conflito étnico

ÍNDICE

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 



IntroduçÃo


Um conflito étnico ou simplesmente guerra étnica é um conflito armado entre grupos étnicos, muitas vezes como resultado do nacionalismo étnico. Eles são de interesse por causa da prevalência aparente desde a Guerra Fria e porque frequentemente resultam em crimes de guerra, como genocídio.
O conflito étnico é um termo sociológico para definir qualquer conflito de natureza violenta, bélica, ou militar entre dois ou mais grupos étnicos, grupos ou seja, de pessoas de diferentes origens culturais, religiosas, raciais ou geográficas.
Os conflitos étnicos podem estar entre diferentes grupos raciais, como o atrito entre negros e brancos nos Estados Unidos e África do Sul causado pela segregação racial e o "apartheid", entre grupos racialmente homogêneos, mas de grande diversidade religiosa como o conflito entre católicos e protestantes na Irlanda do Norte; entre grupos religiosos homogêneos, mas de diversas etnias como o massacre entre os hutus e tutsis  (católica) no Ruanda, e até mesmo entre os grupos étnicos e religiosos diferentes como o conflito árabe-israelense e sino-tibetano. Se difere de genocídio em que tende a ser perpetrado contra uma população de presos e impossibilitados de se defenderem, enquanto que em um conflito étnico ambos os lados, muitas vezes têm capacidade militar para atacar o outro (embora muitas vezes um lado é mais poderoso que os outros envolvidos).
Além disso, em alguns casos, usa-se o termo "conflito religioso", quando os motivos do conflito possuem pretexto mais religioso que racial como no Oriente MédioIrlanda do NorteSudão e no Tibete.
Os conflitos étnicos existem na humanidade desde o início dos tempos. Alguns antropólogos, por exemplo, acreditam que o Neandertal foi extinto por uma guerra étnica contra os homo sapiens. Vários povos primitivos também envolveram-se em muitos os conflitos étnicos, especialmente com a passagem dos nômades e as sociedades tribais para os grandes impérios das cidade-estados, e da invasão e dominação de um povo sobre outro.

 


As principais áreas de conflitos


A Geografia dos Conflitos exibe diversas áreas de tensão espalhadas pelo globo, tendo como principais causas, as rivalidades étnicas, religiosas e nacionalistas e ainda os casos em o conflito envolve disputa entre estados ou mudanças de fronteiras.
Um exemplo de conflito entre dois ou mais Estados é o que ocorre entre a Índia e Paquistão, duas potências nucleares. A Índia - de maioria hindu - e o Paquistão - muçulmano - onde os dois países disputam a região da Caxemira localizada ao norte da Índia.
Outro exemplo de conflito é aquele que ocorre dentro de um país (guerra civil - guerrilha), onde grupos armados objetivam a tomada do poder, é o que ocorre na Colômbia, onde a Forças (Forças Armadas Revolucionária da Colômbia), controlam uma área de 42 mil km2 dentro do território colombiano, instalando uma guerra civil no país e um dos conflitos mais duradouros e sangrentos da América Latina. 

No México a luta do EZLN - O exército Zapatista de Libertação Nacional - que tem sua ação no Departamento de Chiapas, uma região pobre ao sul do país, sua luta é contra a política neoliberal do governo mexicano, que exclui e marginaliza a população pobre.

Afeganistão: Apesar de grupo fundamentalista Taleban ter sido retirado do poder pelos americanos, isto nunca trouxe estabilidade política ao país, as mulheres continuam sendo mal tratadas, tribos e clãs ( tadjique, uzbeque e hazará ) continuam em luta pelo poder em algumas regiões do país.
Chechênia: Esta região do Cáucaso de importância estratégica para a Rússia por causa do petróleo, também é motivo de grande instabilidade em função de conflitos étnicos.
Coreia do Norte: O país segue uma rota de isolamento no cenário internacional, em função de seu programa nuclear hostil aos interesses dos Estados Unidos, Coreia do Sul, China e Japão. 

Iraque: A coalização anglo-americana que derrubou Saddam Hussein, enfrenta a instabilidade política e a ação de grupos terroristas contrários a presença de estrangeiros no país.
Sri Lanka: Conflito de origem religiosa onde Tâmeis (hinduístas) lutam contra cingaleses (budistas), estão em luta desde 1980 ( século xx ). 

