada, não necessita de difusores para suavizá-la, o foco
deve ser somente na pessoa, com propósito de não produzir reflexos indesejados.
A intensidade de luz dependerá da cor e características da pessoa que está ser
filmada. A posição do equipamento para este tipo de iluminação, não precisa ser
muito alta, desde que atinja o local esperado. Este tipo de luz é posicionada
após a luz principal, do seu lado oposto,
Uma outra
situação em que a contraluz é muito utilizada, ocorre em filmagens noturnas,
porém, não pode esquecer de juntamente com a luz acrescentar a fumaça, para que
a luz apareça. A compensação, conhecida como fill light ou luz de preenchimento,
serve de apoio ao ataque. A luz principal produz sombras, cabe a luz de
compensação suavizar estas sombras. Frequentemente é utilizada luz difusa para
este tipo de iluminação. A luz de preenchimento deve ser menos intensa que a
luz de ataque. Exemplifica, quando a luz do sol
é reflectida no ar, nas nuvens ou mesmo em uma parede branca ocorre o que chama-se de luz de compensação. Ela deve ser focada em
posição diferente em relação a luz de ataque, em geral fica ao lado do
personagem, à 60º em relação ao ângulo obtido
pela linha imaginária que une a pessoa à câmara, relação à câmara e a cara da pessoa.
O aumento
de intensidade na luz de preenchimento, conhecido como high-key,
junto com a luz principal, oferece um clima mais suave a cena, pois diminui as
sombras, e deixa o espaço com uma iluminação mais intensa e difusa. Se diminuir
a luz de preenchimento, chamada low-key, as sombras serão mais perceptíveis, isso
faz com que a cena fique mais dramática, mais triste. A imagem constitui o
elemento base da linguagem cinematográfica. Ela é a matéria-prima fílmica e
constitui-se da materialização das ideias em imagens visuais e estéticas que
transmitem a mensagem idealizada pelo roteirista ou director do filme. Segundo Velloso Isabela
Monken ( apud BARTHES 1999, p. 136).
A imagem
não tem uma estrutura própria, tem estruturas textuais das quais ela é o
sistema, isso significa que as imagens orientam os observadores na sua leitura,
a partir dos seus códigos e significados que fogem à regra formal da escrita do
texto. As imagens comportam um texto que educa o olhar, o modo de enxergar as
coisas. A partir do momento em que a imagem é escolhida e composta, a realidade
que aparece é resultado de uma percepção subjectiva. “Não são as imagens que
fazem um filme, mas a alma das imagens. Portanto, o que o espectador percebe
vai além do visível, há uma forte dose de subjectividade. Além do enquadramento, a iluminação também participa da
narrativa como criadora da
atmosfera da cena. É um elemento dificilmente analisável, com importância pouco
conhecida, e seu papel não aparece directamente aos olhos do espectador. Além
disso, a maior parte dos filmes actuais manifesta uma grande preocupação com o
realismo na iluminação, e tal concepção tende a suprimir seu uso dramático.
Ao longo da evolução das artes plásticas e da
pintura, a utilização da luz, sombra e cores sempre estiveram presentes. A
começar com as inscrições rupestres e os desenhos rudimentares, até o
surgimento das tintas, das pinturas em telas e dos diversos movimentos
artísticos que perpassaram a história da arte, através dos quais o homem
transmitiu suas impressões e expressões da realidade através da representação em
imagens. “Um signo é só um signo se exprimir ideias e se provocar na mente
daquele ou daqueles que o pertencem uma
atitude
interpretativa” Marcela,Casarin (apud
MARTIN, 1990. p. 63).
A luz
natural é a luz diurna emitida pelo sol. A iluminação das cenas rodadas em
Exteriores, não usa apenas a luz natural e muitas cenas à luz do dia necessitam
do auxílio de rebatedores, projectores ou
espelhos reflectores. É preciso notar, sobretudo, o carácter absolutamente
antinatural das cenas nocturnas. Estas são geralmente muito iluminadas, mesmo
quando a realidade não comporta de maneira evidente nenhuma ou quase nenhuma
fonte luminosa. Esse neo-realismo deve-se evidentemente a razões técnicas
imperiosas (é preciso que a película seja impressionada, apesar das novas películas
ultra-sensíveis permitirem rodar cenas à noite em condições bem mais realistas,
mas justifica-se também pela vontade de obter uma fotografia bem contrastada, moldam assim, os tons claros e os escuros com precisão.
A fotogenia da imagem é uma fonte fecunda e legítima de prestígio artístico
para um filme e, para todos os efeitos, é preferível uma iluminação artificial,
esteticamente dito, a uma iluminação verosímil, mas deficiente. Dentre os
elementos cinematográficos, a luz configura-se como aspecto a considerar na
compreensão das mensagens contidas nos quadros que compõem as cenas dos filmes.
No cinema,
a luz não é utilizada apenas para viabilizar o registo da imagem, mas também
para incutir mensagens subjectivas aos personagens e cenários, apresentam-se
muitas vezes como elemento norteador de uma reflexão. No cinema em geral, a luz
se torna o elemento de identidade visual do filme, de maneira directa, como se
dão os planos e cenas descritas no roteiro. Diversos efeitos podem ser criados
através da utilização de fontes luminosas anormais ou excepcionais. Nesse sentido, define Federico
Fellini a luz é a matéria do filme, talvez no cinema
a luz seja a ideologia, sentimento, cor, tom,
profundidade, atmosfera, narrativa.
A luz é aquilo que reúne, que apaga, que
reduz, que arrisca, esfuma, sublinha, derruba, que faz tornar crível ou
aceitável o fantástico, o sonho, ou ao contrário, torna fantástico o real, dá
tom de miragem ao quotidiano mais simples, reúne transparências, sugere
tensões, vibrações. A luz preenche
um vazio, cria expressão onde ela não existe, doa inteligência ao que é opaco,
dá sedução à ignorância. (BETTI, 1986). falta
Existem determinadas técnicas básicas, mas
fundamentais para o registo de uma fotografia, são
elas: enquadramento (que planos serão utilizados), Iluminação (luz natural ou
luz artificial, sombras e luzes), foco (com ou sem profundidade de campo, neste
caso totalmente focado ou algum elemento apenas, em foco), movimento
(congelamento ou efeito borrão), forma (tridimensionalidade), ângulo (posição
da máquina), cor, (colorida ou preto e branco) e textura (impressão visual).
Para
obter-se uma imagem, qualquer que seja ela é imprescindível que se tenha luz,
pois não existe imagem sem luz. Neste sentido, a luz, sob o ponto de vista da
linguagem, é um valor de composição fundamental para a fotografia. Assim como o
pintor necessita lidar com as tintas para compor sua obra, o fotógrafo precisa
da luz para registar a imagem num plano.
De acordo com o autor
Lüersen (2006) afirma que "Entre os elementos que dão vida à fotografia, a
luz têm a função de captar e registar as nuances nas imagens em cores e as
gradações de cinza nas fotografias em preto e branco; além disso, ela “dá o clima
(atmosfera) de uma foto, e isso já é informação. (Pilla,
Armando 1; Tambosi, Cristine Amanda 2; de quadros; boos, Cynthia Morgana 3
(apud Guran 1992, p33).
2.3
- DIRECTOR DE ARTE
Tudo o que todos vêm nos filmes, é trabalho de alguém que se
esforça, um director de arte, que escolhe os cenários, figurinos, maquilhagem,
objectos de cena, com ajuda de uma equipe que é dividida por áreas. A cada nova
produção, o director de arte pode construir um novo mundo. Nenhum filme possui
sua arte igual a outro, mas sim com diferenças. Em qualquer produção
cinematográfica, o nome que ganha maior destaque é o do director, porém existe
uma equipa engajada que trabalha para que o
filme fique pronto. Um desses profissionais que merece destaque é o director de
arte, que é responsável por toda a parte visual do filme, desde cenários até
cabelo e maquilhagem.
A importância do director de arte tem sido reconhecida com o
passar dos anos. No início, não era acreditado a arte do filme a esse
profissional, enquanto hoje o director de arte é um requisito importante até
para os documentários.O primeiro vestígio de se ter um director de arte vem com
George Méliès, francês que, a partir de 1897, começou a filmar pequenas
produções e que tinha a preocupação em adaptar suas histórias com cenários mais
elaborados. A partir dos trabalhos dele, aparece a figura do desenhista de
produção.