Ruanda e Burundi. Conflitos entre Ruanda e Burundi, na região dos Grandes Lagos Africanos, já deixaram um milhão de mortos, em consequência da antiga rivalidade entre as etnias tutsi e hutu. 

Nigéria. O conflito entre cristãos ao sul e muçulmanos ao norte faz parte do cotidiano da Nigéria. A Nigéria é o principal exportador de petróleo da África, mas a esmagadora maioria da população, de 112 milhões de pessoas, vive na pobreza. As péssimas condições de vida são responsáveis por boa parte das tensões religiosas do país, composto de cerca de 250 grupos étnicos.
Somália. A Somália não tem um governo efetivo, não há nenhum serviço público e nenhuma força de segurança. Esta situação se prolonga desde 1991 quando os "senhores da guerra" derrubaram o ditador Mohamed Siad Barre, provocando o colapso do Estado e a guerra civil. O conflito ocorre entre grupos insurgentes islâmicos acusados de ter ligação com a Al Queda e forças do governo apoiadas por tropas etíopes, que tentam manter o controle sobre a capital Mogadício.
Argélia. A Argélia é um país árabe do norte da África que sente a volta do ambiente de terror que dominou este país nos anos 1990, marcado por conflitos entre o Exército e grupos islâmicos radicais. Em janeiro de 2007 o Grupo Salafista para a Predicação e o Combate (GSPC) passou a se chamar Al Queda nos Países do Magreb Islâmico, assumindo a autoria de uma série de atentados. Em um comunicado divulgado na internet afirmou a Al Queda nos Países do Magreb "Não estaremos em paz até liberarmos toda a terra do islã que está com os cruzados e com os apóstatas, e até que tornemos a pôr os pés na nossa Andaluzia espoliada e no nosso Al Quedas (Jerusalém) violado". O grupo Al Queda nos Países do Magreb tem entre 500 e 800 membros na Argélia, Mauritânia, Mali e Níger. 

O Massacre de Darfur. Darfur é a região maior que a França localizada a oeste do Sudão, o maior país da África, espalha-se pelo Deserto do Saara, savanas e florestas tropicais. O conflito na região confunde até experientes diplomatas, mas o fato é que desde 2003 dois milhões de pessoas já abandonaram a região e 250 mil desde agosto de 2006, desestabilizando países vizinhos como o Chade. Em quatro anos este conflito já teria causado a morte de 400 mil pessoas. Na raiz desse "conflito étnico" estão uma disputa por petróleo, e a omissão calculada de países como, EUA, China e França não mero acaso, o Sudão é o segundo parceiro comercial da China no continente africano e Pequim compra 65% do petróleo sudanês. São chineses os fuzis que matam em Darfur.
Conflito Árabe-Israelense, onde os palestinos reivindicam o reconhecimento de um Estado independente nos territórios ocupados por Israel - Faixa de Gaza e Cisjordânia. Os maiores entraves para uma solução do conflito são; o status de Jerusalém; o controle dos mananciais hídricos; os refugiados palestinos e judeus; a delimitação das fronteiras e o terrorismo. 

Timor Leste ex-colônia portuguesa cuja população em sua maioria de religião católica, foi anexada ao território da Indonésia ( de maioria islâmica ) em 1975. Depois de um tenso e violento conflito separatista, onde morreu praticamente metade da população, em 1999, Timor Leste conseguiu sua independência, através da mediação da ONU, dos EUA e Portugal, junto ao governo da Indonésia. No dia 20 de Maio de 2002, nasce a República Democrática de Timor Leste. 

A questão do País Basco. Um movimento nacionalista pela independência do País Basco - região ao norte da Espanha e sudoeste da França, que tem no grupo ETA (Pátria Basca e Liberdade) o seu braço mais violento, com atentados terroristas que abalam a nação espanhola. 


Os Curdos querem a independência do Curdistão, e para isto guerrilheiro separatistas lutam pela independência desde os anos 80. A área em que habitam se encontra sob domínio da Turquia, do Iraque, da Síria e do Irã. 

Taiwan Embora funcione como um país autônomo, não é reconhecido como estado soberano pela ONU e não faz parte dos principais organismos internacionais. O governo da China considera Taiwan " uma província rebelde" e pleiteia sua reintegração ao território chines desde 1949. Por 2.896 votos a favor o Parlamento Chines aprovou em 14 de março de 2005, uma lei antissecessão que permitirá o uso da força caso Taiwan decida declarar sua independência formal.

A Caxemira é um dos focos de conflito na atualidade. Ela é o pivô de uma disputa entre os seguintes países:
a) China e Índia
b) Paquistão e China
c) Paquistão e Índia
d) Índia, Paquistão e Afeganistão
e) China, Índia e Paquistão.


Segundo o historiador britânico, Eric Hobsbawm, o “breve século XX” encerrou-se com a fragmentação do império soviético e com o consequente fracasso da referência socioideológica do Socialismo Real. No entanto, é possível, perante a fragilidade das instituições multilaterais, observar a continuidade de manifestações étnicas, religiosas e nacional-territoriais. O fim de uma Era não possibilitou a descontinuidade de ocorrências violentas em áreas de conflitos. Sobre os principais focos de conflitos na atualidade, é INCORRETO afirmara) A expressão nacional emancipacionista, liderada pelo P.K.K. (Partido dos Trabalhadores do Curdistão), reflete os princípios da causa curda e coloca em xeque as diretrizes da Doutrina Bush, em relação à estabilização político-institucional no Iraque.

b) A Província Autônoma da Chechênia, localizada na região montanhosa do Cáucaso russo, próximo mar Cáspio, é um dos principais focos de tensão separatista, em razão das diferenças de identidades nacionais entre russos e chechenos, além da importância energética da região.

c) A vitória parlamentar do Hamas, nas eleições palestinas de 2006, significou o fim do sectarismo político-religioso em relação ao Fatah e uma possibilidade maior para a formação definitiva do Estado Palestino.

d) A guerrilha muçulmana, na Caxemira Indiana, luta pela independência em relação à Índia e recebe o apoio do governo do Paquistão. Esse envolvimento desestabiliza a região em razão da potencialidade bélica nuclear dos respectivos países.

6. (Ufpi-específica) Após o término da bipolaridade, que caracterizou o período da Guerra Fria, os conflitos armados – Marque V ou F:1 ( ) Diminuíram, devido ao surgimento de outros pólos de poder no mundo.

 Diminuíram, como consequência da derrota do socialismo soviético.
Aumentaram, devido à retomada de antigas diferenças étnicas e religiosas entre os povos envolvidos.

4 ( ) Aumentaram, em função do crescimento populacional de países envolvidos nos conflitos.




8. Sobre a Região Balcânica, é correto afirmar:

I −caracteriza os problemas de ordem étnico-territorial na Europa dos Balcãs, que refletem as seculares disputas numa região dominada pelos sérvios, no último século;
II −representa o conflito entre as identidades nacionais na Europa, reforçado pelo desmonte dos Estados socialistas no Leste europeu, na última década do século XX;
III −exemplifica a causa típica dos conflitos que assolaram os Balcãs, principalmente após a Guerra Fria, quando os sérvios espalhados por outros territórios da antiga Iugoslávia lutavam pela manutenção da sua hegemonia na região. Das afirmações acima, está (ão) correta (s):

a) Apenas a I. b) apenas a II.c) apenas a III. d) Apenas a I e II.e) todas.

9. (Ibmec)“(...) a intensidade do processo de globalização provoca graves efeitos desestabilizadores, criando um terreno fértil para a fragmentação social e territorial. Uma globalização que aprofunda as desigualdades sociais, nacionais e regionais e gera um fenômeno brutal de exclusão, tem produzido reações como o nacionalismo tribal, o separatismo e conflitos violentos, que estão marcando o fim do século. São os fatores ‘disfuncionais’, destrutivos e regressivos que constituem perigosos ‘efeitos colaterais’ da globalização da economia.” Sobre o processo descrito no texto, é correto afirmar que: a mesmo com a integração em curso o continente europeu ainda vive manifestações separatistas, como ocorre na Bélgica, com a rivalidade entre Flandres e Valônia.

b) é possível associar o sentimento nacionalista aos integrantes do IRA (Exército Republicano Irlandês), o que impede qualquer acordo de paz com os britânicos.

c) as disputas regionais na Espanha foram definitivamente resolvidas pelos acordos assinados, durante o ano de 2007, por galegos, bascos e catalães.

d) na América, uma das mais importantes manifestações separatistas ocorre no Canadá, onde os moradores de Québec buscam autonomia cultural ante o domínio francês.

e) mesmo com um governo de origem indígena, a Bolívia não consegue superar as disputas entre os nativos e os crioulos, como atesta o movimento separatista andino. 