O
desenhista de produção é a arte visual e a arte da narrativa cinematográfica. A
aparência e estilo são criados pela imaginação, senso artístico e colaboração
do director, director de fotografia e director de arte. O director de arte é
responsável por interpretar o roteiro e a visão do director para o filme, além
de traduzir visualmente onde os actores podem
desenvolver seus personagens na história Paula Resi
(Apud Lobrutto, 2002, P.20).
2.3.1 - IMPORTÂNCIA DA PESQUISA PARA DIRECÇÃO DE ARTE
A
direcção de arte é um lugar de grande importância para a construção da essência
da obra, dando a equipe desse departamento a possibilidade de enveredar por um
mundo cheio de signos que permeia o universo da criação. Durante o processo de
pesquisa para a construção estética de um filme todo o estudo que envolve o
desenvolvimento da direcção de arte tem a missão de transpor para a tela
elementos visuais como narrativa. Assim, ao construir o mundo fílmico a
direcção de arte tem a possibilidade de recriar o tempo em que a história se
passa, é nesse aspecto que o cinema vem possibilitar verdadeiros mergulhos
estéticos no cinema. Em sua grande maioria os filmes que abordam a política e
os fatos históricos acontecem em um tempo passado, isso leva a direcção de arte
a conceituar sua pesquisa de uma forma muito minimalista com exactidão em
detalhes, integrando ao desenvolvimento do filme a fidelidade necessária para
que o espectador reviva a história.
Começar
uma análise pelos filmes de época, pode-se afirmar
que para a direcção de arte o momento da criação é onde todo filme acontece,
pois é nessa pesquisa que o director de arte encontra o seu mundo fílmico.
Então é preciso trazer à tona tudo o que existe na ideia, na sensação que
aquela história roteirizada (escrita)
passa sobre determinado nichos e os padrões de comportamento que cercavam
aquelas pessoas, isso acontece, para o departamento de arte, identificar desde
tecidos, moldes de costura, aviamentos usados na época que o filme se passa até
a representação que determinados objectos de cena têm. Uso como exemplo o
filme “ O “O Gladiador” do ano de 188 que é recriado para contar uma história
de poder, inveja e política. Primeiro a paleta de cor usada para o filme é
estruturada nos tons que mais encantavam a monarquia naquela época, cores que
passavam um sentimento de superioridade, imponência, sensualidade,
características encontradas nos grandes palácios, por pessoas que viviam
cercadas pela ostentação e que usavam de todos os recursos para manter-se nesse
lugar.
Depois
o figurino do filme traça a personalidade dos personagens de uma forma muito
clara e fiel, é usado muito seda, pele, pérola, tecidos finos que eram produzidos
especificamente para ser usado pela corte. Aliado à cenografia com cortinas, um
mobiliário típico da época, bem como as cenas em que acontecem as
concentrações tanto de luta como de política, onde muitas vezes são nesses
momentos que se configuram as maiores articulações políticas, o filme compõe um
retrato extremamente original da época. A política contada deu à direcção de
arte a possibilidade de reinventar-se como linguagem, pois
alguns detalhes narrativos nesse género cinematográfico é parte de composição
da arte. (verificar
semântica)
O
departamento de arte precisa fazer levantamento documental, mais ainda mais se
a história que o filme vai retratar tiver haver com o passado, então a direcção
de arte precisa fazer uma pesquisa bem apurada afim de chegar ao objectivo
desejado, é assim que a equipa procura vestígios em museus, livros, imagens,
moedas, pintura, escultura entre outros.
2.3.2
- Função Do Director De Arte
A
direcção de arte está directamente ligada à dramaticidade
e narrativa do filme, ela coloca em visualidade o conceito do roteiro e dos
sentimentos envoltos no enredo. Para JACOB (2006,
p. 59), a direcção de arte é capaz de criar plasticamente a representação
estética do filme, incorporando os diversos quesitos que são relacionados a
essa estética, como cenário, figurino, personagens, caracterização de
personagens e efeitos especiais, se necessário.
Para
realizar o trabalho de concepção visual de um filme, é fundamental que o director
de arte, deve analisar o roteiro do filme que trabalhará, para que assim possa
responder algumas questões sobre o trabalho a realizar, como: Qual o impacto
emocional da história? Como os ambientes reflectem os personagens? Qual a
natureza psicológica da história? Como pode a atmosfera da arquitectura e a concretude
(falta) física dos SETs contribuírem para contar a história? Qual a sua
atitude para com a história?
O
director de arte precisa estar em sintonia com o director e o director de
fotografia, esses três que formam o tripé que dá sustentação e origem à
visualidade da obra. O principal papel do director de
arte, é de trabalhar com a estética e proposta escolhida pelo director, mas
para isso acontecer é preciso entrar em consenso com o director de fotografia,
para que a luz contribua com a direcção de arte e vice-versa. Para isso, é
necessário analisar os elementos que serão inseridos no campo de captação e
analisar alguns detalhes, como quais tecidos devem estar em cena, posição dos
objectos, texturas, cores e o que mais julgarem necessário. A pesquisa é
trabalho fundamental para a criação da visualidade fílmica, afinal é onde serão
feitas as buscas das referências para a concepção de tudo que está ligado à
direcção de arte, sejam os cenários, figurinos, texturas, ou conhecimentos
específicos sobre o filme em questão.
O autor LOBRUTTO (2002, p.
33),(FONTE? DATA?) dá a sua contribuição, a respeito da pesquisa
como importante para que a concepção artística do filme não se torne uma
concepção genérica, afinal os detalhes visuais de um filme são tão
enriquecedores quanto um roteiro bem trabalhado pelo autor. A pesquisa de
direcção de arte pode ser iconográfica ou não, podem-se usar fotografias,
filmes, músicas, literatura, pinturas, revistas, jornais, depoimentos de
pessoas (principalmente quando se quer trabalhar sobre um personagem),
entrevistas com especialistas (quando é um trabalho no qual se necessita de
dados específicos sobre determinado assunto), observação na rua, saídas de
campo, internet, etc. Com a pesquisa
feita, o director de arte começa a trabalhar no espaço fílmico. PAULA Resi (apud LOBRUTTO, 2002, p.33).falta
O
espaço fílmico não é apenas um quadro, da mesma forma que as imagens não são
apenas representações, em duas dimensões: ele é um espaço vivo, em nada
independente de seu conteúdo, intimamente ligado às personagens que nele
evoluem. (BETTON, 1987, p. 28).
Dentro do
espaço fílmico, o cenário é um dos recursos da direcção
de arte mais visto e comentado pelo público em geral. Diferente do
teatro, onde o cenário pode ser dispensado, no cinema ele se faz muito
necessário e é uma forma de apoio à narrativa fílmica, além de colaborar com a
atmosfera da trama e transmitir sobre a personalidade dos personagens,
dependendo do tipo de cenário escolhido. RIZZON, Paula1; BASEI, Lisiane 2; COHEN 3 (apud BETTON, 1987,
p. 28).
Chris
Rodrigues (2002, p7), explica que o
departamento de arte é composto com os seguintes profissionais: cabeleireiro,
cenógrafo, ceno-técnico, contra regra de cena,
desenhista de figurino ou estilista, desenhista de produção, director de arte,
figurinista, gerente de locações, maquilhador,
maquilhador de efeitos e produtor de objectos. Existe ainda outros
profissionais que são importantes para as áreas: assistente de arte,
pesquisador e técnico de efeitos especiais que são profissionais que trabalham
actualmente nas produções. O director de arte é o chefe da equipe nas
produções.
A direcção
de arte tem importância crucial na criação da visualidade fílmica, já que os
cenários servem não somente para emoldurar o movimento dos actores, como também a mediação da câmara, pois é seu
arsenal de trabalho que estabelece a disposição visual dos espaços e dos
elementos constituintes que guiarão esta operação. O director de arte é responsável
por tudo que acontece no departamento de arte de bom ou ruim na produção de um
filme. Após receber o roteiro do filme, há uma ou mais reuniões com o director
geral e com o director de fotografia para decidir como transformar o documento
em cenas visuais que estão escritos no roteiro. Ele também procura perceber o
que o director quer transmitir para o espectador, qual a finalidade do filme,
qual a atmosfera, em que época a história se situa. Com a definição do que é
preciso conseguir para produzir o filme, o director de arte delega para cada
profissional suas obrigações. Mesmo após a distribuição de tarefas, o director
de arte continua a supervisionar o trabalho de sua equipa
e tem que estar em todas as etapas da produção do filme.
Com o
director de arte trabalha o assistente de arte. Ele regista as decisões tomadas
pela equipa, organiza todo o material de
trabalho de mesa da arte (planilhas, referências, croquis, plantas baixas).
Também supervisiona o trabalho dos outros profissionais de arte e mantém o
director de arte informado sobre o andamento da equipa,
além de verificar o cumprimento dos prazos e realização de cada trabalho.(Chris Rodrigues, 2002).
2.3.2 - Profissionais
da Área do departamento de arte
O
departamento de arte divide-se em três equipas:
Cenografia, Figurino e Caracterização. Cenografia:
Nesta equipa há o Cenógrafo, Cenotécnico, Gerente de Locações, Contra regra de Cena, Produtor de
Objecto, e o Técnico de Efeitos Especiais. Cenógrafo, Responsável pelos cenários do filme e de tudo que é passado
pelo director de arte. O cenógrafo trabalha directamente com o cenotécnico, com os
carpinteiros e pintores. Os cenários são construídos especialmente para cada
cena, ficam com a preocupação de deixar entradas para as câmaras, luzes e
paredes que se movem (conhecidas como tapadeiras). Eles precisam ainda conhecer a movimentação dos atores e
ter o domínio do que vai acontecer em cada cenário. Cenotécnico Com a supervisão
do cenógrafo, constrói os cenários com sua equipa
de carpinteiros e pintores. Gerente de
Locações Responsável por encontrar as locações que se
encaixem no que foi descrito no guião. Após a pesquisa e a visita a algumas
locações, é preciso ser documentadas através de fotos, o gerente leva o
material ao director de arte e ao director geral para que as locações sejam
aprovadas. Após isso, o gerente lida com a parte mas delicada, que é negociar o
aluguel ou
empréstimo do local e o tempo de utilização do mesmo. Contra regra de
Cena Ajuda na decoração do SET, além de cuida da guarda dos objectos de cada cena.
Produtor
de Objecto: Desde a pré-produção,
este profissional se envolve com o trabalho. O produtor de objecto é
responsável por todos os objectos que estarão em cena. É preciso estar ciente
da estética do filme, e em que época
que se passa a narrativa fílmica, o que foi discutido
entre o director geral e o director de arte. Após isso, ele pesquisa pelos
objectos, documenta (regista com fotos), e leva ao director de arte.
Com a sua
aprovação, há a negociação por compra, aluguer
ou empréstimo dos objectos seleccionados. Esses objectos são passados para os
cuidados do contra-regra. Técnico de Efeitos Especiais:
Profissional que trabalha directamente no SET Eles são responsáveis por produzir os efeitos que são
filmados directo na cena, e não os efeitos especiais introduzidos na produção
por conta do computador. Esse técnico cria explosões, incêndios e inundações.
2.4 – Fotografia
As imagens do cinema são um conjunto
de milhares de fotografias reproduzidas tão rapidamente que ganham movimento e
viraram um filme. Segundo a história, o homem sempre procurou registar suas
acções de alguma maneira.
Na Pré-História,
os seres humanos deixaram nas paredes das grutas pinturas que relatavam as suas
acções como cenas de caça, danças e a criação de animais. Com o desenvolvimento
das civilizações, outras linguagens e técnicas foram desenvolvidas a fim de
buscar relatar os momentos vividos pelos grandes personagens como reis,
sacerdotes e outras personalidades influentes nas diversas sociedades de todo o
mundo. Posteriormente, o quotidiano do povo também passou a ser registado em
pinturas, desenhos e gravuras. Hoje, obras em museus e colecções particulares
espalhadas pelo mundo fornecem subsídios para a compreensão da realidade em que
viveram as pessoas do passado. Nesse sentido, ao longo dos séculos, muitos
artistas buscaram por técnicas que lhes permitissem realizar obras que
documentassem com fidelidade os modelos retratados.
A
fotografia foi o resultado de um conjunto de descobertas que começou com
pesquisadores que viveram antes de Cristo, criadores das primeiras câmaras
escuras - dispositivos que possuíam um pequenino orifício por onde entrava um
"fio" de luz que projectava a imagem do mundo exterior na parede
oposta. A imagem projectada não tinha foco e ao longo do tempo os experimentos
conduziram a um aperfeiçoamento desse dispositivo. Lentes e outros aparelhos
foram associados a esse pequeno furo e aos poucos as coisas começaram a se
tornar mais elaboradas. No filme pode-se observar um conjunto de fotografias
que se tornam imagens em movimento. O cinema é a arte de falar por imagens em
movimento.
Apesar de
todos os recursos incorporados pela prática cinematográfica desde sua invenção,
como o som, a montagem, a cor e os efeitos especiais, o elemento de maior
impacto no cinema, naquilo que o diferencia das outras artes, é esta
peculiaridade: a imagem em movimento ou, como melhor define Aumont, “o cinema
permanece, antes de mais nada, uma arte da imagem e tudo que não é ela
(palavras, escritas, ruídos, música) deve aceitar sua função
prioritária”(AUMONT, 2004, p. 162).A fotografia é uma arte e técnica e com ela
podemos aprimorar nossos sentidos de percepção, criação e comunicação. Com a
fotografia também pode-se registar lembranças e comunicar ideias e pensamentos,
e é a única com capacidade de congelar para sempre um momento comum, um momento
especial ou encanto universal.
2.4.1 - História Da Fotografia
O termo
vem da palavra grega
photos, que quer dizer luz, e graphis
que quer dizer estilo, pincel ou ainda, graphê que quer dizer desenhar com luz. Então,
conclui-se que fotografia é uma técnica de gravação por meios químicos, mecânicos ou digitais, de uma imagem numa camada de
material sensível à exposição luminosa.
A
Fotografia, antes de tudo, é uma linguagem. Um sistema de códigos verbais ou
visuais, um instrumento visual de comunicação. Ela sustenta aquilo que
realmente deve ser dito a mensagem. Antes
mesmo de ser uma imagem, diz AUMONT (1993, p. 29) que a fotografia é um
processo conhecido desde a Antiguidade como sendo a ação da luz sobre certas
substâncias. Reagindo quimicamente são denominadas fotossensíveis. Uma
superfície fotossensível exposta à luz será transformada provisória ou
permanentemente. Ela guarda um traço da acção da luz. A fotografia começa
quando esse traço é fixado mais ou menos em definitivo, finalizado para certo
uso social.
Foi
através da fotografia que o homem encontrou uma das formas mais perfeitas e
práticas para gravar e reproduzir suas manifestações culturais. Por volta de
1554, Leonardo da Vinci descobriu o princípio da câmara escura, que é a luz
reflectida por um objecto projectando fielmente sua imagem em seu interior, se
existir apenas um orifício para a entrada dos raios luminosos. Entretanto,
neste princípio, os artistas simplificam o trabalho de copiar objectos e cenas,
utiliza-se câmaras dos mais diversos formatos e
tamanhos. Enfiavam-se dentro da própria câmara e ganhavam a imagem deflectida
em uma tela, preso na parede oposta ao orifício da caixa.
Não é
difícil imaginar os passos seguintes desta evolução. Uma lente, colocada no
orifício, melhorou o aproveitamento da luz. Um espelho foi adaptado para
rebater a imagem na tela. Mecanismos foram desenvolvidos para facilitar o
enquadramento do assunto. Com esses e outros aperfeiçoamentos, a caixa ficou
cada vez menor e o artista trabalhava já do lado de fora, tracejando a imagem
protegida por um pano escuro. (MARANDU, Ava 2010
p.4). Para o processo se tornar mais automático, faltava descobrir
ainda, como substituto do pergaminho, um material sensível à acção da luz, isto
é, capaz de registar uma imagem ao ser atingida pela luz reflectida de um
objecto.