10. “(...) os EUA continuam a ser o pais que mais atrai imigrantes no mundo, devido à pujança de sua economia, às suas amplas fronteiras, à pobreza reinante a partir de sua fronteira com o México e à proximidade com o Caribe (...). Assim, muitos imigrantes preferem viver em condições ilegais nos Estados Unidos, pois sabem que ganharão mais do que em seus países de origem, mesmo quando estes atravessam boa fase econômica, como o caso do México nos últimos anos.” (BRANCO, M. S. “Integrar ou reprimir?”. In.: Revista Discutindo Geografia. Ano 3, n°15, 2007).FONTE: Revista Discutindo Geografia, ano 03, no 15, 2007.O texto e a charge retratam a atual situação da questão migratória nos EUA. Após os atentados terroristas de 11 de setembro de 2001, o governo estadunidense assumiu postura mais radical em relação à entrada de imigrantes ilegais. Entre as iniciativas repressivas, podemos destacara) A homologação, pelo presidente George W. Bush, da legislação que determina a construção de um muro na fronteira entre os EUA e o México.

b) A assinatura do tratado que proíbe a entrada de qualquer mexicano nos EUA, exceto para os que pretendem estudar nas universidades estadunidenses.
c) A criação de uma força policial constituída pelo governo dos EUA específica para atuar nos países da América Central, sobretudo no México, Costa Rica, Nicarágua e Panamá (diminuindo assim a soberania dos países vizinhos).

d) Em 1990, no governo George Bush, foi promulgada a mais nova lei de imigração (o Immigration Act) que acaba com a concessão do visto de entrada e residência no país (o green card) criado em 1965.

e) Os EUA passaram a conceder somente visto permanente para os latino-americanos que possuam, no mínimo, o terceiro grau completo e tenham algum parentesco com um cidadão estadunidense. 

11. (Ufrr) “Ate o final da década de 80, existiam na Africa treze conflitos regionais (Angola, Etiópia, Libéria, Sudão, Chade, entre outros). Um ano depois, esse número diminuiu para seis diante dos altos custos de sua manutenção. Com o relaxamento das tensões EUA―URSS (distensão), os países africanos também deixaram de ser o desencalhe de armas convencionais dos dois países. Entre 1984 e 1987 as despesas militares diminuíram de 5,2% do PNB acumulado dos países em conflito para cerca de4,3%. O cenário que resulta é desolador. Destruição econômica e desestruturação social, com a disseminação da fome e da epidemia da AIDS.” (OLIVA, J. e GIANSANTI, R. Espaço e modernidade: temas da geografia mundial. São Paulo: Atual, 1995).Os conflitos existentes na África, juntamente com a fome e as epidemias, são elementos que constituem triste cenário deste continente. Entre as explicações para compreendermos a existência dessas intermináveis guerras regionais, podemos apontar que: a) A atual disputa pelo potencial mercado de alimentos impulsiona as grandes potências africanas a investirem maciçamente na produção e venda de armamentos.

b) O continente africano exerce importante papel estratégico nas relações políticas e ideológicas entre os países que compõem os blocos econômicos mundiais.
c) Os conflitos ocorrem por conta do interesse de diversas tribos em constituírem um espaço comum africano para agregar as diversas comunidades em um mesmo grupo étnico-linguístico-cultural.


d) As atuais fronteiras foram traçadas pelos colonizadores europeus sem respeitar a antiga organização tribal e a distribuição geográfica das etnias no continente.
e) As comunidades étnicas optaram por entrar em conflitos armados estimulados pela inserção do capitalismo neoliberal e, principalmente, por conta dos diversos produtos industrializados disponíveis nos mercados africanos. 