Em 1816, o
químico Francês Nephòre Nièpce deu os primeiros passos para resolver o
problema. Conseguiu registar imagens em um material recoberto com cloreto de
prata. Mais tarde, em 1826, ele associou-se ao pintor também Francês Daguerre,
e ambos desenvolveram uma chapa de prata que, tratada com vapor de iodo, criava
uma camada superficial de iodeto de prata, substância capaz de mudar de cor
quando submetida à luz. A experiência foi o primeiro passo prático para a
fotografia em toda a Europa, possibilitando assim combinar a chapa
fotossensível (filme) e a câmara escura (máquina fotográfica).
A partir
daí, o aperfeiçoamento da técnica fotográfica teve muitas colaborações. Já em
1860 surgiram os primeiros estúdios fotográficos, alvo de enorme curiosidade.
Na época, tirar uma foto era motivo de grande ginástica de um lado, a pessoa
deveria ficar imóvel cerca de dois minutos e precisava ser presa a um
dispositivo para não tremer; por sua parte, o fotógrafo era ainda um verdadeiro
artesão no processamento químico e nos retoques indispensáveis. Não tardaram a
aparecer também os fotógrafos ambulantes que, como pioneiros, correram o mundo
divulgando a nova arte, transportando complicados laboratórios e equipamentos
em carroças. Em 1867, o físico Francês Louis Ducos anunciou outra novidade a
fotografia colorida. Treze anos mais tarde, por iniciativa do norte-americano
George Eastman, a fotografia começou a se popularizar e o filme passou a ser
embalado em rolos.
Muitas curiosíssimas tentativas e invenções já
foram feitas a fim de descobrir a fotografia. Um trabalho que alia
sensibilidade artística a diversos conhecimentos como o tipo de película a ser
usado no processo de impressão, posicionamento da câmara e definição do
enquadramento, neste caso o director de fotografia é o alquimista no SET de filmagens. Em conjunto com o director e
o director geral, o director de fotografia é quem dá
personalidade ao filme por meio da concepção do tom e enquadramento na
fotografia do filme. Por muitos tido por técnico, na verdade, o trabalho desse
profissional é muito artístico.
Em
produções menores é ele quem define desde os equipamentos a serem usados até a
coloração e tom final das imagens na ilha de edição. Em grandes produções
cinematográficas, o director de fotografia gerência uma equipe cujas funções
são muito bem delimitadas, mas trabalham em sintonia para o resultado final. De
modo geral, é o director de fotografia quem coloca na tela o planeamento visual
elaborado junto à equipa por meio de detalhes técnicos para chegar à fotografia
que deseja.
O director
de fotografia é o responsável por tudo que se relaciona com a elaboração final
da imagem do filme, desde o planeamento e analise técnica até a marcação de luz
da cópia final. Ele irá especificar os equipamentos de câmara, luz e maquinaria
necessários a realização do filme, bem como os materiais fotográficos e os
tipos de processamento. Seu interlocutor imediato é o director, de quem recebe
instruções e a quem apresenta soluções e sugestões. Seu outro interlocutor é o
director de arte, com quem discute as necessidades e os problemas cenográficos
para juntos obterem a melhor imagem. Segundo AUMONT (1993, p.166), apresenta,
antes de ser reprodução da realidade, que é seu uso social mais difundido, a
fotografia é um registo de tal situação luminosa em tal lugar e em tal momento,
e quer conheça ou não a história da fotografia e de sua invenção, qualquer
espectador de fotografia sabe disso. ARAÚJO, Francisco Wellington Dantas ( apud AUMONT 1993, p.166).
2.4.3
- Equipa da direcção de fotografia
A equipa, é formada por um operador de câmara, um
primeiro assistente de câmara e seus assistentes, um chefe electricista e seus
assistentes, e um chefe maquinista e seus assistentes. As instruções do
director de fotografia são passadas a estes chefes, que distribuem as tarefas
entre os seus assistentes segundo as normas próprias das suas funções. Toda
instrução do director de fotografia deverá ter uma confirmação verbal de quem a
recebeu ("lente 25" pede o fotógrafo, "lente 25" repete o
assistente), para que não caibam dúvidas sobre o que foi solicitado. Este
procedimento vale para todos os membros da equipa.
Somente o director geral, o director de fotografia e operador de câmara olham
no visor. O foquista que neste caso é o primeiro
assistente de câmara, vai olhar pelo visor quando tiver que marcar focos em
teleobjectiva. O responsável por manter esta norma é o primeiro assistente de
câmara.
O director
de fotografia passa ao primeiro assistente as instruções relativas ao
processamento do negativo a serem encaminhadas ao laboratório e ao telecine. O
director de fotografia, acompanhado do chefe electricista e eventualmente do
chefe maquinista, tem que visitar antecipadamente as locações e os cenários, e
passar a estes, as instruções necessárias à realização das filmagens. Sempre
que julgar necessário, o director de fotografia solicitará equipamentos ou
elementos técnicos extras para sua equipe. Esta solicitação deve ser levada ao
director de produção que a encaminhará aos canais competentes. Os membros da
equipe de técnica devem se dirigir ao elenco somente para passar informações
técnicas indispensáveis e pertinentes ao plano que está a ser filmando (marcas
de foco, trajetória da câmara, obstáculos no caminho). Qualquer outro tipo de
solicitação deve ser encaminhado aos assistentes de direcção.
A função
do director de fotografia num filme é captar as imagens de forma possível, para
isso tem que se dar muito bem com a sua matéria-prima, a luz. Quando se
trabalha bem a luz, o filme tem boa estética. Fazer direcção de fotografia para
um filme não é somente ligar a câmara e a luz e deixá-los assim, para isso
existe tipos de enquadramentos específicos, plano geral para localizar o
personagem, primeiro plano para mergulhar nos olhos do personagem e entende-se
o que está acontecer com ela. A fotografia ajuda a contar a história do filme.
Para o director de fotografia Cristin Viguer diz que a fotografia nasce da pesquisa
de locação de filmagens, e decide junto com o director como serão feitas as
filmagens. Para ele, o fotógrafo é um técnico e artista.
O director de
fotografia capta, por meio de sua visão estética, de sua originalidade e
da sua inteiração com
a produção em curso, as tonalidades e luminosidades, e determinará como serão
filmadas ou fotografadas as imagens oferecidas ao potencial da objectiva e a energia inerente a cada cenário.
Este profissional, também
conhecido como fotógrafo, é o técnico encarregado de traduzir o roteiro em
forma de imagens, tanto para as telas do cinema quanto para a linguagem do
vídeo. É ele quem cria uma face para a esfera visual de um espectáculo ou de
uma projecção ao vivo. Assim, é possível imaginar quão determinante é sua
contribuição na elaboração de uma produção de filme e, além. O director de
fotografia retracta os instantes, selecciona as luzes mais apropriadas a cada
cena e evidencia o carácter artístico de todos os planos da produção.
O produtor
segue, geralmente, as directrizes técnicas traçadas pelo director de
fotografia, o qual irá estabelecer o paradigma tecnológico e estético da imagem
conforme as intenções do director da obra em questão. Sua tarefa engloba também
a escolha criteriosa, a ratificação e o uso do material mais apropriado, tais
como a melhor câmara, o negativo mais adequado. No caso de se tratar de uma
película cinematográfica, a câmara de vídeo mais acertada. E na eventualidade
de um filme produzido em bitola digital, as lentes e filtros que deverão ser
usados, a equipagem de iluminação a ser experimentada, entre outras
providências.
Em alguns
momentos, este especialista deverá igualmente observar e sancionar as paisagens previamente
escolhidas para uma determinada filmagem. Para tanto, ele necessita actuar junto
ao director artístico, que providencia os cenários, os figurinos e os
acessórios. Junto com o continuísta, a quem cabe preservar a coerência e a
simetria da trama, dos diálogos, providencia aspectos
referentes à sonoplastia e às
imagens. E ao lado dos técnicos que cuidam da maquilhagem, sempre analisar tudo
sob o ângulo fotográfico. O director de fotografia cria cada representação a
ser projectada uma luz específica, com características técnicas e estéticas
próprias. O profissional deverá igualmente estar actualizado quanto às novas
tecnologias, para não se tornar um especialista obsoleto. Actualmente há
inúmeras inovações neste campo, principalmente com a digitalização das imagens.