12. “Em pleno seculo XXI, as religiões continuam tendo grande influência no contexto social e cultural de diversos países e em amplas regiões do planeta. O poder da fé é de tal magnitude que é capaz de influir em aspectos políticos, sociais e econômicos de nações cujas autoridades, leis ou fronteiras são fortemente delimitadas por questões religiosas. Além disso, variados conflitos no mundo nos últimos tempos têm sua origem em divergências religiosas. (...) Jerusalém é a cidade sagrada de três grandes religiões (...). Os três credos têm em Jerusalém marcos básicos de sua doutrina e de sua história.” (In.: Atlas Geográfico Mundial ― para conhecer melhor o mundo em que vivemos ― vol.01Mundo. Barcelona: Editorial Sol 90, 2005.) O texto acima apresenta Jerusalém como a cidade sagrada de três religiões. São elas: a) judaísmo, hinduísmo e islamismo
b) judaísmo, cristianismo e islamismo
c) judaísmo, budismo e islamismo
d) judaísmo, confucionismo e islamismo
e) judaísmo, xintoísmo e islamismo

13. (Trevisan) A pretensão do Islã de criar Estados islâmicos e tornar-se uma nova força mundial, exigindo uma unidade entre religião e política nos países por ele governados, pode ser designada como) fundamentalismo.
b) Laicização.

c) Racionalismo.

d) Modernismo.

e) Positivismo. 


14. (ESPM) Leia o texto: a existência de país supõe um território. Mas a existência de uma nação nem sempre é acompanhada da posse de um território e nem sempre supõe a existência de um Estado. Pode-se falar, portanto, de territorialidade sem Estado, mas é praticamente impossível nos referirem a um Estado sem território. (Milton Santos, O Brasil, 2000) Das palavras de Milton Santos, podemos deduzir: a) Nação, Estado e território são categorias excludentes.
b) Não existe nação sem Estado.

c) A categoria território é imprescindível à existência de um Estado.

d) As fronteiras delimitam os territórios, mas não os Estados.

e) Um Estado é sempre composto por uma única nação. 


15. Assinale a alternativa que reflete as condições sul-africanas: a) Com o fim do apartheid vários países europeus romperam relações com a África do Sul, o que provocou uma forte crise econômica.

b) A ascensão de novos países emergentes como a Nigéria tem provocado problemas sociais e econômicos à África do Sul.

c) Após um “boom” de crescimento pós-apartheid, a África do Sul tem apresentado vários problemas que se refletem na sociedade local.


d) O fraco crescimento econômico do país é um obstáculo à absorção dos negros no mercado de trabalho.

e) O fim da política do apartheid não conseguiu ainda promover de forma significativa a inclusão dos negros na economia. 


16. (Unificas) O perfil racial da Fundação Uni palmarés é único na América do Sul e há poucas como ela no mundo. O projeto excita e atrai muita gente, como Jairo Abud, professor titular da Fundação Getúlio Vargas, que se apresentou à Uni palmares no início de 2005. A diretora, acanhada, disse que não teria como pagá-lo. Ele respondeu: “Não estou perguntando quanto ou como a senhora vai me pagar, estou dizendo que vou dar aula aqui”. Inevitável provocar a diretora sobre o tema da democracia racial: “Minhas opiniões sobre isso se aprofundaram. Hoje eu posso falar a partir de um conhecimento empírico. Eu discordava da democracia racial de Gilberto Freyre, sacava as dificuldades do negro. A importância disto aqui é que nossos alunos têm uma melhoria macro: observo mudanças no modo de eles falarem, de se comportar, a postura, as roupas, o padrão de consumo. Eles começam a ler e selecionar o que leem. Não importa o que aconteça daqui pra frente, nós já conseguimos fazer nosso aluno entender que aqui ele pode, e alguém da família dele pode também. Olha, estou vivendo a democracia racial pela primeira vez”.(ZIMBÓRIO, 2007, p. 8).A questão racial no Brasil tem suas origens históricas na escravidão e na situação do negro após a Abolição. Ações políticas, como a da Uni palmares, representam, no contexto da sociedade brasileira 01) uma comprovação da existência da democracia racial no país, fruto da miscigenação étnica que deu origem ao povo brasileiro.

02) Uma política de ação afirmativa, que, através de mecanismos compensatórios, busca corrigir uma injustiça social no país.

03) O reforço do preconceito racial, pois prova a incapacidade intelectual dos negros para ingressarem na universidade sem mecanismos facilitadores.

04) A tese de que a diferenciação ocorre por critérios sociais e não de cor, na medida em que não existem manifestações de racismo na sociedade brasileira.
05) um retrocesso, ao permitir o ingresso na universidade de pessoas desqualificadas, utilizando-se apenas do critério racial e nenhum mecanismo de aferição de conhecimento.