Este processo foi acelerado, por sua vez, pelo aparecimento do sistema HDTV, o
qual, segundo os directores de fotografia antenados com a novidade, altera
significativamente a forma de se perceber a luz.
2.4.4 - Direção de fotografia
Esse
departamento é responsável basicamente pela qualidade da imagem que vai ao ar.
Faz parte do trabalho do director de fotografia analisar a sinopse, conhecer
bem a linguagem e o clima escolhidos pelo director e, para existir harmonia
entre suas escolhas e as do departamento de arte (figurino, cenografia e
produção de arte), eles ficam em permanente contacto. É o técnico responsável
pelas imagens de um produto audiovisual (seja filme, comercial ou vídeo).
Supervisiona, numa equipa de filmagem ou
gravação, tudo o que pode interferir no resultado final da imagem.
Os
melhores pontos de luz nas locações, cidades cenográficas e ambientes montados
em estúdio, tudo tem que ser muito bem pensado para conseguir transmitir ao
telespectador o máximo de realismo possível, e é muito importante que as
pessoas ao assistirem percebam isso de forma totalmente orgânica. Para actuar
nessa função, o profissional deve estudar ou
entender sobre fotografia, cinema
e ser sensível e atento, porque seu trabalho bem feito faz o trabalho de todos
profissionais parecer bem feito (atores,
cenário, figurino, directores). Conhecimento de iluminação também é
fundamental. Antes os directores de fotografia era privilégio apenas de
minisséries e séries, mas agora já podemos conferir sua actuação nas grandes
produções.
No
dia-a-dia das filmagens no estúdio ou nas locações escolhidas, o director de
fotografia orienta o director de cena, indica quais os melhores pontos do
cenário para os enquadramentos. No começo do filme, ele acompanha de perto o
trabalho para ter certeza de que a qualidade de imagem alcançada é a que foi planeada no início. O director de fotografia tem um
cuidado especial nos primeiros capítulos porque são eles que dão o tom do
produto. A partir desses primeiros capítulos é produzido um desenho de luz que
será repetido durante todo o período em que o filme vai para o ar.
2.5 - INICIO DAS GRAVAÇÕES DE UM FILME
No começo
das gravações, tudo é mais conturbado, ninguém ainda está acostumado com o
ritmo, com a equipa, com os cenários. Depois
tudo fica mais fácil, o director já se acostuma com a iluminação e já sabe os
melhores pontos para a gravação nos cenários fixos.
O departamento também recebe semanalmente os roteiros de gravação, sinopse e analisa as cenas que necessitam de um cuidado maior. Verifica também se tem novas locações, nesse caso é produzido um plano de fotografia para elas.
O departamento também recebe semanalmente os roteiros de gravação, sinopse e analisa as cenas que necessitam de um cuidado maior. Verifica também se tem novas locações, nesse caso é produzido um plano de fotografia para elas.
O iluminador, os operadores de câmara e o
operador de vídeo ficam ligados directamente a esse departamento. O iluminador
coloca em prática as indicações de fotografia dadas pelo director de fotografia
do plano de iluminação. No caso do estúdio, as informações de posição de
equipamentos são armazenadas em um computador. Quando houver gravação no
cenário, basta accionar o computador e as luzes se ajustam automaticamente. Por
exemplo, o quarto de um personagem que sempre é usado. As informações para
gravar de dia, à tarde e à noite são armazenadas e isso optimiza o trabalho,
porque o iluminador só tem que fazer o ajuste. O operador de vídeo prepara o
equipamento de vídeo, ajusta os monitores, a colorimetria
falta e faz o ajuste fino da imagem para a gravação. O departamento de
engenharia também tem contribuição importante para a plena realização do
produto.
A equipa de produção da novela sempre entra em contacto
com a equipe de engenharia da emissora no início da produção. Os engenheiros,
além de estarem sempre atentos às novas tecnologias para engenharia de
televisão, como equipamentos de transmissão e câmaras, também supervisionam os
equipamentos como câmaras, microfones e iluminação. Depende
das dificuldades que a produção estiver enfrentando, eles também propõem
soluções para dificuldades técnicas e até económicas. Em contacto directo com a
novela fica sempre o produtor de engenharia. Ele exerce uma função consultiva.
É a ele que a produção recorre primeiramente quando encontra dificuldades
técnicas.
O mundo do
cinema é absolutamente fascinante. Milhares de funções, inúmeros departamentos,
incontáveis procedimentos para produzir um capítulo de 90 minutos ou mais. A
estrutura de um filme confirma que é impossível uma só pessoa ou departamento
ser responsável pelo sucesso ou fracasso de um produto televisivo. O filme é,
antes de tudo, puro trabalho em equipa. Marcela Casarin diz em sua obra, uma vez que o processo cinematográfico acontece por etapas,
poderíamos definir a etapa de composição da imagem em duas funções (supondo,
neste caso, que já esteja pronto o trabalho de decupagem das cenas): a direcção
de arte, que se relaciona directamente aos elementos tácteis; e a fotografia,
responsável pelo registo pela câmara, através dos tipos de película ou formato
digital, filtros e, claro, iluminação. Embora o registo pela câmara (...) seja
responsável pelas informações definitivas impressas na película, a cena
preparada para a câmara já se encontra pronta, configurada visualmente pela
direcção de arte.
A intervenção da direcção de fotografia,
através da incidência de determinada iluminação, transformará tal conceito em
relação à cor, contraste, profundidade, mas não em informações em termos do
sentido básico da cena, em sua natureza figurativa. Temos assim que, uma vez
que não existe uma interacção entre a direcção de arte e fotografia o trabalho
de ambos pode ser comprometido e o resultado final esperado não será alcançado,
caso o fotógrafo tenha pensado por exemplo, em um close-up do protagonista para determinada cena e não
avise ao director de arte, pode ser que este último elabore uma cenografia rica
em detalhes que, além de não serem percebidos em sua totalidade, podem
atrapalhar o fundo de cena do close
do pretendido pelo director de fotografia. CASARIN,
Marcela ( apud BUTRUCE, p. 41, 2005).
CAPÍTULO III - ANÁLISE DO FILME
GLADIADOR
Sinopse
O filme “O
Gladiador” conta a história de Maximus um importante general romano com a total
confiança de Marcus Aurelius, que está nos seus últimos dias de reinado. O
Imperador atiça a ira do seu filho Commodus ao comunicar-lhe o interesse de
transferir o seu reinado para Maximus, por considerá-lo com mais força do que
ele, seu filho de sangue real. Commodus inicia então uma profunda revolta
movida por vingança. Assassina o pai e, ao pedir a lealdade de Maximus e ele
tê-lo negado, expande a sua raiva contra o general e a sua família. Maximus é
condenado à morte, mas escapa e começa uma longa jornada para se vingar do que
lhe aconteceu.
3.1
– HISTÓRIA
O
filme Gladiador é um filme épico que retrata a história da Roma antiga,
dirigido pelo director Ridley Scott, é por sua vez um filme de género aventura
/ Acção / Drama. Foi lançado no ano de 2000 nos Estados Unidos da América, e
é de cor colorido. Nos dias finais do Reinado de
Marcus Aurelius, Cézar ao pressentir que estava prestes a morrer pede a
Maximus, comandante do exército romano, que se torne protetor de Roma para
devolver o poder ao povo e acabar com a corrupção. Quando Commodus filho de
César recebe a notícia pelo seu pai fica indignado e o sufoca até a morte.
Assume a coroa e ordena a morte de Maximus que consegue fugir e passa a se
esconder como um escravo e gladiador do Império Romano. Os gladiadores eram
homens que entravam na arena para morrer e dar espectáculo ao público.
3.2 - ANÁLISE DOS ASPECTOS TÉCNICOS
É
importante a que frisar que os elementos técnicos trazem vantagens para as
obras cinematográficas. Pelo facto que as mesmas facilitam a percepção imediata
ao espectador. Entretanto, o filme Gladiador soube transparecer em algumas
cenas como eram os figurinos, cenários e outros elementos. Devemos a que
salientar a técnica da caracterização foi empregue de uma forma como se fosse
real devido o trabalho do caracterizador que teve que usar toda sua
criatividade de maneira a chegar ao objectivo do que o director pretendia. De
acordo com o que nos mostra o filme, também é
possível vermos como o figurino faz toda diferença, sendo um filme épico.
Como as roupas do imperador e sua
família, do protagonista, dos gladiadores, dos senadores, as armas que
utilizavam antigamente, Botas, sandálias capacetes, armaduras, escudo, cintos
flechas tudo isso foi através do figurinista que teve o trabalho de pesquisar e
elaborar o figurino de forma á coincidir com a época. O figurino luxuoso da
filha e do neto do imperador, tecidos de seda com pedras brilhantes não passam
despercebidos.
O cenário
é também relevante no filme as cenas nos mostra diferentes lugares onde foram
capturadas as imagens, elas narram a história. É perceptível o trabalho da
direcção de arte que empenhou-se em pesquisar as locações junto ao director de
fotografia, em algumas cenas no interior onde ouve a necessidade de se utilizar
iluminação o director de fotografia mas uma vez desempenha seu papel, controlar
a iluminação para que a fotografia saia com
qualidade. A
luz na composição de cenas em um filme é a criação de algo como um pincel sobre
o esboço de um quadro que, só a partir dele então, que fará com que a obra
exista e expresse emoção de lágrima de seu criador, e assim, por sua vez o
resultado final deste trabalho emocionar o seu público que se pretende atingir. Uma cena
se desenrola dentro de um ambiente interior o protagonista é convidado pelo
imperador para que entre a fim de manterem um diálogo.
Numa
gravação na Espanha logo após a batalha com os bárbaros. O cenário da tenda do
imperador se valoriza a luz artificial, com uma contra luz por de trás do
imperador, a cena acontece em horário nocturno. Essa luz é responsável pela
mística do momento, mas também para a marcação de tempo transcorrido na
narrativa. Os móveis, desde candeeiros, cadeiras, mesa, estatuam, troncos de
madeiras atravessadas, fogo que faz parte da cena, e também alguns enfeites. A
cena remete-nos a um ambiente de uma sala, esta técnica, serve
como molduras que guiam o olhar do espectador e a afinidade tonal
contribui significativamente pela sensação de harmonia ou vazio
da cena. o luminotécnico e o director de
fotografia foram bastante calculadores para obter o resultado pretendido para o
director (Ver Figura1).
Temos uma
impressionante fotografia que nos dá uma visão ampla do acampamento, uma
gravação também na Espanha. A cena se desenrola em ambiente externo durante o
dia, e relata o ocorrido após a batalha, e com uma cor acinzentada, a mostrar
um ar de tristeza e de muito silêncio. Numa iluminação de exterior, digo dia,
deve-se levar em consideração as porções iluminadas pela luz do sol, como o céu
e a paisagem. O sol quando é rebatido pelo solo, ou mesmo pelas nuvens, cria
uma luz bem difusa e suave. Para atingir este resultado utiliza-se os butterflies, (equipamento de iluminação) são difusores muito
utilizados em iluminação de exteriores para rebater e difundir a luz do sol. (Ver
Figura 2).
Esta cena
não passa despercebida mostra bem a gravação do o cenário na antiga Roma,
ilustra o contexto da época, mostra como eram as casas, figurino num plano de
conjunto. A percepção que se tem nesta cena, é que a
luz do sol invade o local. Luz intensa e amarelada, a pouca sombra. Para cena o
realizador ou director pensou em todos os detalhes, assim como o caso dos
figurantes para completar a cena, e também o figurino. O director de fotografia
teve o cuidado de passar esta percepção visual através desta imagem. (Ver Figura3)
Numa
das cenas representada mostra o personagem Maximus após a batalha com os
bárbaros feridos. Nesse quadro a personagem aparece desfocado, enquanto ao
fundo, existe uma bandeiro se mostrar sem foco. Esse
efeito é utilizado para chamar a atenção a um determinado lugar, ou objecto,
serve também para separar o actor do cenário. A cor em tom cinzento iluminação
é difusa. Observa-se o cuidado de diferenciar os tons que por sua vez ajudam a
separar o cenário do personagem. A cor do figurino, também é escolhida de
maneira a destacar o foco principal. A luz entra em cena para finalizar e
destacar todo esse trabalho. (Ver Figura 4). Vai ter mesmo figuras? indicar pagina
Em outra
cena, observa-se o protagonista prostrado vendo
suam família morta brutalmente pelos homens do antagonista Comodus. Uma cena
chocante que transporta o espectador a viver também aquele momento. Com o
intuito de obter maior dramaticidade na cena. A fonte de luz é única para
contra luz do protagonista iluminamento maiores
não muito intensos sobre aquilo que é considerado o mais importante, os atores.
O cenário é negro, revela um momento de tristeza, angustia, dor. O pouco uso,
ou talvez nenhum, da compensação. Com esse efeito de luz, o receptor dirige seu
olhar para o ponto de interesse, a região de maior tensão emocional. Nesta cena
a luz é um elemento primordial, é forte, direta e cénica. Nesta cena entra o
trabalho do caracterizado, fotografo e o luminotécnico. (Ver
Figura 5)
Na
cena a seguir podemos observar mas uma vez a presença da caracterização num dos
braços do personagem um grave ferimento sanguento,
a deitar bichos que causa incómodo. Na cena sentimos a presença do sol, que
valoriza a luz natural, num plano detalhe na ferida. Esse plano a altura das
luzes e sua intensidade provocam a emoção de pena, tristeza uma situação
dramática juntos, os elementos definidos, são utilizados para descrever o
estado emocional do personagem. (Ver Figura 6)
Nesta imagem ve-se a ilustre imagem do famoso coliseu em
Roma, a onde mora o imperador Comodus, Lucélia e outros que fazem parte da
política Romana e também passa as lutas dos gladiadores. Algo
muito criativos que podemos observar neste filme, foram esta imagem congeladas.
O fundo da fotografia se apresenta numa cor cinza e escura, com luzes
desfocadas. Onde o actor congelado está sempre em preto e branco. O coliseu
encontra-se nitidamente afastado do fundo da imagem dando mais ênfase a
estrutura arquitectónica em relação aos actores. (Ver
Figura7).
CONCLUSÃO
Neste
trabalho abordamos sobre os aspectos técnicos do filme O Gladiador, que por sua
vez têm contribuído para o desenvolvimento da criatividade e do livre
pensamento de quem produz obras cinematográficas. Falar de temas históricos é
uma tarefa que nem todos os realizadores estão dispostos a assumir, visto que
este tipo de obra merece toda atenção necessária com aspectos clássicos e
técnicos. Assim como desenvolvimento do próprio roteiro, cenário, fotografia,
figurino, maquilhagem, monumentos, elementos de época. Os filmes que retratam
factos históricos, merecem maiores comentários, visto que representam uma
época, apesar que nenhum filme tem a obrigação de contar os factos tal igual
ocorreu na história. Por motivos bastantes simples e óbvios, todo e qualquer
filme é uma peça artística fruto de um esforço colectivo entre uma equipa de
produtores, directores, figurinistas, cenógrafos entre outros. Estes filmes
visam sobretudo, contar uma história, uma trama, onde há personagens com
características de personalidade construídas especialmente para o filme,
passando uma intenção de realismo ao telespectador. Todo filme histórico é uma
versão subjectiva dos fatos que podem transmitir opiniões e emoções muito
específicas para cada um.
Concluí-se que o cinema já passou por grandes
mudanças significativas desde o seu surgimento, várias técnicas já foram
desenvolvidas a fim de que o cinema fosse cada vez melhor e com qualidade de
vídeo, som e efeitos. Tudo isso se deve aos grandes pesquisadores e as novas
tecnologias. Entretanto ao longo do trabalho, procurou-se identificar e
analisar, por um lado, a forma de como os elementos técnicos faz grande
diferença nas obras cinematográficas, são como um sustento para o
desenvolvimento das técnicas fílmicas, servem também como resposta aos desafios
e expectativas para a qualidade dos filmes.O aumento das obras cinematográficas
nos mercados internacionais tornou viável a exploração de novos campos técnicos
e permitiu o aumento da qualidade dos produtos cinematográfico. Nesse sentido
não se pode esquecer das novas tecnologias que também contribuem, de certa
forma no cinema, no que tange os efeitos especiais.