17. (Unifap) A partilha do continente africano no final do século XIX pelos colonizadores europeus criou as chamadas fronteiras artificiais. Grande parte destas fronteiras foi mantida após o processo de independência dos países africanos. Com base nesse contexto e nos conhecimentos sobre o assunto, é correto afirmar o que se segue.(01) A definição de fronteiras artificiais refere-se ao fato de que diversas nações e grupos étnicos, muitos deles rivais, foram colocados dentro de um mesmo território colonial, não respeitando as suas diferenças.

(02) Com o processo de descolonização da África e a manutenção das fronteiras artificiais, intensificaram-se os conflitos pela disputa de poder entre as etnias sobre o território.
(04) Dentro dessas fronteiras artificiais, no período entre as Grandes Guerras Mundiais, os Estados Unidos e a União Soviética, interessados em aumentar sua influência no continente africano, financiaram e estimularam os conflitos.
(08) Além das fronteiras artificiais, outros fatores que têm motivado os conflitos dentro do território africano são os de ordem socio económica (pobreza e epidemias) e ambiental (desertificação e estresse hídrico). 

18. (Uece) Localizado no sudoeste do continente asiático, o Oriente Médio é um território limitado pelos mares Negro, Mediterrâneo e Vermelho, pelo Golfo Pérsico e pelo Mar Arábico, no Oceano Índico. Em termos geopolíticos é considerado como um barril de pólvora devido ao complexo e explosivo clima político, fundamentado por princípios religiosos que orientam permanentes conflitos. Sobre o território em questão, assinale o INCORRETO. A) Nele se concentra a maior riqueza do continente asiático. Localizados no Golfo Pérsico, os seus lençóis petrolíferos são considerados os maiores do globo terrestre.

b) A Faixa de Gaza e a Cisjordânia constituem as principais áreas de conflitos entre árabes e judeus, palcos de sangrentas manifestações travadas entre radicais islâmicos, bem como, de radicas israelitas que não desejam a formação de um estado palestino.
c) O fundamentalismo islâmico, cujo ideário é a revogação dos costumes modernos e a aplicação da lei corânica à vida cotidiana, bem como, uma rejeição completa ao mundo moderno, galgaram o cenário político do Oriente Médio, a partir da Revolução Xiita iraniana, em 1979.

d) Com exceção do Líbano, onde a maioria da população segue o judaísmo, os demais países do Oriente Médio professam o islamismo como religião.

QUEM PERDE E QUEM GANHA COM ESSES CONFLITOS

 

 

Consequências dos conflitos étnicos na África


São 30 milhões de km² de caos. A África possui o pior Índice de Desenvolvimento Humano, o maior Índice de Pobreza Humana e o menor PIB per capita do mundo. Tem as maiores taxas de natalidade, subnutrição, analfabetismo, mortalidade, mortalidade infantil e crescimento demográfico. Não bastasse isso, o continente está assolado por epidemias, principalmente de HIV, e pela fome. 
A principal consequência do neocolonialismo foi a Partilha da África, a divisão dos territórios africanos entre as principais potências europeias durante a Conferência de Berlim. 
Nessa época, a África era composta por diversas etnias diferentes na língua, na religião e nos costumes. A confecção artificial de 53 países juntou diversos grupos etnoculturais, muitos deles rivais, que foram forçados a coexistir sobre a mesma fronteira. Tal fato acentuou os conflitos tribais no continente, situação que se perpetua até hoje. 

A descolonização africana, iniciada após o fim da Segunda Guerra Mundial, acendeu a esperança pelo fim dos conflitos étnicos na região. Porém, com a Guerra Fria, emergiram nas políticas nacionais ditadores, patrocinados ou pelos EUA ou pela URSS, que pouco contribuíram para apaziguar as tensões na região. Ao invés disso, decidiram adotar o princípio da intangibilidade das fronteiras, isto é, manter as fronteiras herdadas do período colonial. Tal iniciativa contribuiu sobremaneira para a eclosão de novos conflitos, guerras civis e movimentos separatistas que mataram milhões de pessoas, feriram outras tantas e causaram um gigantesco número de refugiados. 
Ainda hoje, 15 países africanos estão mergulhados em guerras civis. Angola, por exemplo, banhada de petróleo e diamantes, acaba de finalizar uma guerra que durou 30 anos. O saldo foi de 1 milhão e meio de mortos, centenas de milhares de refugiados e uma terra regada com 14 milhões de minas terrestres, mais artefatos enterrados do que habitantes. Ao final da guerra, cerca de 3 milhões de pessoas correm o risco de morrer de fome. 
Na Ruanda, a disputa pelo poder político entre os grupos étnicos tutsis e hutus matou mais de 1 milhão de pessoas. O conflito, já encerrado, contabilizou ainda um número de 2 milhões de refugiados. A Nigéria, décimo produtor de petróleo do mundo, vive dias tensos por causa de seus 250 grupos étnicos. 

desenvolvimento local em ÁREA de conflito interétnico


A posse da terra é o grande motivo do conflito que se estende por mais de 50 anos na região/alvo. Para os Kaiowá significa a sua própria continuidade de identidade, de modo de ser, uma questão extremamente significante. Sob este aspecto, não se observaram mudanças ou acomodações culturais, o que se detectou foi a instituição de um conflito que deve persistir até a demarcação da área já reconhecida como indígena.

Se, por um lado, não é possível falar em etno desenvolvimento sem a garantia do reconhecimento do direito à terra, e pode-se perceber que este modelo passa a ser entendido como instrumento de política ideal, abordado no início deste capítulo, por outro, o desenvolvimento local pode contribuir na investigação sobre lógicas espaciais diversas89, tanto dos índios como dos colonos, numa tentativa de desvendar o confronto em sua complexidade atual. A visão do território como um dos focos principais do Desenvolvimento Local pode dar consentimento para que o estudo prossiga mesmo sem a definição do reconhecimento à propriedade. A busca de novas dinâmicas, que reconheçam as especificidades territoriais como um todo, pode oferecer oportunidades alternativas sem reforçar as diferenças, as desigualdades e, acima de tudo, sem segregar. Essas iniciativas de aproximação e diálogo, que possam a vir permear o próprio conflito, podem se constituir numa aliança, permitindo a construção de entendimentos capazes de unir os dois grupos na busca de uma solução para o próprio conflito de fundo: a questão da terra. Ou seja, o entendimento necessário para que índios e colonos em confronto pressionem o Estado, gerador do conflito, para forçá-lo a colaborar e intermediar na construção de uma solução onde as duas parcialidades vejam atendidas as suas demandas específicas, respeitando-se sempre a especificidade cultural que os caracteriza. Ao mesmo tempo em que se percebe no final do século passado o estabelecimento de uma nova ordem mundial globalizada, pode-se observar, além da viagem da volta 90, fenômeno do ressurgimento das identidades étnicas e do reconhecimento do território na sua dimensão global, a coexistência do diverso e a possibilidade de conceber suas verdades como duas faces de uma verdade complexa. Para Morin, isso significa “desocultar a realidade principal, que é a relação de interdependência entre noções que a disjunção isola ou opõe, é portanto, abrir a porta à pesquisa desta relação”.






















 

CONCLUSÃO


Depois da pesquisa cheguei a concluir que o desenvolvimento em situações diferenciadas, como a de conflito interétnico, requer uma abordagem igualmente diferenciada, que abranja a totalidade do território, suas possibilidades e capacidades de efetivações (realizações) coletivas, por mais insipientes que sejam. Um novo enfoque que permita traçar, a princípio, apenas esboços, considerações, para um novo caminho que possa vir a minimizar as relações de intolerância e as contradições locais. Há poucos anos Le Goff (1997) afirmou que o grande desafio do historiador, dos intelectuais, seria o de preparar os povos para o contato entre as culturas, chegando até as raias da mestiçagem: “se quisermos evitar a incompreensão, a guerra, o genocídio, é preciso preparar os povos e as culturas para a única via possível de paz e justiça, que não é outra senão a mestiçagem.”


















REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

http://site.ucdb.br/public/md-dissertacoes/7897-desenvolvimento-local-em-area-de-conflito-interetnico.pdf

http://www.ces.uc.pt/publicacoes/rccs/artigos/56/Manuel%20Carlos%20Silva%20-%20Racismo%20e%20conflito%20interetnico.pdf


https://pt.wikipedia.org/wiki/Conflito_%C3%A9tnico