A
indústria cinematográfica actual é um mercado exigente e promissor para
diferentes áreas do saber. Não são apenas os actores e actrizes que brilham nas
cenas que são apresentadas a um público local e internacional, pois a
realização de um filme precisa englobar uma equipe de trabalho. Como prova,
acabamos de constatar neste filme “O Gladiador”, que prova o uso dos elementos
Figurino, Cenário e Caracterização de acordo a época em que a história é
retratada, apesar de não ser fiel em certos aspectos. Isso porque no filme verifica-se que alguns aspectos como o figurino,
os objectos de cena não foram fieis ao tempo cronológico retratado. Cumprimos
com os objectivos que nos tínhamos proposto
porque vimos a cada elemento o que representa no filme, Durante o
processo de pesquisa, análise e interpretação expostas aqui, pôde-se perceber
como a fotografia, luz, figurino, cenário e caracterização, serve à narrativa e
como é fundamental para a construção e representação das personagens no cinema.
Por tanto nossa pesquisa mostrou que o cinema está em
constante transformação e que os meios digitais favorecem isso.
Hoje é possível realizar filmes sem a
necessidade da película, entretanto ainda é preciso e se utiliza a linguagem da
câmara que é a extensão do olhar do cineasta, ou do director de fotografia,
para que esta não pareça crua e desprovida de expressividade, o director de
fotografia acrescenta ângulos e inunda as cenas de luzes e sombras, cria a
atmosfera que orquestra todo o filme. Este trabalho foi muito importante para o
nosso conhecimento, compreensão e aprofundamento deste tema, poi ficou-se a
conhecer e compreender melhor sobre o mundo da sétima arte, além de ter-nos
permitido desenvolver competências de investigação selecção, organização e
comunicação da informação. É importante que se priorize
a pesquisa antes da elaboração de qualquer trabalho cinematográfico, a pesquisa
de locações, figurino, cenário fotografia maquilhagem, iluminação ajudam para a
boa qualidade do filme
RECOMENDAÇÕES
Para
o desenvolvimento de um bom projecto audiovisual, todos os detalhes são
relevantes. Nada que foi levantado e discutido acima pode escapar. Utilizar a
iluminação, o figurino e a caracterização reforça a
expressão do filme e faz com que os espaços e seus elementos se tornem mais
interessantes e atraentes, isto dentro de contextos estéticos e também possibilita
uma apreciação objectiva ao espectador. Deve-se
atenção a todos os aspectos técnicos visto que eles afectam a produção.
Pois
durante o desenrolar do filme gladiador, constatou-se
vários erros de continuidade e inclusive em uma das cenas aparece um elemento
da produção vestido de calça de ganga. Espera-se que
os profissionais e alunos de cinema e televisão e também quem gostaria de
realizar obras cinematográficas, que possam apreciar este trabalho e servir
como fonte para realizar suas obras, de forma que estas tenham
estética.Valorizar a pesquisa em direcção de arte e fotografia para que
tenha-se maior realidade e naturalidade nas cenas
fílmicas.
Retirar travessoes
REFERÊNCIAS
BIBLIOGRÁFICAS
AUMONTE, Jaques - Moderno? Porque o cinema se tornou a mais
singular das artes - Tradução: Eloisa Arujo Ribeiro, Campinas, SP: Parirus,
2008.
DA COSTA, Francisco Araújo
– Analise Fílmica: O Figurino Como Elemento Essencial Da
Narrativa – Martins Produções, 2005
BENJAMIN, Walter - A Obra de Arte na Era de sua
Reprodutibilidade Técnica, 1995.
BUTRUCE,
Débora Lúcia Vieira - A Direcção de Arte
e a Imagem Cinematográfica: Sua Inserção no Processo de Criação do Cinema Brasileiro
dos Anos 1990, Dissertação de mestrado (dat.), Niterói, UFF, 2005.
CASARIN, Marcela - Imagem No Cinema Digital: As Novas
Direcções De Arte E Fotografia - Universidade do Estado do Rio de Janeiro –
UERJ, RJ, 2008
MARIE, Michel - Dicionário Teórico e Crítico do Cinema - 1ª
Edição, 2009 - Tradução: CARLA Bogalheiro Gamboa e Pedro Elói Duarte.
MOURA, Edgar - 50 Anos -Luz: Câmara e Acção - São Paulo,
Ed. SENAC, 1999.
MARANDU, Ana - Oficinas de Fotografia nas Aldeias Guarani
- (Apostila) Projecto, 2010.
PILLA, Armando; TAMBOSI,
Amanda Cristine 2; DE QUADROS, Cynthia Morgana Booz - A Iluminação
Como Forma De Linguagem Na Fotografia Conceitual De Moda - Belo Horizonte
Escola de Belas Artes da UFMG, 2004.
PAULO, COSAC & NAIFY- O olho interminável: Cinema e pintura.
Tradução: Eloísa Araújo Ribeiro. São 2004.
RABIGER, MICHAEL; Direcção de Cinema Técnica e Estética. 3ª Edição Organização de
RENE GARDIES - Compreender O Cinema e as
Imagens, 2007.
KELLISON, Carthine - Manual Sobre Produção E Direcção Para TV E
Vídeo - 2ª Edição, Rio de Janeiro: LTDA, 2006.
LEANDRO CUNHA DE SOUZA - Especialista em fotografia
(Senac-SP) e pesquisador do Grupo de
Estudo em Pesquisa em audiovisual (Gepau/UFPB). E-mail: le_cunha_souza@hotmail.com
2010.
VIANA, Fausto - O Figurino Teatral E As Renovações Do Século
XX - São Paulo: Estação das letras e cores, 2010.
REFERÊNCIAS ELECTRÓNICAS
Fonte:http://www.saltoagulha.com/artigos/a-importância-do-figurino-na-sétima-arte
- Acessado em 30 de Julho de 2013
Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/continuísta_ana_lucia_santana
- A cessado em 20 de Agosto de 2013
Isabela Monken Velloso: Pensando A Moda: Criadores
E Práticas Universidade Federal De Juiz De Foraespecialização Em Moda, Cultura
De Moda E Arte Instituto De Artes E Design- http://www.ufjf.br/posmoda/files/2010/09/MONOGRAFIA-DE-ISABELA-MONKEN-VELLOSO.pdf
http://monografias.brasilescola.com/arte-cultura/filme-alem-tela-comunicacao-cinema-nos-cineclubes-belem.htm#capitulo_6 - A
cessado em 10 de Maio
Armando Pilla1,Amanda Cristine, Tambosi2,Cynthia
Morgna Boos de Quadro3 A Iluminação Como Forma De Linguagem Na Fotografia
Conceitual De Moda www.razonypalabra.org.mx
FICHA
TÉCNICA
Direção: Ridley Scott
Escritores: David H. Franzoni, John Logan & William Nicholson
Género: Aventura / Acão / Épico
Columbia TriStar Pictures & Universal
Título Original: Gladiator
Tempo: 240 minutos
Cor: Colorido
Ano de Lançamento: 2000 - EUA
Elenco
Escritores: David H. Franzoni, John Logan & William Nicholson
Género: Aventura / Acão / Épico
Columbia TriStar Pictures & Universal
Título Original: Gladiator
Tempo: 240 minutos
Cor: Colorido
Ano de Lançamento: 2000 - EUA
Elenco
Russell Crowe - General Maximus Decimus Meridus
Joaquin Phoenix - Imperador Commodus
Connie Nielsen - Lucilla
Oliver Reed - Antonius Proximo
Richard Harris - Imperador Marcus Aurelius
Derek Jacobi - Senador Gracchus
DjimonHounsou - Juba
David Schofield - Falco
John Shrapnel - Gaius
Tomas Arana - Quintus
David Hemmings - Cassius
Ralph Moeller - Hagen
Spencer Treat Clark - Lucius Verus
TommyFlanagan - Cicero
Sven-OleThorsen - Tigris (Titus) de Gaul
Joaquin Phoenix - Imperador Commodus
Connie Nielsen - Lucilla
Oliver Reed - Antonius Proximo
Richard Harris - Imperador Marcus Aurelius
Derek Jacobi - Senador Gracchus
DjimonHounsou - Juba
David Schofield - Falco
John Shrapnel - Gaius
Tomas Arana - Quintus
David Hemmings - Cassius
Ralph Moeller - Hagen
Spencer Treat Clark - Lucius Verus
TommyFlanagan - Cicero
Sven-OleThorsen - Tigris (Titus) de Gaul
Produção
Produção - David H. Franzoni
Produção - Steven Spielberg
Produção - Douglas Wick
Música - Hans Zimmer
Direção de Fotografia - John Mathieson
Desenho de Produção - Arthur Max
Direção de Arte - David Allday
Direção de Arte - Benjamín Fernández
Direção de Arte - John King
Figurino - Janty Yates
Edição - Pietro Scalia
Efeitos Especiais - MillFilm
Produção - Steven Spielberg
Produção - Douglas Wick
Música - Hans Zimmer
Direção de Fotografia - John Mathieson
Desenho de Produção - Arthur Max
Direção de Arte - David Allday
Direção de Arte - Benjamín Fernández
Direção de Arte - John King
Figurino - Janty Yates
Edição - Pietro Scalia
Efeitos Especiais - MillFilm
Produtoras
Universal Pictures e DreamWorks SKG.
Universal Pictures e DreamWorks SKG.
Distribuidoras
Dream Works Distribution
L.L.C, Universal Pictures, Columbia Tri-Star Pictures.
Prêmios e Indicações
Oscar 2001
(EUA):
05 vitórias de 12 indicações
Óscar para Filme
Óscar para Actor
Principal - Russell Crowe
Óscar para Figurino
Óscar para Efeitos
Especiais
Óscar para Som
Indicações:
Melhor Ator Coadjuvante (Joaquin Phoenix)
Melhor Direção de Arte
Melhor Fotografia
Melhor Diretor (Ridley Scott)
Melhor Edição
Melhor Trilha Sonora
Melhor Roteiro Original
Academia Japonesa de Cinema 2001 (Japão):
Indicado na categoria de Melhor Filme Estrangeiro.
BAFTA 2001
(Reino Unido):
Venceu nas categorias de Melhor Fotografia, Melhor Filme, Melhor
Edição (Montagem) e Melhor Desenho de Produção.
Indicado nas categorias de Melhores Efeitos Visuais, Melhor
Figurino, Melhor Maquiagem, Melhor Ator (Russell Crowe), Melhor Ator
Coadjuvante (Oliver Reed e Joaquin Phoenix), Melhor Roteiro Original e Melhor
Som.
Globo
de Ouro 2001 (EUA):
02 Vitórias de 05 indicações
Globo
de Ouro para Filme - Drama
Globo
de Ouro para Trilha Sonora
Indicações:
Melhor Director
Melhor Actor - Drama (Russell Crowe)
Melhor Actor Coadjuvante (Joaquin Phoenix)
MTV
Movie Awards 2001 (EUA):
Venceu na categoria de Melhor Filme.
Indicado nas categorias de Melhor sequência de Ação, Melhor Luta,
Melhor Frase em Cinema, Melhor Actuação Masculina (Russell Crowe) e Melhor
Vilão (Joaquin Phoenix).
Satellite
Awards 2001 (EUA):
Venceu nas categorias de Melhor Fotografia, Melhor Trilha Sonora
Original e Melhores Efeitos Visuais.
Indicado nas categorias de Melhor Direcção de Arte, Melhor Diretor,
Melhor Figurino, Melhor Edição, Melhor Filme - Drama, Melhor Actuação de Actor
em Cinema (Russell Crowe), Melhor Actuação de Actor Coadjuvante (Joaquin
Phoenix).
GLOSSÁRIO
ARGUMENTO: O argumento
cinematográfico é um dos ingredientes essenciais do projecto de um filme, o
qual inclui também o orçamento, os planos de filmar, de veiculação na mídia, de
despesas e de negociação do produto final. Cinematográfico.
FIGURAÇÃO: Figuração é o
ato de figurar, ou seja, de dar forma visível a uma representação.
CINEMATÓGRAFO: Primeiro
aparelho como artefacto que mostrava imagens em movimento.
GUIÃO: É a forma escrita de qualquer espectáculo
audiovisual escrita por um ou vários profissionais que são chamados de
roteiristas, argumentistas ou guionistas
CARACTERIZAÇÃO: São as características
psicológicas, físicas e sociais que formam um personagem.
FIGURINO :
É o traje usado por uma personagem de uma produção artística cinematográfica,
teatral
ou vídeo.
CENOGRAFIA:É a arte e técnica de criar,
desenhar e supervisionar a construção dos cenários dos filmes.
ELENCO: Conjunto de pessoas (actores, actrizes e figurante) seleccionados para uma
produção, que representam as personagens e fazem a figuração de um filme.
CENA: É a unidade dramática do guião, secção
contínua de acção, dentro de uma mesma localização.
BUTTERFLIES, (equipamento
de iluminação) são difusores muito utilizados em iluminação de exteriores para
rebater e difundir a luz do sol.
SET
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manual
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO………………………………………………………………………………..1
CAPITULO I - PRODUÇÃO
CINEMATOGRÁFICA........................................................... 4
1.1 - A INVENÇÃO DO CINEMA.......................................................................................... 4
1.2 - PRIMEIRAS PROJECÇÕES DE FILMES............................................................................. 5
1.3 - COMO SE ANALISA UM FILME....................................................................................... 7
1.4 - CINEMA E COMUNICAÇÃO DE MASSA......................................................................... 9
1.5 - OBRAS CINEMATOGRÁFICAS BASEADAS EM LIVROS............................................. 11
1.6 – ROMA NO ANO DE 180 D.C........................................................................................... 12
1.7 -
PRODUÇÃO CINEMATOGRÁFICA DO FILME “O GLADIADOR”..................... 14
1.8 - FIGURINO E CARACTERIZAÇÃO.................................................................................. 15
1.8.1 – Caracterização................................................................................................................ 18
1.9 - PLANEAMENTO DA CONSTRUÇÃO DO CENÁRIO DO FILME................................... 19
1.9.1 - Construção de cenários................................................................................................... 21
CAPITULO II - DIREÇÃO DE
ARTE.................................................................................. 23
2.1 - CONCEITOS BÁSICOS................................................................................................ 23
2.1.1 – Iluminação.................................................................................................................... 24
2.2 - FUNÇÃO DA COR E LUZ
NO CINEMA.................................................................... 26
2.2.1 - Elementos da
imagem.................................................................................................... 27
2.2.2 - Esquema básico de iluminação....................................................................................... 29
2.3 - DIRECTOR DE ARTE................................................................................................... 33
2.3.1 - Importância da
Pesquisa para Direcção de Arte............................................................ 33
2.3.2 - Função do director
de Arte........................................................................................... 35
2.3.2 - Profissionais da
Área do departamento de arte............................................................. 37
2.4 – FOTOGRAFIA............................................................................................................... 38
2.4.1 - História da fotografia...................................................................................................... 39
2.4.3 - Equipe da direcção
de fotografia.................................................................................. 41
2.4.4 - Direção de
fotografia.................................................................................................... 43
2.5 - INICIO DAS GRAVAÇÕES
DE UM FILME.............................................................. 44
CAPÍTULO III - ANÁLISE DO
FILME GLADIADOR..................................................... 46
3.1 – HISTÓRIA...................................................................................................................... 46
3.2 - ANÁLISE DOS ASPECTOS TÉCNICOS........................................................................... 46
CONCLUSÃO......................................................................................................................... 50
RECOMENDAÇÕES.............................................................................................................. 52
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS................................................................................... 53
REFERÊNCIAS ELECTRÓNICAS....................................................................................... 54
FICHA TÉCNICA................................................................................................................... 55
GLOSSÁRIO........................................................................................................................... 58
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